Depois de um trajecto de sucesso feito a gasolina, o eterno Fiat 500 também já é 100% elétrico. Escolha que, no entanto, o tornou não apenas mais amigo do Ambiente, como também e no caso da versão La Prima, um pequeno mas verdadeiro luxo!
Numa época em que o Automóvel procura regressar àquilo que já foi - sim, no início, também era elétrico... -, embora desta feita por razões distintas e que se prendem com o Ambiente, até mesmo os modelos que mais confortavelmente viviam na combustão, como era o caso do Fiat 500, foram obrigados enveredar pela mudança.
Assim e depois de uma primeira experiência, de pouco sucesso, nos EUA, o pequeno Fiat de imagem retro, passa a estar disponível, também na Europa, com uma (nova) motorização elétrica. Introduzida, aliás, em conjunto com uma nova geração, marcada não apenas por esta nova forma de mobilidade, mas também um novo luxo. E num citadino que, afinal, até nasceu popular.
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Foto: Carlos Moura/Turbo[/caption] Exemplo perfeito deste novo posicionamento e que também procura explicar um preço nada... popular, é a versão de lançamento 'La Prima', aqui em análise, e que, num pequeno corpo ligeiramente aumentado face à geração anterior - 5,6 cm em comprimento, 6,1 cm largura, 4 cm em altura... - e com vias mais largas (+5 cm), procura transmitir não apenas maior estatuto e qualidade, como também um ar mais... másculo. Mantendo, contudo, aqueles que são os elementos mais identitários do modelo, como é o caso das ópticas redondas, embora também elas reformuladas, para ganharem um ar muito mais moderno. O mesmo acontecendo com o logótipo da Fiat à frente, trocado por um novo emblema '500', ou, ainda e até mesmo, da capota em lona com nova decoração. Mantendo, contudo, a abertura/fecho totalmente elétrico, mediante o simples pressionar de um botão, e que pode ser accionada a velocidades até 100 km/h... LEIA TAMBÉM Fiat 500e. O primeiro elétrico da Fiat
Resumindo: um look muito mais exclusivo, estatutário até, a que não falta sequer placas com o número específico da unidade em causa, tudo isto, num corpo que, mantendo a ligação às linhas retro do passado, já não quer ser apenas um citadino. Mesmo que o propulsor assim possa querer afirmar-se... INTERIOREmbora baseado numa nova plataforma, concebida a pensar, em exclusivo, em veículos elétricos, e que também acabou trazendo um ligeiro crescimento nas dimensões exteriores, a verdade é que, nem mesmo assim, o Fiat 500e ganhou melhor habitabilidade, face ao antecessor. Particularmente, nos bancos de trás, onde o espaço para dois adultos continua a ser exíguo, ou, pelo menos, quase tanto quanto a bagageira, onde o espaço de carga, mesmo sem ser prejudicado pela capota de lona, quando rebatida, não vai além dos 185 litros. Pouco, muito pouco...
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Foto: Turbo[/caption] A suavizar esta sensação de... claustrofobia, uma posição de condução melhorada face à geração anterior, desde logo, um pouco mais baixa e bastante confortável, ainda que sem o apoio lateral que podia/devia ter. Mas a que há que somar ainda os vários ajustes, também do volante de óptima pega, além do bom apoio de pé esquerdo, fácil acesso a comandos e ecrãs, mas também uma inesperada má visibilidade traseira, que só a presença de uma câmara consegue obviar.
Finalmente e num habitáculo onde se nota a evolução, tanto nos materiais, como na qualidade da construção - ainda assim, não se pode dizer que os plásticos rijos acabaram... -, pormenores invulgares e até algo deliciosos, como é o caso da abertura das portas, por botão - pelo sim, pelo não, também lá está, um pouco mais abaixo na porta, uma alavanca... -, garantem, a par do painel de instrumentos 100% atraente e muito completo na informação, ou ainda do vistoso e mais reactivo ecrã táctil de 10,25", uma sensação de upgrade qualitativa, muito meritória. Embora já o mesmo não se possa dizer dos espaços de arrumação, cuja escassez acaba destoando... MECÂNICANesta nova motorização já sem pinga de combustível fóssil, o Fiat 500e opta, antes, por um só motor elétrico de 118 cv e 220 Nm de binário, a funcionar em conjunto com as rodas dianteira, e que, apoiado numa bateria de iões de lítio com uma capacidade útil de 37,8 kWh (42 kWh anunciados), consegue consumos na ordem dos 15,7 kWh/100 km, a par de autonomias (reais) na ordem dos 260 quilómetros. Valores que, ainda assim, não ficam tão longe quanto isso dos 14,9 kWh/100 km de consumo oficial anunciado, ou até mesmo dos 299 km de autonomia em ciclo combinado prometidos...
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Foto: Turbo[/caption] Quanto a carregamentos, a possibilidade de recorrer a potências de carga, em modo rápido (DC), até 85 kW, e, em modo normal (AC), até 11 kW. Sendo que, numa tomada de 2,3 kW, um carregamento completo demorará 15h25m, enquanto, numa tomada de 11 kW, o tempo desce para 4h25m. Já num posto com uma capacidade de 85 kW, a possibilidade de repor até 80% da capacidade da bateria, em não mais que 35 minutos...
