No processo de transição da Jeep para uma gama totalmente elétrica, os veículos de combustão vão ser paulatinamente substituídos por híbridos plug-in. O SUV compacto Renegade é um dos primeiros modelos a ser eletrificado e oferece uma autonomia média de 50 km em ambiente urbano. O Trailhawk é uma das versões da gama, distinguindo-se pelo equipamento completo, pelo desempenho dinâmico assegurado pelos 240 cv do grupo propulsor e também pelo…preço!
A Jeep tenciona acabar com os motores de combustão até 2030, começando pelos diesel, para se tornar numa insígnia totalmente elétrica, acompanhando o objetivo da Stellantis de eletrificar todas as 14 marcas que integram o grupo automóvel liderado pelo português Carlos Tavares.
Nesta transição para a mobilidade elétrica, as versões de combustão vão começar por ser substituídas por alternativas híbridas plug-in, que, na Jeep, são denominadas 4xe. Um dos primeiros modelos a ser eletrificado e comercializado na Europa é o SUV compacto Renegade, que combina uma solução de propulsão híbrida plug-in com a lendária capacidade de progressão em todo o terreno da gama de SUV.

Exteriormente, o Renegade 4xe mantém os mesmos elementos de design que as versões com motor de combustão interna, incluindo a icónica grelha de sete entradas e os faróis dianteiros redondos, mas distingue-se pela coloração azul do emblema "Jeep" e dos emblemas "4xe" e "Jeep" na traseira. Mais detalhes azuis podem ser encontrados nas laterais na denominação Renegade, enquanto a porta de carregamento, localizada no lado esquerdo traseiro do veículo, dispõe de tampa com sistema "push-open / push-close".
INTERIORNão obstante um comprimento exterior de apenas 4,23 metros e uma largura de 1,80 metros, o Renegade oferece uma habitabilidade razoável para quatro adultos, o que se deve sobretudo a uma distância entre-eixos de 2,57 metros. Mais acanhada é a capacidade da bagageira de apenas 330 litros, penalizada pela colocação da bateria debaixo do assento posterior e do fundo onde podem ser arrumados os cabos de carregamento.

O design do habitáculo mantém-se fiel aos valores reconhecidos da marca e caraterizam-se pela simplicidade, quer das linhas, quer dos materiais. No painel de bordo dominam os plásticos rijos escuros, que se riscam com facilidade e, a prazo, são fontes de ruído. Na versão Trailhawk, o ambiente escuro é suavizado pelas molduras em vermelho nas saídas da ventilação e nas colunas de som ou o revestimento na mesma cor do túnel da transmissão.
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A consola central recebe um ecrã tátil de 8,4 polegadas, com NAV Uconnect, rádio DAB e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto. O sistema de climatização pode ser regulado através da consola central ou de comandos físicos, localizados na parte central. Aliás, esta zona mais se assemelha ao cockpit de avião, tal a quantidade de botões existentes para desligar os sensores de estacionamento ou o alerta de manutenção da faixa de rodagem, passando pelo auxílio automático ao estacionamento, entre outros. Na parte inferior pode ser encontrado o comando rotativo Selec-Terrain que oferece os modos eAWD (4WD Lock, 4WD Low. Assistência em Descidas).
Os diferentes modos de condução - Auto, Sport, Neve, Lama/Areia e Rocha - podem ser selecionados pelo comando rotativo Selec-Terrain, enquanto os modos eAWD para condução em fora de estrada - 4WD Lock, 4WD Low e Assistência em descidas - podem ser ativados por botões independentes.

Quanto ao painel de instrumentos, este é específico da versão híbrida plug-in, incluindo um conta-rotações no lado esquerdo e um potenciómetro no direito, mas apenas com modos Charge e Power, enquanto a parte central possui um ecrã digital com dados do computador de bordo, sendo os diferentes menús acedidos através de botões no volante multifunções.
MECÂNICAA versão Trailhawk do Renegade 4xe recorre ao bloco a gasolina de quatro cilindros turbo de 1,3 litros com 180 cv que tem associados dois motores elétricos: um na frente, que apenas tem a função de gerador / alternador e um segundo instalado no eixo traseiro, com 60 cv, que integra uma caixa de redução e diferencial (e-axle). A potência combinada é de 240 cv e o binário máximo de 533 Nm, valor pouco habitual no segmento. A transmissão é transmitida às rodas através de uma caixa automática de seis velocidades.
Em termos de prestações, a aceleração dos 0 aos 100 km/h é de 7,1 segundos e a velocidade máxima em modo híbrido de 200 km/h.

O Renegade 4xe possui uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 11,4 kWh, que alimenta o "e-axle", permitindo uma autonomia em modo elétrico até 53 quilómetros em ciclo WLTP. O sistema elétrico também inclui um inversor de energia, colocado dentro do pack de baterias.
A bateria pode ser carregada através do sistema de regeneração de energia durante as desacelerações e as travagens ou externamente, recorrendo a uma tomada doméstica, a uma wallbox ou num posto público. O tempo de carga pode variar entre 100 minutos (7,4 kW) e até 5 horas (2,3 kW).
TECNOLOGIAOs híbridos plug-in da Jeep recebem conteúdos exclusivos que tornam estes SUV nos mais tecnológicos de sempre da icónica marca norte-americana. Neste capítulo, o Renegade 4xe disponibiliza um ecrã TFT premium de 7" no painel de instrumentos, que permite monitorizar todos os parâmetros da condução, incluindo o estado da bateria, a potência disponível e o nível de carga.
O painel de bordo integra um segundo ecrã na consola central, tátil de 8,4", que oferece avançados sistemas de conectividade, incluindo acesso ao sistema NAV Connect, ao rádio DAB, ou às imagens da câmara traseira. O sistema oferece compatibilidade com Apple CarPlay ou Android e também possibilita o acesso a várias funções do veículo, como a climatização ou aos serviços Uconnect com funcionalidades PHEV dedicadas.


