Numa altura em que surgem notícias de fogos deflagrados em veículos elétricos (EV), a Coreia do Sul, país de onde são oriundas marcas como a Hyundai ou a Kia, está a preparar a aprovação de nova legislação, destinada a aumentar a segurança relacionada com os EV. E que visará não apenas os sistemas de carga, como e até mesmo, o estacionamento em parques públicos.
As preocupações dos políticos e público sul-coreano terão disparado a partir do momento em que um Mercedes-Benz EQE irrompeu em chamas, numa altura em que se encontrava estacionado num parque subterrâneo de um bloco de apartamentos em Seul, capital da Coreia do Sul.
Impossível de controlar, o fogo acabou alastrando-se a um total de 140 veículos, além de ter deixado cerca de 1.600 famílias sem eletricidade ou água, durante cerca de uma semana.
A este incidente somam-se, de resto, outros, nos EUA e na Europa, com Portugal a também não escapar, depois de um incêndio num parque de estacionamento em Lisboa, no Prior Velho, ter destruído mais de 200 viaturas. Também neste caso, com as suspeitas a recaírem num veículo elétrico, o qual poderá ter estado na origem das chamas.
Entretanto, na Coreia do Sul, o Governo estuda já novas medidas que permitam incrementar a segurança relacionada com os EV, a começar pela aprovação, já para outubro, de um novo programa de certificação de baterias. Que, entre outros aspectos, torne obrigatório a identificação, por parte dos construtores automóveis, dos seus fornecedores de baterias, algo que, até aqui, era apenas voluntário.
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Em declarações à Reuters, fontes da indústria sul-coreana defenderam já que os fabricantes não têm motivos para se oporem à medida, não deixando, ainda assim, de salientar, que o público não deve assumir, sem reticências, que a origem dos fogos possa estar nas baterias.
As mesmas fontes suscitaram, ainda, a preocupação com a possibilidade da divulgação da origem das baterias poder causar ainda mais confusão, uma vez que não existem dados definitivos que demonstrem quais as marcas de baterias que têm maior possibilidade de se incendiar.
Carregadores e estacionamento também visados
Também entre as medidas que estão a ser ponderadas, está o aumento do número de carregadores inteligentes capazes de evitar o sobreaquecimento dos EV, durante o carregamento, cujo número o Executivo pretende aumentar para cerca de 90.000, até ao final de 2024.
Ao mesmo tempo, as áreas de estacionamento subterrâneo vão ter ganhar novos sistemas de dispersão de água, com tubagem húmida, caso queiram estacionar veículos elétricos no seu interior, enquanto e já na última semana, surgiu a notícia de que o Governo conservador da Coreia do Sul pretende impedir que EV com uma carga de bateria superior a 90%, possam estacionar em parques subterrâneos.
De resto e no seguimento desta última medida, também as estações de carregamento rápido, em Seul, poderão ficar limitadas, no carregamento um veículo elétrico, a 80% da capacidade da respectiva bateria.