Luís Simões descarboniza com Lactogal e duoliners

A Luís Simões e a Lactogal estabeleceram um compromisso de alcançar um modelo de produção e distribuição mais sustentável que arranca com a descarbonização do transporte entre duas das fábricas do grupo líder ibérico no setor dos lacticínios.

A colaboração entre as duas empresas passou pela incorporação de um megacamião (gigaliner) movido com o biocombustível HVO. Este conjunto articulado com um comprimento exterior de 25,25 metros permite reduzir em 35% o número de veículos em circulação e em 25% as emissões de dióxido de carbono por tonelada transportada.

O HVO é um biocombustível produzido a partir de óleos usados que possibilita a redução das emissões de gases com efeito de estufa em até 90% em comparação com gasóleo de origem fóssil.

A implementação deste acordo compreendeu igualmente a cedência pela Lactogal da gestão da plataforma logística na Tocha (Cantanhede) à Luís Simões, sendo que as novas viaturas estão a utilizadas para o transporte entre esta unidade e a de Modivas, que dista 130 quilómetros.

Transformação digital

No âmbito do acordo foi feita igualmente uma aposta na transformação digital através da implementação do e-CMR (ou guia de remessa digital), eliminando a utilização de papel e aumentando a rastreabilidade e o controlo das mercadorias.

“Este acordo com a Lactogal demonstra que a inovação está intrinsecamente ligada à sustentabilidade das operações” refere Fernanda Simões, administradora da Luís Simões para a área dos transportes."

“A nossa aposta na inclusão de viaturas gigaliner que utilizam biocombustíveis, e a incorporação de e-CMR para reduzir a utilização de papel, dão resposta às necessidades que observamos no contexto em que o setor se encontra – em que se procura não apenas otimizar tempos e custos, mas também reduzir a pegada de carbono”.

A responsável adianta que a Luís Simões está determinada a “liderar a transformação do setor logístico para um futuro mais responsável e sustentável.”

Para a Lactogal, o projeto insere-se na “Agenda Mobilizadora para a Produção Sustentável de Leite em Portugal”, que engloba várias áreas da empresa, com o objetivo de otimizar todos os aspetos do processo, desde a produção à distribuição.

Promovendo práticas mais sustentáveis e responsáveis, esta iniciativa reflete o compromisso da Lactogal com a sustentabilidade e a sua intenção de liderar a transformação do setor dos lacticínios em Portugal, contribuindo para um modelo mais eficiente e sustentável.

Megacamiões na distribuição ibérica

Além do acordo com a Lactogal, o avanço contínuo em direção à sustentabilidade e da eficiência passa igualmente pela redução das emissões de dióxido de carbono por tonelada transportada com recurso a equipamentos do tipo duotrailer ou megacamião. A empresa tem vindo a introduzir esta tipologia de veículo na sua frota e agora anunciou a incorporação de duas unidades nas suas operações de distribuição ibérica.

Conjuntos articulados que permitem o transporte em simultâneo de dois reboques, os duotrailers não só permitem aumentar a capacidade de carga, mas também reduzir efetivas as emissões de dióxido de carbono. Como dispõem de uma capacidade de carga até 48 toneladas ou um volume útil até 180 m3, o dobro de um conjunto convencional, o que reduz significativamente as viagens necessárias para o transporte de um volume equivalente.

A Luís Simões tem atualmente sete duoliners em circulação nas suas operações ibéricas, mas tem planos para reforçar a frota com mais quatro unidades até final do ano, prevendo ultrapassar os 20 veículos no segundo semestre de 2025.

“A incorporação de duotrailers nas nossas operações é um exemplo claro de como a tecnologia atual pode transformar o nosso modelo de negócios, tanto em termos de emissões, como de otimização de recursos”, explica Tiago Garcia, diretor de transportes da Luís Simões em Portugal. “Estamos comprometidos com a descarbonização das nossas operações, e este é apenas um passo num processo mais amplo que nos vai permitir continuar a liderar o setor no que toca à responsabilidade ambiental e à competitividade,” sublinha.