A Renault, Volvo e CMA-CGM uniram-se para criar a Flexis, a qual, segundo Luca de Meo, vai ser a "Tesla dos comerciais". Todos os modelos baseados numa plataforma tipo skate com arquitetura elétrica de 800V para otimizar o espaço e a manobrabilidade. Primeiras entregas estão previstas para o início de 2026.
Os Grupos Renault, Volvo e CMA-CGM uniram-se para criar uma nova empresa, denominada Flexis, especializada na produção de uma nova geração de veículos comerciais elétricos, baseados numa plataforma de skate que oferecerá uma elevada modularidade para diferentes tipos de carroçarias e uma arquitetura de veículo definido por software.
Na cerimónia de apresentação da nova empresa independente, detida em 45% de pelo Grupo Renault, em 45% de Grupo Volvo e em 10% pela CMA-CGM, o CEO da Renault, Luca de Meo, não hesitou em afirmar que a "Flexis vai ser a Tesla dos veículos comerciais", acrescentado que "vamos fazer algo que ainda não existe".
O primeiro dos três modelos da Flexis, revelados na conferência de imprensa, será lançado em 2026 e segundo Luca de Meo irá "transformar completamente" a perceção habitual de um furgão. "Não será uma caixa branca com rodas com um motor diesel", mas um comercial inovador projetado para as entregas de última milha nos centros urbanos, que terá como prioridade a utilização eficiente do espaço e a manobrabilidade.
Segundo Luca de Meo, o novo modelo terá o comprimento aproximado de um Renault Kangoo, mas um tecto mais elevado para oferecer um volume de carga semelhante ao Renault Trafic do segmento acima.
Veículo definido por software
A nova arquitetura de veículo definido por software permitirá a integração de capacidades sem precedentes para monitorizar a atividade de entrega e o desempenho comercial do utilizador, reduzindo em 30% o custo global de utilização para os operadores logísticos. Os serviços conectados possibilitados pela tecnologia de veículo definido por software oferecerão aos clientes veículos atualizados ao longo de toda a vida.
A Flexis trabalhou com empresas de logística para otimizar o interior dos furgões, o qual foi desenhado para poupar tanto tempo quanto possível aos operacionais. "Estamos a tentar aproveitar cada segundo da interação entre o condutor e o veículo porque cada 30 segundos que se consegue poupar numa entrega deverá traduzir-se um rendibilidade de 1% para o operador logístico", refere Luca de Meo.
"Por isso, se o condutor sair do veículo pela lateral não terá de ir à traseira e abrir a porta. Haverá um mecanismo para ordenar as entregas com base na rota". acrescenta.
Todos os veículos da Flexis irão utilizar uma arquitetura de 800V para permitir carregamentos elétricos mais rápidos das baterias, que estarão disponíveis em duas opções de capacidade.
Produção em 2026
Os veículos da Flexis vão ser produzidos na fábrica de Sandouvlille em França e serão comercializados, a partir de 2026, através das redes da Renault e da Renault Trucks, mas não da Volvo Trucks. Luca de Meo adiantou que existem conversações com a Nissan para avaliar a possibilidade desta última também comercializar estes modelos.
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Questionado sobre os preços, Luca de Meo avançou estará ao nível do Renault Trafic diesel, mas que este último provavelmente não poderá entrar nos centros urbanos daqui a dez anos.
O CEO da Renault argumenta que para os operadores logísticos o custo total de utilização (TCO) é mais importante do que o preço de aquisição e nesse capítulo anunciou nos veículos produzidos pela Flexis será 30% inferior.