O pior mês de sempre. Novembro histórico na queda das vendas na Europa

Continua o suplício do mercado automóvel europeu, com os números de veículos novos matriculados a caírem, em novembro, 17,5 por cento.

Continua o suplício do mercado automóvel europeu, com os números de veículos novos matriculados a caírem, em novembro, 17,5 por cento, em resultado, entre outros factores, da crise dos chips. Ainda assim, há marcas que podem comemorar...

Segundo dados reunidos pela Associação de Construtores Automóveis da União Europeia (ACEA), as vendas de veículos novos, em novembro, no conjunto dos mercados da União Europeia (UE), da Associação Europeia do Comércio Livre (EFTA) e do Reino Unido (UK), não ultrapassaram as 864.119 unidades. Número que, diga-se, faz deste mês o pior de sempre, pelo menos, desde que a ACEA começou a coligir este tipo de dados, em 1993.

De acordo com a ACEA, na base deste resultado está, não só, a crise dos semi-condutores que afecta, atualmente, o mercado automóvel, como também vários outros problemas na cadeia de abastecimento. E que levaram a que os construtores automóveis tenham começado a acumular veículos inacabados e impossíveis de entregar aos clientes.

Ainda assim e neste panorama de crise generalizada, destaque para os resultados do grupo Hyundai-Kia na Europa, com a primeira a subir as suas vendas em 42 por enquanto, a irmã Kia, cresceu mais 20 por cento.

A ajudar a estas conquistas, o facto das marcas sul-coreanas terem a produção de semi-condutores dentro das suas próprias fronteiras, o que faz com que, nestes tempos difíceis, apresentem uma vantagem face aos rivais.

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Aliás e apenas como exemplo, basta recordar que o maior construtor automóvel europeu, o Grupo Volkswagen, caiu, em novembro, 31%, em resultado de uma descida generalidade na entrega de veículos novos por parte das marcas Volkswagen (-38%), Audi (-30%), Skoda (-27%) e Seat (-25%). Já a Porsche, foi a que menos sofreu, tendo limitado as suas quedas a menos de 1%, fruto, também, da decisão de dar prioridade aos modelos da marca que garantem maiores margens.

na Stellantis, o segundo maior grupo automóvel com sede na União Europeia, as quedas atingiram os 21%, com a Jeep a perder 36%, a Alfa Romeo 35%, a Fiat 25% e a Opel/Vauxhall também a 25%. Isto, ao mesmo tempo que as francesas Peugeot e Citroën conseguiam atenuar (um pouco) as suas descidas, perdendo 20 e 7%, respectivamente.

Quanto ao Grupo Renault, terminou novembro com a marca principal do grupo - a Renault - a perder 21%, mas também com as restantes a conquistarem mercado: a Dacia subiu mais 5,7%, ao passo que a Alpine, mais do duplicou as vendas, ao fazer 265 veículos.

Finalizando com as restantes marcas, uma queda forte e generalizada, com a Ford a perder 44%, a Nissan 20% e a Toyota 9,3%. Sendo que, nem mesmo as marcas de luxo tiveram direito a descanso, com Jaguar a perder 37%, a Land Rover 36%, a Mercedes-Benz 25%, a BMW 19,5%, e, tanto a Volvo, como a Lexus, menos 16%.

Fornecimentos melhoraram

Apesar deste declínio (quase) generalizado nas vendas de automóveis novos, boa notícia foi o facto de novembro ter registado, igualmente, uma melhoria nos fornecimentos, por exemplo, semicondutores, o que, segundo a Automotive News Europe, vem corroborar a visão dos construtores automóveis, entre os quais a Volkswagen, que previu um aumento no fornecimento de semicondutores, ainda durante o quarto trimestre.

Aliás e ainda segundo os números da ACEA, os registos aumentaram 0,8%, para 10,8 milhões nos primeiros 11 meses, em comparação com os 10,74 milhões registados no mesmo período de 2020.