O novo Toyota Aygo X está disponível numa versão com Canvas Top, que, não sendo um verdadeiro cabriolet, o transforma no modelo mais acessível do mercado com capota retrátil. O nível de equipamento Envy é surpreendentemente completo, quase fazendo esquecer que se trata de um modelo do segmento A.
Concebido e produzido na Europa, o Toyota Aygo X é um crossover para o segmento A, com um comprimento exterior de 3,7 metros, que se destina a satisfazer uma clientela que pretende um automóvel urbano compacto, repleto de tecnologia, mas (relativamente) acessível e com baixos custos de utilização.
Baseado no protótipo Aygo X Prologue e assente na plataforma GA-B da Nova Arquitetura Global da Toyota (TNGA) - a mesma do Yaris e do Yaris Cross - este modelo distingue-se pelo estilo irreverente, sublinhado nas versões mais equipadas pela pintura da carroçaria em dois tons.
Os seus principais concorrentes serão o Hyundai i10 e o Kia Picanto, mas a sua carroçaria inspirada nas linhas dos SUV também fazem deste modelo uma alternativa ao Fiat Panda Cross ou ao Suzuki Ignis, mas contrário destes dois últimos não está disponível com tração integral.
LEIA TAMBÉM Versões, motores e preços. Toyota Aygo X chega no início do ano
Apesar da estética inspirada no universo dos SUV que inclui cavas das rodas maiores e uma maior altura ao solo (11 mm) devido ao aumento do curso da suspensão, o Aygo X não foi projetado para circular em terrenos rochosos. O aumento da distância ao solo relativamente ao Aygo destina-se apenas a melhorar a visibilidade do condutor relativamente a ciclistas e peões. O ângulo do pilar A também foi aumentado em 10% para 24º para uma melhor visibilidade.
INTERIOROs plásticos rijos dominam o interior do Aygo X, mas a solidez dos materiais promete muitos quilómetros sem ruídos parasitas. A estratégia de redução de peso do Toyota levou à supressão de alguns materiais de isolamento como o forro entre as costas dos bancos traseiros e a bagageira, com resultados demasiado audíveis.
Em termos de habitabilidade, o citadino com ar radical da Toyota oferece um espaço suficiente nos lugares dianteiros para acomodar passageiros de estatura mais elevada. O revestimento dos assentos possui um padrão com o símbolo "X" cosido discretamente no tecido.

Os compartimentos para arrumações também são razoáveis, com dois suportes de copos na base do túnel da transmissão e um carregador de indução para smartphones localizado à frente da alavanca da caixa de velocidades. As dimensões do porta-luvas deixam a desejar, assim como das bolsas das portas, que só permitem guardar garrafas pequenas.
O ecrã tátil de nove polegadas no nível de equipamento Envy está orientado para o condutor, assim como os comandos físicos do ar condicionado automático. O funcionamento do sistema de abertura elétrica da capota de lona retrátil é assegurado por um botão por baixo do tejadilho, sendo possível operá-lo com o veículo em andamento.
Os lugares traseiros permitem acomodar apenas dois adultos e o espaço para as pernas também não é particularmente generoso. O design do tejadilho "Pagoda" - mais baixo ao centro - garante uma maior altura para a cabeça dos ocupantes dos assentos traseiros.

A bagageira, por seu lado, também tem uma capacidade reduzida, mesmo para os padrões de um citadino, disponibilizando um volume de 231 litros, podendo ser ampliada até aos 829 litros com o rebatimento dos assentos traseiros, numa configuração 50/50.
MECÂNICAO Aygo X está equipado com uma versão melhorada do bloco a gasolina de três cilindros e 998 cc do Aygo original, não tendo turbocompressor nem qualquer assistência elétrica.
Associado a uma caixa manual de cinco velocidades, este motor tricilíndrico desenvolve uma potência de 72 cv às 6000 rpm e um binário de 93 Nm às 4400 rpm, permitindo uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 14,9 segundos e uma velocidade máxima de 158 km/h.
Para otimizar o consumo de combustível, o motor do Aygo X possui sistema Start-Stop, sendo anunciada uma média combinada de 4,9 l/100 km e emissões de 107 g/km.

Projetado para o denso tráfego urbano, o citadino da Toyota tem um raio de viragem das rodas de apenas 4,7 metros, o que facilita as manobras, contando ainda com uma direção elétrica corretamente assistida, especialmente afinada para condução em ambiente citadino.
As ligações ao solo são asseguradas por uma suspensão dianteira McPherson e por um eixo semi-rígido traseiro. O sistema de travagem, por sua vez, é constituído por discos ventilados à frente e tambores atrás.
TECNOLOGIACompacto nas dimensões exteriores, o Aygo X é "grande" nos conteúdos tecnológicos, já que oferece uma dotação bastante completa para um modelo de segmento A, o que depois também se traduz num preço relativamente elevado para esta categoria, a partir de 21.050 euros para o nível de equipamento Envy.
A consola central é dominada por um ecrã de nove polegadas de alta definição que permite o acesso ao sistema Toyota Smart Connect, que inclui navegação conectada e baseada na nuvem para fornecer informações de rotas.
O Toyota Smart Connect também oferece conectividade com e sem fios através do Android Auto e Apple CarPlay. A experiência poderá ser mais completa com a instalação da aplicação para smartphones MyT, a qual permite fazer o acompanhamento de várias situações no veículo como, por exemplo, dicas de condução, níveis de combustível e alertas do Aygo X.
O condutor conta ainda com um painel de instrumentos com um grande mostrador semi-circular para o velocímetro e um ecrã TFT, que possibilita o acesso a dados úteis como o consumo de combustível, a velocidade instantânea, os sistemas de assistência como o alerta de manutenção da faixa de rodagem ou o reconhecimento de sinais de trânsito, entre outros.
Os diferentes menús podem ser selecionados através de comandos no volante multifunções. Este último também permite ativar alguns dos sistemas de assistência à condução como o cruise control adaptativo inteligente (iACC), que impede o veículo de ultrapassar a velocidade selecionada como mantém uma distância de segurança para o veículo da frente, acelerando e travando automaticamente.

