Com preços. Volkswagen ID.7 Tourer é espaço com conforto

Depois da berlina, a Volkswagen acaba de apresentar, em Portugal, o ID.7 Tourer, a primeira carrinha 100% elétrica da marca de Wolfsburgo para o segmento D. Que, além do espaço e equipamento, anuncia-se em três versões e autonomias até 690 km. Tudo isto, com preços que começam nos 61 828€… ou 50 200€, sem IVA.

Numa altura em que as vendas de elétricos na Europa teimam em cair e, em Portugal, a procura não ultrapassa os 16/18 por cento daquilo que é o mercado automóvel, ainda por cima, com mais de 95% das compras a serem suportadas pelas empresas, a Volkswagen fecha o ano, em termos de novidades elétricas, com a apresentação da sua primeira carrinha 100% elétrica e uma das únicas propostas do género para o segmento D - a Volkswagen ID.7 Tourer.

Variante não mais comprida (mantém, aliás, os mesmos 4,91 m de comprimento…), mas mais familiar, da berlina ID.7 que lhe está na base, a nova ID.7 Tourer torna-se, assim, no mais recente elemento de uma já longa estirpe de carrinhas com o duplo V na secção frontal (remonta a 1962, com a Volkswagen Type 3 Variant), a primeira zero emissões, ainda que não com ambições menos estatutárias.

Essa ambição faz-se, de resto, notar, desde logo, no aspecto exterior, onde, embora replicando a estética geral estreada no sedan e que começa numa frente com o emblema da marca retroiluminado e atravessado por um filete de luz a ligar as duas ópticas de tecnologia ID. Light LED Matrix (de série), consegue ser ainda mais atraente, fruto de uma longa linha de tejadilho a transmitir fluidez, sensualidade e dinamismo, complementada com jantes aerodinâmicas de 21” (19” na versão base) a ajudarem, ainda, a um coeficiente de aerodinâmica ainda melhor que na berlina - 0,25 Cd.

Já na traseira, a estreia da mesma configuração de iluminação expressa na frente, com o emblema da marca retroiluminado, saliente numa barra de luz vermelha que atravessa um generoso portão. O qual, em conjunto com uma distância entre eixos de 2,97 m, facilita a existência de um espaço de carga que começa nos 605 litros (contra 532 l da berlina), mas que também pode chegar aos 1.714 litros, prolongados por um piso que chega quase dois metros de comprimento.

Habitáculo que é um hino ao conforto

Já no habitáculo, de acesso um pouco mais baixo, sensações imediatas de qualidade, conforto e espaço, graças, igualmente, à presença, como parte do equipamento de série, de bancos com aquecimento e massagem, e climatização inteligente de três zonas com ajustes (também de fluxo de ar) no ecrã central de 15”. Este último, generoso na forma como se destaca do tablier, parte de um sistema de infoentretenimento intuitivo no operar e em que até a “famosa” barra táctil para ajuste de funções acessórias surge agora mais precisa.

Como opcionais, a possibilidade de optar, entre outros, por um tejadilho panorâmico “Smart Glass” cujo vidro passa de transparente a opaco com o simples tocar num botão, uma atraente iluminação ambiente de 30 cores, um sistema de som Harman/Kardon ou ainda da Wellness App. Tecnologia com três modos distintos de atuação que, intervindo através da luz ambiente e ID.Light, do sistema de massagens e ventilação dos bancos, do sistema de climatização inteligente e até mesmo da permeabilidade à luz do tejadilho em vidro e do sistema de som, mercê do recurso a uma playlist específica, promete um verdadeiro ambiente de spa…

Depois e num ambiente de ambições claramente premium, nota, ainda, para a presença, também de série, de um head-up display com realidade aumentada, a somar ao pequeno quadrante a que a Volkswagen deu o nome de ID.Display e que se encarrega de exibir apenas as informações indispensáveis relacionadas com a condução, assim como a pequenos pormenores curiosos, como é o caso dos pedais "Play and Pause". Porquê este nome? Porque exibem as imagens correspondentes, retiradas dos teclados de computar, “gravadas” nos próprios pedais.

