Ferrari pondera regresso da caixa de velocidades manual

A Ferrari está a considerar um regresso da caixa de velocidades manual, com o emblemático “gated shifter” para os seus modelos.

Segundo o diretor de desenvolvimento de produto da Ferrari, Gianmaria Fulgenzi, esta mudança será mais provável de acontecer em modelos ultraexclusivos.

Já para os modelos de produção regular, Fulgenzi excluiu a possibilidade da introdução de uma caixa manual, justificando que faria mais sentido nos sucessores da gama Icona, que já deu a conhecer os Monza SP1 e SP2, assim como o Daytona SP3.

O diretor revelou que o interesse pelo regresso da caixa de velocidades manual tem crescido entre os clientes mais abastados da marca italiana. Um deles, o próprio Lewis Hamilton, atual piloto de Fórmula 1 da Scuderia Ferrari.

O último modelo a sair de Maranello com uma caixa de velocidades manual foi o California, em 2012. Desde então, todos os Ferrari têm sido acompanhados por uma caixa automática de dupla embraiagem.

Desafios técnicos

A possível reintrodução de uma caixa de velocidades manual não será simples. Fulgenzi mencionou que os condutores precisariam de “ter uma perna muito forte” para operar uma embraiagem com os níveis de binário dos motores V12 atuais da Ferrari.

Uma solução para isto está na limitação do binário do motor, para que o pedal da embraiagem não exija um esforço físico excessivo. Importante relembrar que as atuais propostas de Maranello com um bloco V12 ultrapassam os 700 Nm de binário.

Além disto, a aposta numa nova transmissão manual, exclusivamente para um modelo de produção limitada, implicará um investimento elevado.

Para efeitos de comparação, o Daytona SP3, lançado há quatro anos, tinha um preço base que rondava os dois milhões de euros. O seu sucessor poderá ultrapassar este valor, dada a possibilidade de ser o modelo que marcará o regresso da transmissão manual à Ferrari.

No entanto, independentemente do custo, os clientes mais exclusivos da Ferrari não deverão mostrar-se pouco recetivos em relação a um possível “SP4” com uma caixa de velocidades manual associada ao já conhecido bloco V12 atmosférico.