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Recusando tornar-se 100% elétrica. Britânica Ineos apresenta o elétrico Fusilier

Texto: Francisco Cruz
Data: 23 de Fevereiro, 2024

Depois do estreante Grenadier, a britânica Ineos acaba de dar a conhecer aquele que será o segundo SUV da sua gama, o Fusilier. Uma proposta mais pequena e acessível, que também será o primeiro elétrico na oferta do construtor, ainda que para produzir, apenas, já em 2027.

No entanto e segundo também explicaram, na apresentação, os responsáveis da Ineos Automotive, em declarações à Automotive News Europe, a garantia de produção de um modelo 100% elétrico (EV) não significa que a empresa esteja num processo de conversão para se tornar uma marca exclusivamente elétrica.

De acordo com as mesmas fontes, o Fusilier, que em termos de gama posicionar-se-á abaixo não só da pickup Quartermaster, como também do Grenadier, será disponibilizado não somente com uma motorização 100% elétrica, como também numa variante com extensor de autonomia. Neste caso, materializada com a adopção de um pequeno motor a gasolina, que por sua vez alimentará um gerador, o qual se encarregará de manter um nível de carga aceitável na bateria, para que o trem de força elétrico faça mover as rodas.

O Ineos Fusilier e o presidente do Ineos Group, Jim Ratcliffe
O Ineos Fusilier e o presidente do Ineos Group, Jim Ratcliffe

Quanto à produção do Fusilier, que segundo o grupo britânico apresentará um comprimento cerca de 20 mm mais curto que o Grenadier, deverá ser entregue à austríaca Magna Steyr, que montará o SUV na sua infraestrutura de Graz. Ou seja, a mesma linha de montagem de onde sai, desde 1979, o Mercedes-Benz Classe G.

De resto e tal como aconteceu com o Grenadier, o próprio desenvolvimento do Fusilier será feito em conjunto com a empresa que, hoje em dia, faz  parte da multinacional Magna International

Com extensor porque os EV não são resposta para tudo

Ainda sobre a produção, que inicialmente esteve prevista para começar em 2026, o presidente do Grupo Ineos, Jim Ratcliffe, explicou que foi já adiada cerca de um ano, para 2027, devido à decisão de disponibilizar, também, uma versão com extensor de autonomia.  Algo que Ratcliffe justifica com as limitações que, no entender do gestor, os veículos elétricos apresentam, em determinadas situações.

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“Se eu pudesse escolher entre dois carros elétricos, um com extensor de autonomia e outro sem, escolheria o que possui extensor de autonomia, já que, com essa opção, acabaria com a chamada ansiedade decorrente da autonomia”, explicou, em declarações à Automotive News, o presidente do Grupo Ineos. Acrescentando, quando confrontado com o facto de fabricantes como a BMW terem desistido da tecnologia, que “só o tempo dirá se estamos certos ou errados”.

Aliás, Ratcliffe não deixou de citar o caso da China, onde os extensores de autonomia nos elétricos têm vindo a ganhar peso, para defender que a Ineos quer levar avante esta solução, até mesmo para o mercado americano. País que, segundo o mesmo responsável, é já o mercado mais importante para a marca britânica, e onde “estão a enfiar uma solução pela goela abaixo das pessoas, garantindo que haverá uma gama de opções”.

Ineos Fusilier
Ineos Fusilier

No entanto, “os norte-americanos não estão a comprar carros elétricos”, até porque os veículos elétricos “não são a resposta para tudo”.

Por menos de 100 000 Euros

Finalmente, Hans-Peter Pessler, atual COO da Ineos Automotive, que ingressou na empresa em 2023, vindo, precisamente, da Magna, revelou que as expectativas do construtor britânico, relativamente ao Fusilier, é de uma produção anual entre as 40.000 e as 50.000 unidades, com um mix de 50-50 entre versões totalmente elétricas e outras com extensor de autonomia. 

Quanto ao cliente-tipo, as previsões são de que este novo SUV venha a apontar a uma clientela mais jovem do que aquela que está a comprar o Grenadier e que está na faixa dos 50 anos. No caso do Fusilier, motivada, igualmente, pelo facto do preço inicial previsto se situar abaixo dos 100 000 euros.

Ineos Fusilier