Novas baterias, mais baratas e com maior autonomia, e o reforço da oferta de veículos elétricos com uma gama de seis modelos até 2026 testemunham a forte aposta da Toyota no Automóvel 100% elétrico.
Alcançar a neutralidade carbónica em 2035 é o compromisso da Toyota, reiterado no Fórum Kenshiki, em Bruxelas, onde a marca japonesa desvendou mais detalhes sobre a estratégia de eletrificação que considera essencial para alcançar aquele objetivo.
Na Europa, que a Toyota considera ser o espaço onde a infraestrutura elétrica está mais avançada, a gama da marca japonesa será composta, já em 2026, por seis modelos 100% elétricos.
O automóvel a bateria (BEV) não é, porém, a única aposta da Toyota que continuará a desenvolver a tecnologia da pilha de combustível (hidrogénio), híbridos elétricos, híbridos plug-in e motores capazes de utilizar os chamados combustíveis sintéticos. Todas estas tecnologias estarão, de uma forma ou de outra e em momentos diferentes, disponíveis na Europa.
A grande aposta para a Europa, pelas razões referidas, são os automóveis. A juntar ao bZ4X e ao modelo que nascerá a partir do "Compact SUV Concept", revelado há um ano, já no primeiro semestre de 2024 será lançada uma nova proposta com base no "Urban SUV Concept", a que se seguirá, em 2025, um quarto modelo derivado do "Sport Crossover Concept", visto pela primeira vez em Bruxelas. Dois novos estudos serão revelados no final do próximo ano para ir ao encontro do objetivo da Toyota de ter uma gama de seis modelos 100% elétricos em 2026.
Baterias mais baratas e mais eficientes
A Toyota anunciou, também, que está a trabalhar em novas baterias para um horizonte que se estende para lá de 2026. As metas estabelecidas são o aumento das autonomias, a redução do tempo de carga e a diminuição dos custos. Tudo isto tendo em vista proporcionar o acesso à mobilidade elétrica a um maior número de pessoas.
A primeira dessas baterias terá uma estrutura idêntica às atuais mas será capaz de assegurar uma autonomia duas vezes superior e custar 20% menos comparativamente à que está hoje montada no Toyota bZ4X.
O passo seguinte será a introdução de uma nova bateria classificada de "low-cost" com um novo formato e uma estrutura bipolar. A principal novidade será a utilização de um composto à base de lítio e fosfato de ferro (LFP) como material principal, que tem a vantagem de ser mais barato. Sempre tendo como comparação o bZ4X, o propósito é aumentar a autonomia em 20% e reduzir os custos em 40%.
Quanto à terceira opção, que a Toyota denomina de bateria de alta performance, utilizará aquilo que os seus técnicos designam de tecnologia bipolar, com um cátodo em níquel. A promessa é de custos ainda mais baixos e uma maior autonomia.
Andrea Carlucci, vice-presidente da Toyota, garante, ainda, que a marca continua a desenvolver a tecnologia das baterias de estado solido, para muitos apontado como o passo mais importante para a afirmação em definitivo da mobilidade elétrica.
Essa é, também, a convicção da Toyota, com Carlucci a anunciar "avanços tecnológicos que permitem superar o desafio de longa data relativo à durabilidade das baterias de estado sólido. Está atualmente a ser desenvolvido um método de produção em massa e prevemos a sua comercialização em 2027-2028, com uma capacidade de produção de várias dezenas de milhares de veículos". Ainda segundo a marca as perspetivas para as baterias de estado sólido apontam para um tempo de carga de 10-80% da capacidade em apenas 10 minutos.
Os senhores que se seguem
Revelado no Fórum Kenshiki, o SUV Concept" está muito próximo da versão definitiva do modelo que será apresentado no primeiro semestre de 2024. Mede 4,3 metros de comprimento, 1,8 metros de largura e 1,6 metros de altura, dimensões muito semelhantes às do Yaris Cross.
O amplo espaço interior e a colocação dos bancos numa posição elevada caracterizarão o interior. Estará disponível com tração dianteira ou integral e dois níveis de baterias, numa estratégia que a marca irá adotar cada vez mais porque acredita que nem todos precisam de grandes autonomias e, dessa forma, é possível oferecer um melhor compromisso de preço.
Quanto ao modelo que nascerá a partir do "Sport Crossover Concept" chegará ao mercado em 2025 e aposta num estilo mais desportivo. O projeto conjunto da Toyota e da BYD (uma joint-venture entre as duas empresas formada na China tem a missão de cativar as atenções dos clientes que ponderam, pela primeira vez, a compra de um automóvel elétrico, apostando num estilo mais dinâmico, alternativo aos SUV tradicionais.
Multi-bateria
A Toyota acredita que a generalização da mobilidade elétrica também passa pela capacidade de cada consumidor encontrar um produto que responda às suas necessidades. Se para alguns a autonomia tem um papel preponderante, para outros será o preço a ter esse papel. Por isso a Toyota está apostada em conceber produtos que possam receber diferentes soluções de bateria (em termos de capacidade e, até, de tecnologia).
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O FT-3e materializa esse objetivo. Tem por base uma nova arquitetura para veículos 100% elétricos que está apta a corresponder a diferentes configurações e dimensões de carroçarias, assim como a tipologias e tecnologias de bateria igualmente diversas. Prova disso é a sua utilização pela Lexus para o desenvolvimento do "concept-car" LF-ZC, um sedan que aposta no luxo, bem como do super-desportivo FT-Se, o estudo da divisão desportiva Toyota Gazoo.
A construção com materiais leves, visando reduzir o peso, está entre as características principais do FT-3e que mede 4,86 metros de comprimento (mais 14,5 centímetros que o bZ4X) e promete cinco espaçosos lugares no habitáculo.