Renault inicia corrida à sucessão após saída de Luca de Meo

A demissão repentina do CEO Luca de Meo pode ter agitado a Renault, mas já existem dois nomes a ganhar destaque na corrida para a liderança da empresa francesa. Saiba quem são.

A saída inesperada de Luca de Meo da liderança da Renault, anunciada esta segunda-feira, apanhou muitos de surpresa e provocou quedas acentuadas nas ações da marca francesa.

O gestor italiano, que, ao que tudo indica, será o novo CEO do grupo de luxo Kering (proprietária da Gucci), abandona a Renault num momento crucial, com um plano estratégico por liderar e várias alianças por gerir.

A incerteza em torno da sucessão tem levantado especulações entre analistas, mas já foram identificados dois possíveis candidatos: Denis Le Vot e Maxime Picat.

Quem são?

Denis Le Vot é o atual responsável da Dacia desde 2022 e juntou-se à Renault logo após terminar os estudos. A sua gestão tem sido marcada por resultados sólidos, com destaque para o desempenho dos Sandero e Duster no mercado europeu.

Maxime Picat, por sua vez, é um veterano do Grupo Stellantis. Foi o responsável pela Peugeot entre 2012 e 2021, onde supervisionou os lançamentos do 2008 e 3008, ambos modelos de sucesso da marca francesa.

Atualmente, é o responsável pelas compras globais e cadeias de abastecimento no grupo automóvel. Chegou a ser um dos dois candidatos internos ao antigo cargo de Carlos Tavares, mas, tal como sabemos, o lugar acabou por ir para Antonio Filosa.

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Segundo a Reuters, diversos analistas referiram que ambos poderão ser sucessores plausíveis. Até ao momento, tanto Le Vot como Picat ainda não responderam aos pedidos de comentário.

Sucessor terá um grande caminho pela frente

A Renault, que caiu para a 15.ª posição no ranking mundial de vendas em 2024, enfrenta uma pressão crescente da concorrência chinesa. E, segundo os analistas da Jefferies, citados pela Reuters, a saída de De Meo agrava dúvidas sobre a capacidade da Renault para manter a sua independência.

É importante relembrar que, para compensar a sua menor dimensão num setor cada vez mais pressionado pelos custos da transição energética, a Renault, sob a liderança de De Meo, estabeleceu parcerias com várias empresas e investidores, como a Google e a Geely.

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Esta estratégia, embora tenha reduzido custos, levantou críticas por parte dos sindicatos, que afirmaram estar a colocar em risco o know-how interno da empresa.

O próximo sucessor terá de equilibrar a continuidade da marca francesa com a capacidade de adaptação, num sector que está cada vez mais exigente.