Hoje em dia um dos best-sellers da marca sul-coreana, também em Portugal, o Hyundai Kauai N Line + Navi faz da força da imagem e do equipamento, a principal arma para disfarçar as limitações de um pequeno 1.0 T-GDi, cujo maior argumento é, sem dúvida, o preço. Mas, será esta união suficientemente forte?...
Hoje em dia a carroçaria que mais cresce na Europa, também não restam dúvidas de que o Hyundai Kauai é uma das propostas do género, que melhor tem vindo a capitalizar esse grande fenómeno em que se tornaram os SUV e crossovers. E, principalmente, no segmento a que o modelo pertence, o dos B-SUV.
Entre as razões para este facto, uma estética exterior tão personalizada quanto consensual, que claramente "caiu no goto" dos consumidores europeus, hoje em dia já rendidos, não somente à postura, como a muito outros argumentos deste crossover. Que o nível de equipamento N Line acaba, sem dúvida, por acentuar e enriquecer, através do assegurar de elementos com os faróis dianteiros e traseiros em LED, as jantes em liga leve de 18" ou até mesmo da dupla saída de escape.
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Foto: Turbo[/caption] Deixando para o domínio do opcional e, como tal, pago à parte, pouco mais do que a bonita pintura metalizada Cinza, com um preço de 350 Euros...
INTERIORContudo, não é apenas no exterior que a opção pelo nível de equipamento N Line marca a diferença. Pois, também no habitáculo, é fácil apercebermo-nos das diferenças garantidas por esta escolha.
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A diferenciação começa, desde logo, nos pespontos de cor vermelha no volante, nos bancos com estofos exclusivos N Line e no fole da caixa de velocidade, com a mesma tonalidade a surgir no centro das saídas de ar e no punho da caixa. Onde, aliás, também é possível observar o 'N' da divisão de performance da Hyundai, a par de um evoluir claro nos revestimentos, que também se nota nos pedais e apoio de pé esquerdo, ambos com elementos anti-derrapantes.
Quanto ao resto, a mesma estética e soluções ergonómicas já conhecidas das restantes versões da família Kauai, que acabam contribuindo para um ambiente funcional, marcado por uma qualidade de construção agradável, ainda de que dominada pelos plásticos rijos. Nalguns espaços, complementados por comandos físicos de fácil acesso e intuitivos, assim como por alguns espaços de arrumação de capacidade suficiente para despejarmos tudo aquilo que hoje em dia transportamos connosco. Mesmo que e no caso do alçapão na base da consola central, a ter de servir igualmente para albergar o sistema de carregamento wireless para (alguns) smartphones...
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Foto: Turbo[/caption] Quanto à posição de condução, um pouco mais elevada, como, aliás, já seria de esperar numa proposta com ambições SUV. Embora e no caso do banco, a somar não somente os sempre importantes ajustes, como também um óptimo apoio lateral. O que, em conjunto com a possibilidade de regulação em altura e profundidade do volante, com óptima pega, acaba permitindo uma fácil leitura do painel de instrumentos policromático de 10,25", sem possibilidades de configuração, assim como um bom acesso a ecrã táctil de 8" a cores, destacado do tablier. Em qualquer um dos casos, proporcionando uma utilização bem mais fácil e convincente que, por exemplo, óculo traseiro...
Igualmente em bom plano, a habitabilidade, nomeadamente para quatro ocupantes, já que um quinto, no suposto lugar do meio, é recebido por um banco mais estreito e saliente. Tendo como único benefício o facto do túnel de transmissão não ser demasiado saliente... e poder desfrutar, tal como os restantes, de um fácil acesso ao habitáculo.
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Foto: Turbo[/caption] Na bagageira, de fácil acesso, uma capacidade de carga inicial fixada nos 352 litros, mas que a possibilidade de rebatimento 60/40 das costas dos bancos traseiros, no seguimento do piso, permite aumentar para os 1156 litros. Acrescidos, ainda, de uma prateleira (pouco funda) que fica por baixo do piso falso, sob a qual está ainda o pneu sobressalente...
MECÂNICAEmbora até há bem pouco disponível no mercado nacional com outras motorizações, não apenas a gasolina como também a Diesel e 100% Elétrico, a verdade é que, neste momento, exceptuando a versão EV, o Kauai surge no site oficial da marca sul-coreana com um só motor: o 1.0 T-GDi a gasolina de 120 cv.
Basicamente, trata-se de um pequeno três cilindros turbo com 998cc de cilindrada, a debitar 120 cv de potência e 172 Nm de binário, logo a partir das 1.500 rpm, que tem o apoio de uma caixa manual de seis velocidades agradável no operar. Mas que, infelizmente, pouco consegue fazer para ajudar a tornar o desempenho (um pouco) mais emocionante, conforme fica demonstrado nas prestações modestas, como é o caso dos 11,9s na aceleração 0-100 km/h, ou até mesmo dos 180 km/h de velocidade máxima.
