Apesar de se assumir, hoje em dia, como um dos principais impulsionadores da mobilidade exclusivamente elétrica, o grupo automóvel Stellantis não terá colocado verdadeiramente de parte um futuro a combustão. A revelação surge num relatório recente da WardsAuto, cuja fonte é a Chief Financial Officer (CFO) da Stellantis, Natalie Knight.
Proprietária de marcas automóveis como a francesa Peugeot, a italiana Fiat, a alemã Opel ou a americana Jeep, entre muitas outras, a Stellantis tem vindo a desenvolver um ambicioso plano de afirmação da mobilidade elétrica, com o qual espera ter uma oferta completa de veículos 100% elétricos na Europa, até 2030.
Na base desta estratégia, está, desde logo, uma nova geração de plataformas concebidas especificamente para elétricos, mas que, recorda, no relatório da WardsAuto, a directora financeira do grupo, também podem acomodar motores de combustão.
Apontando como factor determinante a vontade dos mercados, Natalie Knight refere, no documento, a flexibilidade da nova linha de plataformas STLA, como a solução que deverá permitir à Stellantis construir um futuro segundo as preferências futuras dos consumidores. Seja ele 100% elétrico, híbrido ou a combustão.
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De resto, esta flexibilidade permite que, mesmo com as interrogações que se têm levantado nos últimos tempos, relativamente a um futuro automóvel 100% elétrico, a companhia mantenha o plano estratégico Dare Forward 2030, apresentado em março de 2022, como a linha orientadora, para um futuro de mobilidade que, pelo menos até ao momento, continua a ser encarado como exclusivamente elétrico.
No entanto e caso o paradigma mude, as soluções técnicas que têm vindo a ser desenvolvidas no seio do grupo liderado pelo português Carlos Tavares, parecem contribuir para um sentimento de confiança de que, qualquer desvio ou redefinição estratégica, poderá ser implementado, seja em que momento do trajecto for.
A terminar, vale a pena também recordar que, a divulgação deste relatório, surge numa altura em que o grupo franco-italo-germano-americano acaba de anunciar uma queda de 12% nas receitas, no primeiro trimestre de 2024. Recuo resultante, em grande parte, da diminuição, em 10%, do número de veículos entregues até março, devido à menor procura.