Já o conduzimos. Kia Picanto já chegou com novo visual e equipamento

Com muitos dos concorrentes de saída do segmento, a Kia aproveita e atualiza o Picanto, com mais estilo e equipamento. E nós já o conduzimos!

Numa altura em que alguns construtores preferem abandonar o segmento, devido ao acréscimo de encargos, a Kia opta, antes, por renovar o Picanto, dotando-o de mais estilo, melhor equipamento e preço atraente. Afinal, a procura por este tipo de propostas até continua a crescer e o pequeno utilitário sul-coreano ainda tem muito para conquistar!…

Apresentado aos media nacionais num evento em que marcou igualmente presença, pela primeira vez, o também renovado Sorento (sobre o qual falamos em texto à parte…), o novo Picanto surge como uma espécie de contra-corrente, relativamente àquela que tem sido a tendência no segmento A - só entre 2021 e 2024, o número de marcas a disputar o mercado dos utilitários caiu de 13 para 9, deixando, assim, com menos opções, um sector que, diga-se, até tem vindo a evidenciar, no ano em curso, uma tendência de crescimento. E que resultou já num total de 4747 unidades vendidas até ao momento, ou seja, mais 12% que em igual período de 2023.

O renovado Kia Picanto com a indumentária GT Line
O renovado Kia Picanto com a indumentária GT Line

Quanto à justificação para as desistências, decorrem do anunciado aumento do preço deste tipo de veículos, devido à entrada em vigor, já a partir do próximo dia 7 de julho, do novo regulamento europeu GSR2. O qual obriga a equipar também os utilitários com uma série de tecnologias de segurança e apoio à condução (assistente inteligente de velocidade, câmara traseira, alerta de cansaço do condutor, a chamada "caixa negra" para gravação de todos os dados, entre muitos outros…) que, até aqui, apenas estavam disponíveis, também por questões de preço, nos segmentos mais altos. 

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Com a sua introdução naqueles que são os automóveis mais baratos, tal obrigará a um aumento generalizado do preço, não apenas pervertendo muito do argumento basilar do preço, mas também atirando muitos deles para valores acima, inclusivamente, dos praticados em algumas propostas do segmento acima (B).

Kia não retira, reforça!

No caso da Kia, marca que tem, desde há muito, o Picanto como proposta para o segmento A e o Stonic para o B (o qual tem agora, aliás, uma nova versão de entrada, na ordem dos 20 000€), este dificultar do panorama acabou levando, não à retirada pura e simples do fabricante do segmento, mas e pelo contrário, à atualização daquela que é atual terceira geração, lançada em 2017. 

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As novidades surgem através da implementação de um design mais próximo daquela que é a nova linguagem de design 'Opposites United' que marca os Kia mais recentes, mas também de uma melhor conectividade. Neste caso, a procurar proporcionar, conforme refere a própria marca, "uma condução mais descontraída", conseguida, igualmente, através de muitos dos equipamentos que estão prestes a tornar-se obrigatórios.

De regresso à estética exterior, nova grelha central, novos faróis e novo pára-choques à frente, mais duas novas cores e novas jantes de 14 e 16 polegadas. Opções que acabam variando consoante o nível de equipamento escolhido, com a versão de entrada Urban, que a Kia Portugal acredita poder vir a ser o grosso das vendas (questão de preço, pois claro!), a prescindir de alguns elementos que garantem uma imagem mais exclusiva, como o caso do filete que luz que o une as óptica, mas a manter, ainda assim, uma imagem jovem e atraente.

Contudo e para aqueles que não abdicam de um Picanto na melhor das formas, só mesmo a versão de topo GT Line, cuja chegada ao mercado só deverá, no entanto, acontecer em outubro.

Com ecrãs e muita segurança

Passando ao habitáculo, um novo quadrante digital de 4", mais um ecrã central táctil de 8", ambos de série em qualquer uma das versões, tal como os hoje em dia muito apreciados Android Auto e Apple CarPlay. Com o prometido reforço da conectividade a incluir igualmente serviços de bordo como a navegação, reconhecimento de voz e notificações sobre o veículo, entre outros; serviços remotos como a transferência de perfis e a localização do veículo, o qual também pode ser trancado/destrancado à distância; além de informações sobre o estado do veículo (baterias, luzes, modo Valet Parking…) e avisos sobre situações como uma possível descarga da bateria de 12V, o alarme ou o Vehicle Idle Alarm.

