Made in USA… mas pouco

Com o intuito de suportar a decisão de aplicar taxas aos automóveis importados, a Administração americana divulgou um estudo no qual pretendia salientar a competitividade da indústria americana. Com exemplos que se revelaram… pouco felizes.

Para responder à decisão do Presidente Donald Trump de aplicar tarifas de 25% aos veículos produzidos fora dos EUA, assim como aos seus componentes, as autoridades americanas fizeram um estudo que teve resultados surpreendentes.

Um bom exemplo é o Lincoln Nautilus, tido oficialmente como um “verdadeiro” americano, mas que, no fim de contas, tem apenas 5% “made in USA.

Isto porque 87% dos seus componentes chegam da China, uma situação que contrasta com o coreano Kia EV6, com 80% de incorporação americana e com o Acura (Honda) MDX com 70% “made in USA”, apesar de serem rotulados como estrangeiros.

Neste documento, conhecido como “American Automotive  Labelling Act” (AALB), mostra onde e como cada modelo é produzido, mas revela que há muitos veículos produzidos nos EUA e no Canadá, sem nunca ter sido diferenciada a participação de fábricas em cada um dos países.

Ao mesmo tempo, destaca a origem de componentes fundamentais como motores e transmissões, referindo a percentagem de incorporação de importações.

Exemplos não faltam: o Hyundai ioniq 5 é produzido em 29% na América, 29% na Coreia do Sul e 33% na Hungria. O Volvo S60 T8 Plug-in Hybrid incorpora 20% de produção americana, 15% finlandesa e 15% sueca.

São apenas algumas – de muitas – situações que mostram que a opção política presidencial vai ter consequências junto dos construtores estrangeiros, mas também no mercado americano, onde 45% dos veículos disponíveis são oriundos do Canadá e do México, sem falar nos componentes que chegam de outros continentes e países.