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Foto: Turbo[/caption] De resto e para conseguir algo mais do pequeno tricilíndrico, só mesmo mantendo as rotações acima das 2.000 rpm, o que, naturalmente, acaba tendo os seus custos em termos de consumos. Com os prometidos 6 l/100 km, que são o registo oficial, a dispararem para uns bem menos agradáveis 8 l/100 km, e isto sem puxar muito, através de uma utilização composta maioritariamente de auto-estrada, ainda que pautada por uma óptima insonorização.
TECNOLOGIAApostando mais no estilo, que propriamente no conteúdo, ainda assim, este Kauai 1.0 T-GDi N Line com pacote Navi não deixa de ostentar alguns conteúdos tecnológicos interessantes. A começar nos faróis dianteiros e traseiros Full LED, acesso e sistema de arranque sem chave, e painel de instrumentos "Supervision Cluster" de 10,25" policromático. Neste caso, acompanhado de um ecrã táctil central de 8" que é parte do sistema de informação e entretenimento já com integração de smartphone Apple CarPlay e Android Auto sem fios, e a que a acresce ainda o sistema de navegação e a base para carregamento wireless de smartphones.
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Foto: Turbo[/caption] Já no domínio da segurança e apoio à condução, destaque para a presença da (valiosa) câmara traseira de auxílio ao estacionamento, conjugada com sensores traseiros, além de tecnologias como a manutenção na faixa de rodagem (um pouca brusca na atuação), alerta de arranque do carro que segue à nossa frente e aviso de colisão frontal iminente.
AO VOLANTECompetente na forma como lida com a estrada, garantindo inclusivamente uma boa dose de conforto, também é verdade que este Kauai 1.0 T-GDi beneficia do facto de contar com um propulsor que pouca capacidade tem para colocar à prova as aptidões do chassis. Ou até mesmo da maior distância ao solo da carroçaria.
Sem quaisquer aspirações na "corrida dos semáforos" ou até mesmo a momentos de emoção ao volante, fica assim clara a vocação deste três cilindros para uma utilização mais citadina e, preferencialmente, encarada de forma mais despreocupada. Algo, aliás, bem patente também no desempenho da direcção, leve e a destacar-se na facilidade de utilização.
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Foto: Turbo[/caption] Já fora do pára-arranca e por estrada aberta, um percepcionar mais notório das limitações do bloco, com pouco fôlego para recuperar andamentos de forma pronta e a pedir, invariavelmente, tempo e (algum) espaço. Por exemplo, nalgumas ultrapassagens encaradas mais nos limites... que, preferencialmente, não deverão acontecer.
VEREDICTOConcebido claramente em função do preço, mas também do estilo, o Hyundai Kauai 1.0 T-GDi N Line + Navi assume-se, assim, como um modelo que, simplesmente, fica bem nas voltas e contravoltas pela cidade. Deixando uma boa imagem por onde quer que passe.
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Foto: Turbo[/caption] Depois e a juntar ao impacto causado em que o vê passar, junta-se um ambiente agradável para quem com ele passeia, funcional e com boa habitabilidade, que a opção pela versão N Line torna ainda mais prazenteira. Ainda que não o suficiente para esconder a fraca ambição de um motor que, pobre nas prestações, acaba ficando aquém da imagem do conjunto.
Gostámos
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Estética exterior Com uma imagem de família já bastante personalizada, o Kauai acaba conquistando, nesta versão N Line, um toque desportivo que só lhe fica bem. Ainda para mais, valorizado por apontamentos como as jantes de 18" ou a dupla ponteira de escape. |
Equipamento Inquestionavelmente mais rico e atraente com a integração do nível de equipamento N Line, não é menos verdade que este crossover sul-coreano já possui, na versão base, argumentos que lhe permitem sobressair num segmento cada vez mais competitivo. |
Posição de condução Assumindo sem pejo uma posição de condução mais alta, o Kauai N Line acresce a esse argumento um banco também com bom apoio lateral e confortável. Além de com todos os ajustes necessários, com, aliás, acontece com o volante. |
Não Gostámos
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Prestações Apesar da imagem a prometer maior emoção ao volante, a verdade é que não será com este 1.0 T-GDi de 120 cv que o crossover sul-coreano conseguirá corresponder ao prometido. Sendo que até mesmo as prestações oficiais o demonstram... |
Consumos E se as prestações dificilmente poderão ser razão de escolha, o mesmo se poderá dizer dos consumos, excessivos para uma proposta não apenas de vocação citadina, como, ainda por cima, pensada para uma utilização descontraída. |
Pásticos Falamos de uma proposta destinada a um segmento em que, não raras vezes, é o preço final que tudo dita. Razão pela qual os plásticos rijos acabam recebendo maior complacência... o que, ainda assim, não impede que sejam merecedores de críticas. |
