A Fiat reforçou a oferta da gama Panda com a introdução da nova versão Sport, que combina uma imagem mais desportiva com uma motorização a gasolina com tecnologia microhíbrida e estreia um ecrã tátil. Apesar do aspeto desportivo e da identificação, as aparências iludem porque esta versão não está vocacionada para ritmos muito apressados.
O pequeno Panda é um dos modelos históricos da Fiat e uma das referências do segmento A. Passadas quatro décadas após o lançamento da primeira geração, o citadino da marca italiana adaptou-se aos tempos modernos com a introdução de uma carroçaria com aspeto de SUV (não o sendo), uma motorização a gasolina microhíbrida (mild hybrid) e uma nova versão Sport que se veio juntar às Life e Cross
O novo Panda Sport, que recentemente entrou em comercialização, dirige-se essencialmente a um público jovem e dinâmico, distinguindo-se exteriormente pelas novas jantes em liga leve bicolores "Sport" de 16 polegadas com centro de roda preto e vermelho, puxadores e capas dos retrovisores na cor da carroçaria e exclusivo logo cromado "Sport" na lateral, por cima do indicador de mudança de direção.

A unidade ensaiada apresenta ainda uma nova cor exclusiva da carroçaria em cinzento mate, que integra a lista de opcionais, assim como as pinças dos travões dianteiros em vermelho ou os vidros traseiros escurecidos, sendo que estes últimos estão integrados no denominado Pack Pandemonio.
INTERIORNão obstante um comprimento exterior de 3,69 metros e uma largura de 1,69 metros, o Panda Sport Hybrid consegue receber no seu interior quatro ocupantes. O espaço é suficiente à frente mesmo para pessoas com pernas mais longa, graças à possibilidade de recuo dos bancos, enquanto que atrás é satisfatório.
Mais acanhada é a bagageira, com uma capacidade de apenas 225 litros, que, no entanto, pode ser ampliada para os 870 litros, com o rebatimento dos assentos traseiros. Estes últimos, porém, possuem uma configuração de três lugares (opção) e só rebatem por inteiro, inviabilizando a possibilidade de transporte de um ocupante, se não for necessário utilizar a capacidade total da bagageira.

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O painel de instrumentos possui dois mostradores tradicionais, para o velocímetro e o conta-rotações. Ao centro encontra-se um ecrã monocromático, que permite ao utilizador aceder aos dados do computador de bordo.
Referência ainda para a consola central, que na parte central inclui o selector da caixa de velocidades, os comandos dos vidros elétricos - numa posição familiar para os proprietários de veículos da Fiat, mas algo estranha para os restantes - ou do ar condicionado manual. A ativação do modo de condução City ou do Start-Stop também é realizada por comandos físicos.

O Panda Sport recebe a unidade motriz 1.0 FireFly Hybrid de 70 cv, já conhecida do Fiat 500 Hybrid, que combina o motor de três cilindros de 1,0 litro com um motor elétrico BSG (Belt-Integrated Starter Generator) de 12 volts.
A energia do motor elétrico é fornecida por um pequena bateria de iões de lítio e que tem uma capacidade de 11 Ah, apenas o suficiente para dar uma pequena ajuda de 3,6 kW no início das acelerações. Isto significa que não existe a possibilidade de circular apenas com recurso ao motor elétrico. A bateria é recarregada em andamento durante as desacelerações e as travagens.

O motor 1.0 FireFly Hybrid está associado a uma versão mais evoluída da caixa manual de seis velocidades, com uma sexta relação especificamente escalonada para a economia.
Em termos de prestações, a marca anuncia uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 14,7 segundos e uma velocidade máxima de 155 km/h.
TECNOLOGIAO posicionamento de preço do Panda Sport não lhe permite ter um painel de instrumentos digital, mas já passou a contar com um novo rádio com ecrã tátil de sete polegadas com sistema digital DAB, compatível com Apple CarPlay e Android Auto, para completa integração com o smartphone. Este último pode ser colocado num prático suporte acima do rádio.
Localizado na parte superior da consola central, este ecrã tátil dá um toque de sofisticação a um ambiente relativamente espartano do Panda Sport, oferecendo ainda uma prática entrada USB. A parte inferior acomoda um conjunto de botões físicos para funções como o modo de condução "City", Start/Stop, regulação das luzes, ar condicionado.

