Um transportador helvético percorreu 3000 km com um camião Volvo FH Electric numa viagem de ida e volta entre a Suíça e a Espanha. Apesar da distância efetuada pelo camião elétrico da Krummen constituir um novo recorde na história do transporte rodoviário elétrico também demonstrou que a infraestrutura de carregamento europeia ainda deixa muito a desejar.
O operador helvético Krummen Kerzers reivindicou ter batido um novo recorde com camiões elétricos, tendo percorrido 3000 quilómetros numa viagem de ida e volta entre a Zurique, na Suíça, e Valência, no sul de Espanha.
Boris Jost, proprietário e diretor executivo da Casa del Mas – uma cadeia de lojas suíça especializada na venda de citrinos, e Peter Krummen, vice-diretor da transportadora Krummens Kerzers manifestaram o seu agrado por esta epopeia elétrica.
A Casa del Mas tem vindo a importar citrinos produzidos em plantações sustentáveis há vários anos, sendo o transporte assegurado pela Krummen Kerzers. “Além da produção orgânica da nossa fruta, o transporte sustentável para a Suíça também é importante para nós. Por isso estamos particularmente satisfeitos que o teste com o camião elétrico tenha sido um sucesso”, afirma Boris Jost.
Apesar do projeto-piloto ter demonstrado que um camião elétrico pode efetuar um transporte de longo curso à semelhança de camião diesel, a viagem também revelou que mesmo com um planeamento cuidadoso, o carregamento continua a ser um desafio devido a uma infraestrutura exígua.
Aventuras várias
Quando a empresa começou a delinear a rota para Espanha, tornou-se evidente que a viagem entre Kerzers, na Suíça, e Barcelona era viável, mas os últimos 450 quilómetros até Canals eram mais complicados porque existem apenas alguns pontos de carregamento ao longo da rota e estes são de difícil acesso para um camião.
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O motorista Balint Schnell, que trabalha há cinco anos para a Krummen Kerzers, teve alguns momentos complicados que se apercebeu que a infraestrutura era tão escassa. Mesmo antes de chegar ao último ponto de carregamento antes do destino final, o nível de carga da bateria era tão baixo que nada funcionava no veículo.
Mas esta não foi a única aventura que o motorista teve durante a viagem: “Em Espanha, os automobilistas bloquearam a estrada principal para verem melhor o camião elétrico”, recorda Balint Schnell.
Custo de energia superior ao esperado
Ao fazer o balanço, a Krummen aponta alguns factos menos positivos: a viagem a Espanha demorou mais um dia do que com um camião diesel, o custo de energia foi superior ao esperado e as janelas de carga e descarga mais apertadas.
Todavia, com o aumento da infraestrutura de carregamento nas autoestradas europeias e os avanços na tecnologia das baterias, os camiões elétricos também irão desempenhar um papel importante no transporte de longo curso. Pelo menos essa é a expectativa da Krummen Kerzers.
“Recorde ou não, o que foi decisivo para nós é que esta viagem deu-nos um importante contributo acerca da utilização de camiões elétricos no transporte internacional de longo curso e poupamos quase três toneladas de emissões de dióxido de carbono”, sublinha Peter Krummen.