Lancia enfrenta dificuldades no relançamento

O relançamento da Lancia está a ter um arranque difícil. Apesar do novo Ypsilon e da expansão para novos mercados europeus, as vendas da marca não estão a cumprir as expectativas.

Após vários anos limitada apenas ao mercado italiano, a Lancia iniciou, em 2024, um ambicioso plano de relançamento.

Além de inaugurar novos concessionários, a marca italiana lançou o novo Ypsilon e expandiu a sua presença para países como a França, Espanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos.

Com este plano, seria de esperar que as vendas aumentassem, mas os primeiros resultados não são propriamente animadores.

Segundo dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), a Lancia vendeu apenas 2.208 unidades entre janeiro e fevereiro de 2025, um decréscimo de 72,7% face ao mesmo período de 2024.

A consultora Dataforce também reporta números semelhantes, apontando para 2.195 unidades vendidas no mesmo período, uma queda de 72,85% em relação aos primeiros dois meses de 2024, quando foram registadas 8.086 unidades.

Mas porquê?

São vários os fatores que explicam este desempenho. Para começar, o novo Ypsilon é significativamente mais caro do que o seu antecessor.

Em Itália, a versão híbrida começa nos 23.900 euros, enquanto a versão totalmente elétrica sobe para os 29.900 euros. Para efeitos de comparação, o seu antecessor tinha um preço inicial inferior a 20 mil euros.

Depois ainda há a concorrência dentro do próprio grupo Stellantis. O Ypsilon partilha as suas bases técnicas com o Peugeot 208 e o Opel Corsa, modelos que têm um reconhecimento de marca mais forte do que a proposta da renascida marca italiana.

O novo Lancia está inserido numa gama de preços muito competitiva, tornando-se mais difícil conquistar uma fatia importante do bolo de vendas.

A esperança é a última a morrer

Ainda assim, a Lancia mantém as suas ambições. A marca italiana pretende abrir 70 novos concessionários em 70 cidades europeias até ao final de 2025 e prepara-se para entrar no mercado alemão.

Além disto, está a planear o lançamento do novo Gamma para 2026 e o regresso do icónico Delta, previsto para o final da década.