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Vangest: a empresa que originou o Vangest JH12 by Grandesign

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Data: 27 de Maio, 2020

A grande maioria de nós, portugueses, somos incapazes de indicar mais do que uma ou duas marcas de automóveis lusitanas. Aqui, na Turbo, e durante as próximas semanas, pretendemos retificar esta lacuna, pois, na verdade, Portugal está repleto de histórias, projetos e marcas dignas da nossa consideração. Hoje damos-lhe a conhecer a Vangest, e o seu JH12.

O projeto que originou o Vangest JH12, um todo-o-terreno de competição, foi empreendido pelo Grupo Vangest.

Este projeto demonstrou o elevado nível de perícia técnica que existe no nosso País, através de um automóvel de competição com imensa qualidade, capaz de se nivelar com o melhor que se faz lá fora.

Imagens do complexo industrial da Vangest, na Marinha Grande
Imagens do complexo industrial da Vangest, na Marinha Grande

Grupo Vangest

O Grupo Vangest é uma empresa portuguesa, de projecção mundial, com sede na Marinha Grande.

Criado pelos irmãos Carlos e Victor Oliveira, o Grupo Vangest dedica-se, sobretudo, ao fabrico de diversos componentes para industria automóvel. Tendo já fornecido marcas como a Volkswagen, a Skoda, a Hyundai e a Seat.

Curiosamente, fornece também para a indústria aeroespacial, tendo já trabalhado com nomes como a Airbus, a Boeing, e a Embraer.

Adicionalmente, também se foca na aérea da eletrónica e medicina, possuindo, ainda, uma equipa de competição, com amplas participações no nosso campeonato nacional de TT.

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É na sequência deste “know how” industrial, aliado à sabedoria de Carlos Oliveira enquanto piloto, mas também à conceção e design de João Ornelas, da Grandesign (empresa integrante do Grupo Vangest), que nasce o Vangest JH12 by Grandesign. Modelo apresentado em 2012.

Desenho técnico e esboços do Vangest JH12 by Grandesign
Desenho técnico e esboços do Vangest JH12 by Grandesign

Este automóvel foi projectado, especificamente, como um veículo para competir em campeonatos de TT (todo-o-terreno), e foi o primeiro projeto nacional de um “jipe”, desde o desaparecimento das marcas UMM e Portaro. 

Foi um empreendimento com um grande cunho nacional, pois contou com um grande número de componentes de fabrico português. O seu motor, caixa de velocidades, jantes, amortecedores, e os bancos são, de facto, de origem estrangeira, mas tudo o resto é de origem e fabrico lusitano. Com uma percentagem de integração nacional de 70%.

As características e especificações do Vangest JH12 by Grandesign

Nas imagens pode-se verificar o aspeto extremamente desportivo do Vangest JH12 by Grandesign
Nas imagens pode-se verificar o aspeto extremamente desportivo do Vangest JH12 by Grandesign

De entre estes componentes nacionais, destacam-se o chassis tubular, construído em aço, e a carroçaria. Esta, marcada por uma conceção avançada, fabricada em fibra de carbono, fibra de vidro, e reforçada com kevlar

A carroçaria foi projetada através de avançados “softwares” 3D, que permitiram simular e escolher o melhor perfil aerodinâmico, a par da melhor dinâmica de arrefecimento dos componentes mecânicos deste TT.

A caixa de velocidades é da marca Sadev, com 6 relações e do tipo sequencial. Contando, igualmente, com embraiagem dupla, assim como com um diferencial autoblocante central, a acompanhar a tracção integral às quatro rodas.

O interior do Vangest JH12
O interior do Vangest JH12

Por falar em potência, o motor, proveniente da BMW, é uma unidade Diesel, de 3 litros, com tecnologia biturbo e sistema de injeção common-rail, debitando qualquer coisa como 280 cv e 640 Nm de binário.

Com este propulsor, o Vangest JH12 atinge os 195 km/h, além de ostentar uma autonomia para 500 km.

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Voltando ao chassis, a sua suspensão é de triângulos duplos, nos dois eixos, e conta com amortecedores “dual shock”.

Os travões são de discos ventilados, e beneficiam de pinças com 4 pistões.

Na totalidade, o Vangest JH12 pesa 1900 kg, com um equilíbrio de massas de 50/50.

O Vangest JH12, participou em algumas provas TT nacionais, de 2012 a 2017. O último registo, deste último ano, foi a sua quinta classificação, no Baja de Loulé, aos comandos do piloto João Rato.

Entretanto, nada mais se soube sobre o bólide, mas consta, que a Vangest continua de boa saúde, sobretudo enquanto empresa.