O painel de instrumentos oferece indicadores básicos das fases de regeneração e da carga da bateria, assim como um indicador de mudança de velocidade, que aconselha a altura certa para fazer as mudanças de caixa.
O equipamento de série compreende ainda o fecho centralizado de portas com telecomando, vidros elétricos dianteiros, os faróis de nevoeiro. Já os retrovisores elétricos com desembaciador e sensor de temperatura exterior integram a lista de opcionais, assim como os sensores de estacionamento traseiros.
AO VOLANTEA posição de condução do Panda Sport é relativamente elevada, mas não chega a ser a de um SUV. O banco do condutor tem regulação em altura, inclinação e profundidade, permitindo obter a melhor posição atrás do volante. Este último também é ajustável, mas só em altura. Referência ainda para o excelente tacto oferecido pelo volante com revestimento em ecopele no caso da unidade ensaiada (opção).
Para facilitar as manobras em ambiente urbano, está disponível o modo City, que torna a direção mais leve. O motor de três cilindros de 1,0 litro oferece um comportamento honesto, estando vocacionado para uma condução tranquila.

A caixa manual de seis velocidades permite explorar as potencialidades do propulsor, sendo aconselhável fazer as passagens muito cedo, tal como aconselha o indicador. Nos regimes mais elevados, o propulsor faz jus à designação "Sport" desta versão, mas só em termos de ruído porque as prestações não correspondem ao som oriundo do compartimento do motor. Nem poderiam porque para acelerar dos 0 aos 100 km/h são necessários 14,7 segundos e a velocidade máxima não vai além de 155 km/h.
Por sua vez, a fase de regeneração sente-se com facilidade quando se levanta o pé do acelerador, permitindo otimizar o consumo de combustível que no caso do ensaio se cifrou nos 5,7 l/100 km, um valor que não sendo escandaloso está acima dos 5,3 l/100 km em ciclo WLTP anunciados pelo fabricante.
Com suspensão alta e pneus 195/45 R16, o Panda Sport Hybrid tem alguma dificuldade em digerir as irregularidades dos maus pisos, penalizando o conforto a bordo.
VEREDICTOProposto por 15.572 euros, o Panda Sport Hybrid dirige-se a uma clientela jovem que procura um automóvel citadino com uma imagem mais desportiva, consumos comedidos e com algum equipamento de conforto, que já inclui um ecrã tátil na consola central que permite o emparelhamento com o smartphone ou ar condicionado. O espaço interior é maior do que parece, permitindo transportar quatro adultos de estatura mediana sem grandes constrangimentos. Para utilização essencialmente urbana ou pendular sem grandes pressas, esta versão do Panda poderá ser uma hipótese a considerar pela sua relação custo / benefício.
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Imagem exterior Um dos argumentos da versão Sport é a imagem exterior mais cuidada e sofisticada para agradar a uma clientela mais jovem, que inclui uma nova pintura em tom cinzento mate, mas integra a lista de opcionais e custa 800 euros. | Ecrã tátil 7" O Panda Sport Hybrid faz a estreia na gama de um ecrã tátil de sete polagadas, com rádio DAB, ligação por Bluetooth para permitir o emparelhamento a um smartphone e compatibilidade com Apple CarPlay ou Android Auto. | Caixa seis velocidades O motor 1,0 FireFly Hybrid está associado a uma caixa manual de seis velocidades, que se revelou bem escalonada e precisa, ajudando a tirar o melhor aproveitamento do propulsor para o condutor manter um ritmo mais vivo. |
Não Gostámos
Rebatimento assentos O Panda Sport oferece a possibilidade, em opção, de rebatimento do assento traseiro, permitindo ampliar a capacidade da bagageira. Porém, esta configuração de três lugares só permite o rebatimento por inteiro, inviabilizando o transporte de uma pessoa atrás. | Motor ruidoso O pequeno motor 1.0 FireFly Hybrid revelou-se bastante ruidoso quando funciona em regimes de rotação mais elevados, dando a sensação de que se está a circular a uma velocidade bastante superior à indicada no velocímetro. | Interior tristonho Para não penalizar o preço final, os materiais utilizados a bordo são quase todos duros ao toque e demasiado escuros, transmitindo um ambiente demasiado sombrio e tristonho num veículo vocacionado para um público mais jovem. |