O Parlamento Europeu acaba de aprovar a suavização do futuro regulamento anti-emissões Euro 7, apoiando aquilo que era a pretensão não só do Conselho Europeu, como também dos construtores automóveis. Ainda que passando a penalizar mais os pneus e travões.
Realizada esta quinta-feira em Estrasburgo, a votação resultou num total de 230 votos a favor da suavização daquela que era a proposta inicial conhecida como Euro 7, contra 230 votos contra e 41 abstenções. Sendo que, a partir daqui, cabe, tanto ao Parlamento Europeu, como ao Conselho, iniciar uma negociação com a Comissão Europeia, destinada à elaboração de um novo texto final.
Segundo também avança o site Automotive News Europe, esta próxima etapa deverá ficar concluída no início de 2024, o que pressupõe que os novos regulamentos possam entrar em vigor, muito provavelmente e no caso específico dos automóveis de passageiros, depois de 2026. Já no caso dos pesados, a nova norma só deverá entrar e, vigor em 2027.
Limites não mudam
Quanto ao conteúdo da proposta agora aprovada, propõe a manutenção dos limites impostos com o Euro 6, relativamente àquela que é a poluição proveniente de automóveis, incluindo óxidos nitrosos (NOx), partículas e monóxido de carbono. Passando, pelo contrário e pela primeira vez, a impor limites para as emissões de partículas provenientes dos travões e pneus.
LEIA TAMBÉM
Países da União Europeia chegam a acordo para “suavizar” Euro 7
Quanto a prazos, o texto aprovado no Parlamento Europeu prevê, igualmente, um adiamento na aplicação das novas regras, estabelecendo, para os automóveis de passageiros, um prazo de três anos para a sua instauração. Prazo contado a partir da aprovação de toda a legislação secundária associada a esta mesma proposta.
Recorde-se que a Comissão Europeia pretendia que as novas regras entrassem em vigor a partir de 2025.
ACEA aprova, mas…
Entretanto, um dos principais interessados no tema, a ACEA – Associação dos Construtores Europeus de Automóveis considerou, já esta quinta-feira, o texto aprovado pelo Parlamento Europeu como “uma abordagem mais realista para o Euro 7”, ainda que continue a implicar “um preço elevado numa altura especialmente crítica na transformação por que passa a indústria”.
Já o grupo ambientalista ‘Transporte e Meio Ambiente’, descreveu a proposta do Parlamento como “pior do que inútil”, já que “não consegue aumentar significativamente e mais do que o Euro 6, a protecção contra a poluição atmosférica”.