Aliás e ainda quanto à referida sensação premium, é possível dizer que se faz notar, inclusive, na condução e mesmo após apenas algumas, poucas, dezenas de quilómetros ao volante do ID.7 Tourer. O qual facilmente afirma não somente um elevado conforto e bem estar a bordo, como um convincente comportamento em estrada, com elevada estabilidade e fácil inserção em curva, nunca perdendo a compostura. Ainda que e neste último aspecto, seja preciso levar em linha de conta de que não tivemos a oportunidade de a levar ao limite…

Três versões, três motores… óptimos consumos

Em Portugal, a ID.7 Tourer vai estar disponível, desde o início da comercialização, com três versões - Pro Urban, Pro S Urban e GTX -, as quais serão sinónimo não apenas de (algumas) diferenças no equipamento, mas e principalmente, argumentos distintos em termos de sistemas de propulsão elétricos - a versão de entrada Pro Urban, marcada por um motor elétrico de 286 cv e 545 Nm de binário, a prometer 6,6s nos 0-100 km/h e 180 km/h de velocidade máxima, além de 605 km de autonomia, graças a uma bateria de 77 kWh capaz de suportar potências de carregamento até 175 kWh; o Pro S Urban, com os 286 cv e 545 Nm, mas a acelerar dos 0 aos 100 km/h em mais um milésimo de segundo (6,7s) e a “bater” os mesmos 180 km/h, embora com uma bateria maior de 86 kWh a permitir anunciar 690 km de autonomia, com recarregamentos de até 200 kW; e, finalmente, o GTX, que, com uma potência de 340 cv e 560 Nm de binário, anuncia 5,5s 0-100 km/h e 180 km/h, perdendo apenas na autonomia de 584 km oferecida pela bateria de 86 kWh, que também carrega com potências até 200 kWh.

Nos poucos quilómetros feitos ao volante da versão Pro S Urban, cumpridos uma pequena parte pela cidade de Lisboa, e o restante em auto-estrada, na ligação da A1 entre a capital e o Carregado, nota para os óptimos consumos que a ID.7 Tourer registou, com o percurso a terminar com uma média assinalada de 16,8 kWh/100 km. Sendo que, o trajecto exclusivamente citadino foi cumprido, sem exageros ao volante, com uma média de 14,9 kWh/100km, enquanto o traçado exclusivamente em auto-estrada, feito dentro dos limites legais, saldou-se nos 17 kWh/100 km.

Rival do BMW i4… com mais autonomia e melhor preço

Entretanto e sendo o último elemento de uma família 100% elétrica na qual, defende a Volkswagen Portugal, existe já o ID.3 para o patamar do 32 600€, o best-seller ID.4 para a faixa dos 39 100€, o ID.5 nos 42 300€, e o ID.7 nos 49 800€ (Limo) e 50 200€ (Tourer), tudo isto preços sem IVA, o importador aproveita, ainda, para posicionar esta carrinha como um adversário natural e directo do BMW i4 eDrive, modelo que é também uma das principais escolhas entre as propostas 100% elétricas, no nosso País. Mas que, quando comparado com a nova ID.7 Tourer, os responsáveis nacionais da marca de Wolfsburgo reconhecem ganhar no tamanho da bateria (77 kWh no ID.7, 87 kWh no BMW i4 eDrive 40) e na potência (286 vs. 340 cv), mas também garantem perder na autonomia (605 contra 582 km), no binário (545 vs. 430 Nm), na bagageira (605 vs. 470 l). Assim como e não menos importante, no preço - 61 828€ o ID.5 Tourer Pro Urban, contra 64 750€ o BMW i4 eDrive 40.

Quanto às restantes versões da carrinha alemã, estão, igualmente e desde já, disponíveis com preços de entrada de 66 736€ (Pro S Urban) e 71 843€ (GTX), valores que, ainda assim, não impedem a Volkswagen Portugal de fixar como objectivo vender, já este ano, 200 unidades desta nova carrinha elétrica alemã. E isto, apesar da reconhecida virar de cabeça dos consumidores, principalmente, para os PHEV, hoje em dia com autonomias elétricas a rondar os 120 km (suficientes, portanto, para o dia-a-dia), levando mesmo a que, no caso da Volkswagen e do seu SUV Tiguan PHEV, uma encomenda feita agora obrigue a uma espera até março de 2025!

Culpa, sublinha os responsáveis, da baixa produção…