Sujeito à realidade do dia-a-dia, a confirmação de um sistema de propulsão perfeitamente adequado ao pequeno - e agora mais pesado - 500e, capaz de garantir de respostas enérgicas e elevada desenvoltura. Isto, com a capacidade de arranque, a permitir atingir os 50 km/h em 3,1s, a ser apenas a qualidade que primeiramente se destaca...
Importante, é, no entanto e também, a presença do sistema com três modos de funcionamento, a começar pela opção Normal, e que coloca o 500e a rodar praticamente sem que o sistema de travagem regenerativa se faça notar. Algo que, pelo contrário, já não acontece no modo Range, o qual permite, inclusivamente, conduzir utilizando apenas e só o acelerador. Embora com o sistema de recuperação de energia a ter a sua acção mais enérgica, com o modo Sherpa ligado, e que é, também, a forma de fazer prolongar, ao máximo possível, a energia existente nas baterias. Ainda que limitando a velocidade máxima a apenas 80 km/h, ao mesmo tempo que impossibilita a utilização de sistemas acessórios, como o ar condicionado ou o aquecimento dos bancos.
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Foto: Carlos Moura/Turbo[/caption] Tudo, para poupar energia.
TECNOLOGIALuxuoso na forma como se apresenta, o Fiat 500e La Prima deve grande parte dessa ostentação, também à tecnologia que exibe. A começar, pelos já referidos painel de instrumentos 100% digital e sistema de infoentretemento, com ecrã táctil de 10,25" a cores, agora mais funcional e rápido. Mas a que também se junta o sistema Uconnect Link com emparelhamento via Apple CarPlay e Android Auto, uma estação de carga sem fios para smartphones, ar condicionado automático, espelho retrovisor interior electrocromático, câmara de estacionamento traseira com linhas dinâmicas e entrada e arranque do motor sem chave. Já para não falar na oferta de EasyWallbox, para instalar em casa.
Igualmente em excelente plano, no automóvel, os sistemas de segurança e apoio à condução, como os faróis em LED, a regulação automática de máximos, sensores de luz e chuva, sensor de detecção de fadiga, reconhecimento de sinais de trânsito com Assistente Inteligente de Velocidade, a Travagem Autónoma de Emergência com detecção de peões e ciclistas, a Monitorização de Ângulos Mortos, Condução Assistida de Nível 2 (Fiat Co-Driver), Aviso de Transposição de Faixa, Manutenção do Carro no Centro da Faixa de Rodagem e Sensores de Estacionamento.
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Foto: Turbo[/caption] AO VOLANTE Embora agora mais pesado (1.440 kg) e um tudo-nada maior, a verdade é que o Fiat 500e reforçou, com esta nova geração, as suas características dinâmicas, aproveitando não somente as facilidades na aceleração proporcionadas pelo sistema de propulsão elétrico, como também o pouco mais de firmeza na suspensão, que veio garantindo uma maior resistência às transferências de massas. Ainda que, quer a direcção, quer os travões, não escondam a sua vocação mais citadina, sem grande feedback ou peso.
Já fora da cidade, a confirmação de que 500e está um citadino mais adulto, estável e menos "balanceante", nomeadamente, quando por trajectos mais sinuosos e feitos a velocidades um pouco mais altas. Ainda que e a partir do momento em que o piso se degrade, seja de esperar algumas "beliscadelas" no conforto dos ocupantes.
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Foto: Carlos Moura/Turbo[/caption] Finalmente e embora sendo motivo de alegria, principalmente, a partir do momento em que o tempo primaveril - não, quente... - se instala, a constatação de que, mesmo com a capota fechada, a insonorização do habitáculo é aspecto que ainda pode ser melhorado. Mesmo que, para muitos condutores, tudo isto seja ultrapassável com um pouco mais de som no rádio.
VEREDICTOÉ caso para dizer que, mais parece que o Fiat 500 entrou na maturidade! Pois, impulsionado, desde logo, por um trem de força mais "consciente" e de claras preocupações ambientais, mas que e ao mesmo tempo também garante maior desenvoltura e prestações, o utilitário italiano passa, igualmente, a ostentar, uma postura mais madura e até estatutária, a apontar, também, para outras clientelas de bolsos mais abastados. E que, diga-se, mais rapidamente se sentirá atraída, quer pela evolução exibida no habitáculo, como pelas tecnologias e luxos que se juntam.
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Foto: Carlos Moura/Turbo[/caption] Aliás e a pensar nesta clientela, também ela mais... madura, questões como as da habitabilidade, muito limitada, ou da bagageira, ainda mais pequena, terão, certamente, ainda menos peso, que os 38 mil euros que este novo Fiat 500 custa...
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Imagem Já era um dos pontos fortes do pequeno citadino, mas a verdade é que, nesta nova geração, o argumento reforçou-se! E muito... |
Equipamento Produto para um segmento em que o preço costuma ser o mais importante, o novo Fiat 500e decidiu perverter a "lógica" instituída e vestir-se de luxo! |
Sistema de propulsão elétrico Embora não houvesse muitas dúvidas quanto às vantagens da transformação do 500 em EV, o resultado final acabou sendo ainda melhor que o esperado. |
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Preço OK, está um verdadeiro luxo, tem tudo e mais alguma coisa que nos possamos lembrar - mas não tem sobressalente... -, mas, ainda assim, continua a ser um pequeno e compacto citadino! E, pedir 38 mil euros, por um "mero" citadino... |