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Não menos importantes, as já referidas tecnologias de segurança, como é o caso da manutenção  na faixa de rodagem, da assistência à troca entre médios e máximos, do alerta de cansaço do condutor e do limite de velocidade inteligente. Tudo soluções que, entretanto, se tornaram obrigatórias e às quais há ainda que acrescentar, neste Picanto e logo a partir da versão Urban, a câmara traseira com os sensores de estacionamento, o sensor de luz e o Cruise Control.

Uma só motorização

Quanto a motorizações, uma redução na oferta, com o Picanto a passar, a partir de agora, a dispor de uma só opção, o 1.0 MPi de três cilindros sem turbocompressor, a debitar 63 cv de potência e 93 Nm de binário. Podendo, depois, ser conjugado, tanto com a tradicional caixa manual, como com uma solução robotizada, igualmente de cinco velocidades. 

Kia Picanto GT Line
Kia Picanto GT Line

Em termos de consumos e prestações, vitória clara para a solução mais tradicional, a qual começa por superiorizar-se nos consumos (5,2 l/100 km, contra 5,3 l/100 km do 1.0 MPi com caixa robotizada) e emissões de CO2 (116 g/km, contra 119 g/km), para, em seguida, arrasar a rival nas prestações - 145 km/h de velocidade máxima, com acelerações de 15,6s, são os resultados anunciados para o 1.0 MPi com caixa manual, que, embora permitindo um empate na velocidade de ponta, vence, e por margem confortável, na aceleração dos 0 aos 100 km/h, com a rival a não fazer melhor que 18,2s.

Caixa robotizada? Melhor manual…

E já que estamos a destacar a superioridade do Picanto equipado com caixa manual, no papel, talvez seja também o momento para falar sobre aquele que foi o primeiro contacto com a renovação do pequeno utilitário, neste caso, feita ao volante de um 1.0 MPi Urban, mas com caixa robotizada de cinco velocidades. 

Kia Picanto GT Line
Kia Picanto GT Line

Sobre esta experiência, que, diga-se, não permitiu fazer a comparação, no momento, com a versão manual, mas foi levada a cabo tendo ainda memória da condução do Picanto 1.0 T-GDi 100cv GT-Line com caixa manual pré-renovação (recorde-se que a atualização não promoveu qualquer alteração na base técnica), o sentimento que nos apetece destacar é de saudade: não apenas porque a versão turbocomprimida do três cilindros não voltará a estar disponível e a que existe agora, apenas com injecção directa, fica aquém na vivacidade, mas também e principalmente, porque a nova caixa robotizada de cinco velocidades não consegue disfarçar as insuficiências, tanto próprias, como do motor.

Assim e mesmo com uma base técnica competente e vocacionada para a vida em cidade, em que a direcção leve facilita o ziguezague pelo trânsito citadino, torna-se difícil esquecer as limitações de um motor que, em particular nos regimes mais altos, revela mais esforço que desenvoltura, com a caixa, sem partilhas no volante ou até mesmo um simples modo Parque (Estacionamento), a debater-se, ela própria, com um "poço" nas passagens entre relações (em particular, nas mais baixas)que, inclusivamente, faz "afocinhar" o carro. Não permitindo, assim, um evoluir contínuo e suave na condução, mas com alguns balanceios pelo meio.

Bem mais convencidos ficámos com os consumos obtidos ao longo de um trajecto variado feito na região de Lisboa, com um carro que, à saída das instalações do importador, tinha pouco mais de 10 km cumpridos. E que, mesmo ainda a fazer a "rodagem" e com uma condução perfeitamente normal (ou seja, sem cuidados de maior), conseguiu terminar a manhã com uma excelente média de 5,9 l/100 km!

Kia Picanto GT Line
Kia Picanto GT Line

Imagine-se a partir do momento em que o motor já estiver totalmente "acamado" e não temos dúvidas de que os resultados poderão ser os anunciados pela marca… ou até melhores!

A partir de 17 500€… sem campanha

Já disponível em Portugal, ainda que e para já, apenas com o nível de equipamento Urban, o renovado Picanto passa a ser proposto, entre nós, pelo preço de 17.500€, no caso da versão de caixa manual, e de 18.500€, quando com caixa robotizada.

Mas, atenção: a estes preços há ainda que aplicar uma sempre bem-vinda campanha de lançamento, a qual representa um corte de 1.091€ nos preços de qualquer uma das opções. Colocando-as, assim e respectivamente, nos 16.409€ e 17.409€.

Chega? Uma vez que a comercialização já começou, resta esperar para ver…

Kia Picanto GT Line
Kia Picanto GT Line