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Eficiência dos híbridos está sobrevalorizada, revela estudo no Reino Unido

Texto: Nuno Fatela
Data: 13 de Junho, 2018

Esta foi a conclusão a que chegou a maior organização de consumidores do Reino Unido, com base nas várias queixas enviadas por automobilistas nos últimos tempos. Com os dados de milhares de condutores que enviaram para uma plataforma online, esta associação concluiu que a eficiência dos híbridos está valorizada

A HonestJohnUK, a maior organização de consumidores do Reino Unido, está em destaque após a apresentação dos primeiros resultados da sua plataforma RealMPG. Esta é um site onde os consumidores podem ir e colocar os dados reais de consumos dos seus automóveis, uma situação que tem estado em foco devido à mudança de modelo de avaliação, e onde já foram introduzidas as informações de 149.500 automóveis. E uma das conclusões mais evidentes a que esta entidade chegou foi a de que a eficiência dos híbridos está sobrevalorizada.

O HonnestJohnUk é a maior organização de consumidores do Reino Unido e revelou que os híbridos não cumprem com a eficiência anunciada.
98% das viaturas híbridas tem piores consumos do que a marca anuncia, e a média de eficiência dos automóveis é de somente 70% do indicado na homologação.
Uma discrepância elevada em comparação com os dados totais do estudo. Quando incluídos na análise os modelos com motores de combustão e os híbridos, a eficiência média dos automóveis sobe para 83%
Estas conclusões foram extraídas do site RealMPG, criado para os consumidores indicarem os consumos que fazem com os seus automóveis e onde já estão informações sobre 148000 automóveis
No Reino Unido os consumos são apresentados em MPG. Ou seja, quantas milhas se conseguem fazer com um galão (medida britânica equivalente a 3,72L) de combustível. É, portanto diferente, dos L/100km apresentados em Portugal, focados no consumo para uma distância predeterminada
O híbrido com pior eficiência foi o Mercedes C350e, conseguindo apenas cumprir 37,2% da distância anunciada para o combustível consumido.
Bem perto ficou o BMW Série 3 330e, que apenas consegue fazer 37,2% da distância de consumos indicada nos MPG
O VW Golf GTE é o terceiro pior classificado, com apenas 38,1% da eficiência. Depois surgem o Mitsubishi Outlander PHEV, com 42,5%, e o BMW 225 XE Active Tourer, com 56,4%
No lado oposto deste estudo está o Lexus GS 450h, com uma eficiência de 84,2%
O Toyota RAV4 Hybrid é o segundo melhor nesta análise, com um registo de 79,3%
A fechar o pódio, capaz de fazer 77,9% da distância anunciada por cada “galon” de combustível consumido, está o Toyota Yaris VVT-i Hybrid. Depois estão o Kia Niro (77,4%) e o Toyota CH-R (77,2%)
As conclusões do RealMPG devem ser analisadas com reservas, pois dependem dos percursos e estilo de condução (os condutores até podem dar piruetas só para ter pior resultado...), o que dificulta a obtenção de uma média ponderada que possa ser aplicada de forma transversal

Segundo os dados obtidos, 98% dos híbridos não cumprem com as médias que são anunciadas, um dos principais argumentos de compra que é utilizado pelos vendedores, pois é prometida uma poupança dos gastos com combustível. A HonestJohnUK disse que em média, os híbridos só atingem 70% da eficiência indicada pelas marcas, num estudo onde o pior desempenho ficou a cargo do Mercedes C350e, enquanto o melhor foi o Lexus GS 450h.

Mas será que este estudo confirma mesmo que a eficiência dos híbridos está sobrevalorizada? Apesar de tudo, é necessário ter algumas reservas no momento de extrair conclusões do site RealMPG, já que ele não tem nenhum padrão de análise transversal aos utilizadores. O que significa que depende do estilo de condução e dos percursos escolhidos por cada automobilistas. E, habitualmente, os condutores que notam valores de consumos mais distantes do anunciado sentem-se mais motivados para reclamar e colocar os seus dados neste tipo de plataformas do que as pessoas que estejam, na generalidade, satisfeitas com as suas viaturas.

 

Habitualmente considera-se que quando existem mais percursos urbanos, com travagens constantes e distâncias mais curtas os benefícios dos híbridos de Plug-In são maiores. Pelo contrário, quando os percursos são mais longos e com velocidades maiores, em que o motor de combustão cumpre sozinho os esforços na maior parte da viagem, eles saem penalizados. Isto porque o peso adicional desta tecnologia não acaba por ser compensado pelo recurso ao motor de combustão durante mais tempo sem ajuda do propulsor elétrico. Isto ajuda a demonstrar como modelos iguais podem ter resultados tão dispares apenas consoante o tipo de percurso utilizado pelos condutores.

 

Notícia atualizada a 14/06/2018. Por engano foi colocado que o Lexus GS havia ganho uma versão de sete passageiros quando, na realidade, foi o SUV RX 450h que estreou esta nova versão. Pedimos desculpa por este lapso à marca e aos nossos leitores