Toyota reforça aposta EV na Europa (também) com C-HR+

Depois de duas gerações em modo apenas híbrido, a Toyota acaba de anunciar a adaptação do C-HR aos novos tempos, através do lançamento de uma versão 100% elétrica, de nome C-HR+. Isto, ao mesmo tempo que faz crescer a sua oferta elétrica na Europa, com outras duas novidades.

A apresentação de três novos eléctricos Toyota, cujo chegada ao mercado decorrerá até ao final de 2026, foi feita durante o último Toyota Kenshiki Fórum, em Bruxelas, Bélgica, evento anual em que TURBO marcou presença e no qual, a par das novidades apresentadas pela marca-mãe, foram também dados a conhecer novos produtos e soluções, tanto com o emblema Lexus e Gazoo Racing, com em domínios como as motorizações… e micromoblidade.

No caso específico das novidades com chancela Toyota, maior destaque para a novidade mundial C-HR+, versão 100% elétrica do conhecido SUV-Coupé da marca nipónica, ainda que e neste caso, com bem mais parecenças (técnicas) com o elétrico bZ4X, do que propriamente com o irmão híbrido. Do qual, aliás, pouco mais recebe do que a linguagem estilística exterior.

A justificar esta certeza, a opção pela mesma plataforma e-TNGA, evoluída para uma espécie de versão 2.0, e que ambos os modelos partilham, sendo que, no caso do CH-R+, tal opção assegura não somente um aumento no comprimento (+16 cm) e um habitáculo mais espaçoso (mas também decalcado do estreado no bZ4X, com ecrã central de 14”, entre outros mimos),  além de uma bagageira com 416 litros, como, também e não menos importante, a mesma base técnica renovada.

Como motorizações, três opções de trem de força, a começar num tracção dianteira de 167 cv com bateria de 57,7 kWh (valor bruto), seguido de uma “evolução” com 224 cv e bateria de 77 kWh, com a oferta a terminar no topo de gama, AWD, com 343 cv e bateria de 77 kWh de capacidade. Versão para a qual a Toyota anuncia, de resto, uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 5,2s, embora sem explicitar se será esta a ostentar a autonomia maior de até 600 km.

Nos carregamentos, a introdução de um sistema de pré-aquecimento da bateria capaz de prometer ligações à tomada mais curtas, aproveitando igualmente e em ambiente doméstico, as capacidades de um carregador de bordo de 11 kW (22 kW em opção). Já em pontos de carga rápida, a potência debitada pode chegar aos 150 kW, com a Toyota a não avançar, no entanto, tempos de carregamento.

A procurar sossegar os clientes, a garantia de que, com o uso correcto, a bateria será capaz de manter um mínimo de 70% da sua capacidade original, após 10 anos de utilização ou 1 milhão de quilómetros percorrido.

O lançamento do C-HR+ em Portugal fica desde já previsto para o primeiro trimestre de 2026, com preços que serão conhecidos mais próximo do lançamento.

bZ4 renova-se mais potência e autonomia

Quanto ao já conhecido bZ4x, apresentou-se em Bruxelas renovado, não apenas no exterior, com alguns ligeiros retoques, e no habitáculo, com um novo design interior e novo painel de instrumentos, como, também e principalmente, com melhores atributos técnicos e de autonomia.

Na base destes avanços, a adopção de novos motores elétricos e transmissão (os chamados eAxle), que a Toyota diz serem agora mais compactos, leves e energicamente eficientes, mas também de duas novas opções de bateria, com 57.7 kWh e 73, 1 kWh de capacidade bruta.

Igualmente novo no modelo é a possibilidade de optar por um carregador de bordo de 22 kW (opcional), mantendo-se a potência máxima de carregamento DC nos 150 kW, além da introdução de uma função de pré-condicionamento da bateria, para menos tempo de ligação à tomada, e que tanto pode ser ativada de forma automática, como manualmente.

Em Portugal, onde estarão disponíveis duas versões - bateria de 57.7 kWh com 156 cv e bateria de 73.1 kWh com 224 cv -, ambas com sistema de tração apenas dianteira, o renovado Toyota bZ4X é aguardado já para setembro.

Urban Cruiser chega em 2026

Finalmente, como terceira e última novidade (elétrica) apresentada pela marca-mãe, no Toyota Kenshiki Fórum de 2025, o já esperado Urban Cruiser, pequeno (?) crossover elétrico de segmento B que fez a sua estreia europeia no último Salão Automóvel de Bruxelas, em janeiro, e que vê agora desvendados os seus atributos técnicos para o Velho Continente.

Assim e com o objectivo de fazer frente a propostas como o Peugeot e-2008, o Toyota Urban Cruiser promete apresentar-se perante os portugueses com duas versões, ambas de tração apenas dianteira, com 144 e 174 cv de potência, e baterias LFP de 49 kWh e 61 kWh, respectivamente. E com as quais o crossover nipónico anuncia 300 e 400 km de autonomia.

Anunciando não somente a estreia do novo visual exterior “Urban Tech”, como também uma habitabilidade capaz de rivalizar com a de modelos de segmento superior, fruto, desde logo, dos 2,70 m de distância entre eixos, além de um sistema de bancos traseiros deslizantes, o Urban Cruiser deverá chegar a Portugal no final do primeiro trimestre de 2026, com preços ainda por anunciar.

Vários elétricos, a mesma abordagem multitecnologias

Apesar de todos estes elétricos, com os quais a Toyota Motor Corporation (TMC) pretende elevar para 14 o número total de Veículos Elétricos a Bateria (BEV), da Toyota e da Lexus, que pensa disponibilizar na Europa até 2026, garantido ficou, igualmente, que o maior fabricante mundial de automóveis não pretende abdicar da estratégia multitecnologias que tem vindo a procurar afirmar, há já vários anos.

Assim e ao mesmo tempo que a Lexus também se prepara para lançar mais três novos elétricos, a TMC promete continuar a investir em vários outros tipos de motorizações, “desde os híbridos flex-fuel na América do Sul até aos novos ‘sedans’ a pilha de combustível no Japão”.

Ao mesmo tempo, o fabricante assume continuar a “explorar o potencial dos combustíveis neutros em carbono”, para aplicação nos automóveis de estrada, aproveitando o know-how que tem vindo a recolher, nomeadamente, na competição, com carros como o GR010, o GR Yaris Rally 1 e o GR Supra GT4. Todos eles a utilizar combustíveis 100% renováveis.

A par desta aposta, a Toyota garante ainda apoiar “a abordagem tecnologicamente neutra da UE para a redução das emissões de carbono”, nomeadamente, com a sua tecnologia de pilha de combustível a hidrogénio, cuja atual terceira geração se revela mais compacta, eficiente (+20%) e capaz de cumprir um milhão de quilómetros, sem necessidade de manutenção.

Também neste domínio, a TMC disse estar a trabalhar com parceiros como a HRS e a Engie para criar, até 2030, uma rede europeia de abastecimento de hidrogénio, para o transporte pesado. No âmbito da qual será assegurado um posto de abastecimento a cada 200 km.