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Carlos Ghosn e Nissan acusados no Japão

Texto: Nuno Fatela
Data: 10 de Dezembro, 2018

Foi confirmado que tanto o antigo Presidente como a própria marca vão ter de responder pelos alegados crimes de ocultação de vencimentos pagos a Carlos Ghosn entre 2010 e 2014. Depois desta acusação, Ghosn foi novamente detido para as autoridades nipónicas avaliarem se este crime se prolongou para o período 2015-17.

Está confirmada a acusação dos tribunais nipónicos ao alegado esquema fraudulento para ocultar os vencimentos pagos a Carlos Ghosn, o ex-Presidente da Nissan. Além do famoso executivo que liderou a marca durante duas décadas, também se vai sentar no banco dos réus Greg Kelly, considerado o cérebro que implementou esta prática ilegal. E, tal como noticiado na última semana, a própria marca vai também estar na barra dos tribunais. Todos eles terão de responder e explicar porque não foram incluídos nos relatórios públicos montantes de 39 milhões de euros pagos a Ghosn entre 2010 e 2014, o que pode valer aos dois autores do crime uma pena de 10 anos na cadeia.

 

Foi a própria Nissan a confirmar este desfecho, já divulgado também por meios de comunicação nipónicos. Numa declaração pública, o fabricante asiático afirma que “fazer falsas publicações nos relatórios anuais causa grande dano à integridade das informações públicas da Nissan aos mercados de valores, e a companhia expressa o seu mais profundo arrependimento. Foi ainda afirmado o compromisso de trabalhar para melhorar a conformidade dos dados divulgados pela empresa.

 

Ghosn novamente detido

Depois de terem conhecido as acusações referentes aos crimes acima referidos, Carlos Ghosn e Greg Kelly… foram novamente detidos. Agora está em causa o mesmo alegado crime de fraude, e a intenção é verificar se entre 2015 e 2017 foram ocultados mais 31,1 milhões de euros pagos ao responsável máximo da marca. Esta prática das sucessivas detenções é uma estratégia usada na justiça japonesa, e serve para que os procuradores ganhem mais tempo em investigações complexas, possibilitando a obtenção de mais prova e até, possivelmente, confissões por parte dos acusados. Até porque, com este novo processo, Ghosn poderá ficar detido mais 20 dias sem fiança, o que significa estar encarcerado até 30 de dezembro ou, se for pedida a extensão deste prazo, ter de trocar a passagem de ano em algum destino paradisíaco pela vista atrás das grades num estabelecimento prisional de Tóquio.

 

Fonte: Automotive News Europe