O assistente de manutenção da faixa de rodagem com correção de trajetória também é de série (embora seja demasiado intrusivo), assim como os sistemas de reconhecimento de sinais de trânsito ou de pré-colisão com deteção de peões e ciclistas.
A dotação de série inclui ainda o botão de ignição, ar condicionado automático, espelhos retrovisores exteriores elétricos, sensores de chuva e luminosidade, câmara auxiliar traseira, entre outros.
AO VOLANTEApesar de ser o modelo mais pequeno da gama da Toyota, o Aygo Cross oferece um posto de condução agradável e ergonómico. O assento é ajustável em altura, a coluna da direção pode ser regulada, mas apenas em inclinação, e os pedais estão bem alinhados.
A visibilidade para a frente é bastante boa, contribuindo para o efeito a ampla superfície vidrada e a reduzida espessura dos pilares.
O mesmo não acontece para trás. Os pilares traseiros grossos e o pequeno óculo traseiro prejudicam a visibilidade e podem provocar grandes ângulos mortos quando se olha para trás para mudar de direção. Pela positiva há a destacar a inclusão da câmara traseira e dos sensores para ajudar nas manobras de estacionamento.
Em termos dinâmicos, o motor de três cilindros de 72 cv está vocacionado claramente para uma utilização relaxada e descontraída em ambiente urbano. O escalonamento da caixa manual de cinco velocidades é feito à medida do pára-arranca dos semáforos, passadeiras e cruzamentos.
Em estrada, as relações da transmissão revelaram-se demasiado longas, obrigando o condutor a manter um regime de rotação mais elevado para conseguir um andamento um pouco mais vivo, com reflexos em termos de ruído e de consumo. Neste capítulo, o computador de bordo indicou uma média combinada de 5,7 l/100 km durante o ensaio realizado em condições normais de utilização.
As ultrapassagens também têm de ser realizadas com alguma cautela porque elasticidade e recuperações rápidas estão longe de ser os atributos do motor de 998 cc da Toyota.
Pela positiva há que destacar a elevada manobrabilidade, graças ao reduzido raio de viragem das rodas, assim como a firmeza da suspensão mesmo em pisos mais degradados, enquanto a direção se revelou leve e precisa.
VEREDICTOCom uma imagem aventureira e dimensões compactas, o Aygo X constitui uma opção interessante para quem considera os bancos traseiros como uma extensão da bagageira. A capota de lona retrátil permite conduzir a céu aberto, tornando este modelo no mais acessível do mercado com tecto recolhível.
Em termos de preço, a equação é complexa. Por um lado lado, o valor de 21.050 euros do Aygo X Envy Canvas Top parece excessivo para um modelo que é, recorde-se, do segmento A, e, além disso, só permite transportar quatro adultos.

Por outro lado, atendendo ao nível de equipamento surpreendentemente completo em termos de tecnologia e assistência à condução, o valor até não é assim tão elevado. Mas no segmento acima da Toyota também não é possível aceder a um veículo com um nível de equipamento similar por este valor.
Gostámos
Tecnologia O Aygo X conta com as mais avançadas soluções tecnológicas da Toyota, incluindo o Toyota Smart Connect com ecrã tátil de nove polegadas, navegação e conectividade com e sem fios ou os mais recentes sistemas de assistência à condução. | Pintura dois tons As versões mais equipadas recebem uma ousada execução em dois tons, associada ao novo conceito de cor picante como é o caso do bege ginger, presente na unidade ensaiada, que inspira espírito de aventura e uma complexidade quente. | Capota lona A opcional capota retrátil em lona transforma o Aygo X quase num cabriolet e na proposta mais acessível do mercado para condução a céu aberto. A lona oferece a melhor proteção contra a água e poeira, enquanto a pala defletora de vento melhora a sua durabilidade. |
Não Gostámos
Alguns materiais O ambiente interior é dominado por plásticos rijos e os materiais suaves ao toque são quase inexistentes. Os detalhes interiores, que combinam com as cores exteriores, procuram atenuar o reduzido nível de requinte e sofisticação a bordo. | Habitabilidade traseira A acessibilidade aos lugares traseiros parece ter sido relegada para segundo plano no Aygo X. As portas posteriores não abrem mais do que a 45º. Os assentos traseiros não permitem acomodar mais do que dois adultos e espaço para as pernas não abunda. | Bagageira Mesmo para os padrões do segmento dos citadinos, a bagageira do Aygo X é bastante limitada com os seus 231 litros com os assentos na posição normal. A tampa também é pequena e o plano de carga é muito baixo, dificultando a carga de objetos mais volumosos.
|