A administração da Mercedes-Benz está a discutir se deve acabar com os SUV-Coupés porque as vendas deste tipo de veículos são cada vez mais marginais e o design dos novos SUV convencionais apresenta linhas mais musculadas, esguias e aerodinâmicas, roubando mercado aos seus congéneres com tecto mais descendente.
Nos últimos anos, a administração da Mercedes-Benz Cars tem procurado emagrecer a sua gama de produtos em nome da redução de custos. Agora as novas “vítimas” deste processo devem ser os chamados SUV-Coupés, estando os responsáveis de topo da marca de Estugarda a discutir se devem acabar totalmente com esses modelos ou inseri-los numa gama mais alargada.
Atualmente, a Mercedes-Benz tem no seu portefólio dois SUV-Coupés – o GLC Coupe e o GLE Coupe – que se posicionam como concorrentes diretos do BMW X4 e BMW X6. Estes modelos com maior altura ao solo e linha de tejadilho descendente representam cerca de 10% a 15% das vendas totais do GLC e GLE, sendo estes valores ligeiramente inferiores na China, com 6%. Estas percentagens modestas levantam questões acerca da sua viabilidade a longo prazo na gama da Mercedes-Benz.
Apesar do CEO Ola Källenius não ter falado publicamente sobre o assunto, o jornal alemão Handelsblatt refere que há que levante questões dentro da empresa acerca do futuro destes SUV-coupés.
Alguns executivos sugerem que poderá ser altura deixar desaparecer discretamente o GLC Coupe e o GLE Coupe no final dos seus ciclos de produtos. Outros defendem a combinação num único modelo, enquanto alguns mantêm a esperança de que tudo se manterá inalterado.
Estética versus funcionalidade
O novo SUV GLC, cuja estreia está confirmada para 2026, não deverá ter uma versão coupé, o que sugere que a Mercedes-Benz poderá abandonar os SUV-Coupés. Além disso, como os SUV de série se estão a tornar mais esguios e aerodinâmicos, os SUV Coupés tornam-se redundantes.
Não obstante tratar-se de um dos segmentos mais controversos do mercado, os SUV-Coupés ainda têm fãs leais. Estes veículos não só tão práticos, designadamente para os ocupantes dos lugares e a bagageira também perde capacidade,
Por outro lado, ganham em visual mais desportivo. Contudo, como os SUV convencionais estão adotar gradualmente designs mais musculados, a diferença está a diminuir, assim como o mercado para estes modelos de nicho.
Continuidade garantida a médio prazo
Em qualquer dos casos, os atuais GLC Coupe e GLE Coupe ainda são recentes. A segunda geração daquele primeiro SUV-Coupé foi lançada em 2023, enquanto o atual GLE Coupe está no mercado desde 2019 e em breve irá receber a habitual atualização de meio ciclo de vida. Como consequência ambos permanecerão em comercialização durante mais alguns anos até acabarem por sair de cena.
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Para a Mercedes-Benz, a consolidação não é uma prática inédita. A marca alemã já combinou as versões coupé e descapotável do Classe E e Classe E numa única gama CLE, enquanto as versões de duas portas do Classe S acabaram. Estas medidas ajudaram a reduzir os custos de desenvolvimento sem a marca abandonar por completo os mercados dos coupés e dos descapotáveis.