Os conteúdos e segurança compreendem igualmente o Assistente de Ângulo Morto, a câmara traseira Parkview com grelha de linhas dinâmica, o sistema automático Park Assist e arranque sem chave. O Renegade 4xe também estreia o sistema de Assistência à Atenção do Condutor num modelo da Jeep, que é de série.
O ar condicionando automático, os sensores de luminosidade e chuva, o travão de estacionamento elétrico, o regulador / limitador da velocidade de cruzeiro também integram a dotação de série.
AO VOLANTEComo é habitual nos veículos do tipo SUV, o Renegade 4xe oferece uma posição de condução elevada, que em conjunto com a ampla superfície vidrada proporciona um bom domínio da estrada e das condições de trânsito. Encontrar a melhor posição atrás do volante também não é complicado porque o banco do condutor é regulável eletricamente (opção) em profundidade, altura e inclinação. Além disso, o volante também é ajustável em altura e inclinação.
Após ligar o botão de ignição na coluna da direção e colocar a alavanca da caixa automática na posição "D", o condutor pode optar entre os modos Hybrid, Electric ou E-Save. Por defeito, o arranque é elétrico, mas no modo Hybrid e em Auto, com o motor de combustão a entrar em funcionamento apenas acima dos 130 km/h ou quando se pressiona mais fortemente no acelerador. Nessa altura, o motor de combustão e os motores elétricos passam a trabalhar em conjunto. Se o condutor optar pelo modo Sport, a prioridade é dada ao motor de combustão, entrando em ação o motor elétrico para uma resposta mais fulgurante.

Para condução em pisos com neve, areia ou pedras, o Renegade 4xe disponibiliza modos específicos para essas situações. Já para percursos em fora de estrada estão disponíveis as funções 4WD Low, 4WD Lock, cujo efeito reproduz de forma eletrónica o tradicional bloqueio de diferencial. Para descidas mais íngremes é possível ativar o Assistente em Descidas.
As capacidades em fora de estrada são asseguradas por um ângulo de ataque, ventral e de saída bastante bons (19", 27" e 16", respetivamente) e uma capacidade de passagem a vau de 40 centímetros, a que se junta uma capacidade de tração convincente.
Em termos de autonomia em modo elétrico foi possível percorrer 49 quilómetros, altura em que passou para o modo híbrido. Após esgotada a capacidade da bateria, o computador de bordo registou um consumo de combustível de 3,8 litros nos primeiros cem quilómetros. Já na segunda centena de quilómetros, este valor fixou-se nos 5,8 l/100 km, bastante acima dos 2,2 l/100 km anunciados pela marca, mas francamente abaixo dos 9,5 l/100 km da versão de combustão equipada com motor turbo de 1,3 litros de 150 cv.
VEREDICTOO Jeep Renegade 4xe constitui uma opção interessante para trajetos relativamente curtos e deslocações pendulares, garantindo baixos custos com energia, desde que se tenha a possibilidade de efetuar carregamentos domésticos diários. Já para viagens mais longas, a autonomia total deste SUV compacto deixa algo a desejar porque a combinação de um depósito de gasolina de apenas 36 litros e uma bateria de 11,4 kWh obriga a visitas relativamente frequentes à bomba de combustível. Por outro lado, o desempenho do conjunto propulsor revelou-se agradável e convincente. Bastante mais, aliás, do que os 50.631 euros (já com opcionais) pedidos pela unidade ensaiada do Renegade 4xe Trailhawk.
Gostámos
Equipamento completo O nível de equipamento Trailhawk é bastante completo, não só em termos de conforto, como também de assistência à condução. A tração integral eAWD e a transmissão automática de seis velocidades também integram a dotação de série. | Imagem A icónica grelha de sete entradas, os faróis dianteiros redondos e as cavas das rodas trapezoidais encarnam o espírito da Jeep. Os faróis dianteiros "Full LED", a faixa preta no capot ou os bancos em tecido premium são específicos da versão Trailhawk. | Jeep Selec-Terrain O comando rotativo do sistema Jeep Selec-Terrain permite selecionar o modo de condução ideal para enfrentar qualquer tipo de piso e pode ser combinado com o sistema Jeep Active Drive Low para percursos em fora de estrada com tração integral. |
Não Gostámos
Preço elevado A elevada sofisticação tecnológica e o nível de equipamento bastante completo do Renegade 4xe Trailhawk tem como consequência um preço de venda ao público relativamente elevado para um SUV de segmento B: 44.894 euros (sem opcionais). | Opcionais Pena que algumas soluções interessantes como o tecto de abrir, os estofos em pele Trailhawk, a regulação elétrica dos bancos dianteiros, o pack Winter com aquecimento dos assentos da dianteiros integrem a lista de opcionais, elevando ainda mais o preço final. | Autonomia total limitada A combinação de um depósito de gasolina de 32 litros, uma capacidade da bateria de 11,4 kWh (8,9 kWh) e um peso em vazio de quase 1,9 toneladas condiciona a autonomia total, obrigando a visitas frequentes ao posto de abastecimento em viagens longas. |