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Biometano pode reduzir as emissões de CO2 em 55%

Texto: Carlos Moura
Data: 9 de Julho, 2020

A utilização de biometano por veículos GNC e GNC pode contribuir para uma redução 55% das emissões de gases de estufa associadas à mobilidade em 2030.

A utilização de biometano em veículos a gás natural comprimido ou liquefeito permitirá reduzir 15 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono em 2030, segundo refere uma projeção da Associação Europeia de Biogás e da NVGA Europe.

Aquelas duas entidades estimam que 40% do consumo total de gás utilizado como combustível por uma frota superior a 13 milhões de veículos GNC e GNL será biometano no início da próxima década.

Como resultado, as emissões de gases com efeito de estufa associadas à mobilidade vão diminuir cerca de 55%, permitindo evitar 15 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono.

A Associação Europeia de Biogás e a NGVA sublinham que a produção local de combustíveis limpos, como o biometano, contribui para a criação de empregos a nível local e ajuda as cidades a baixar significativamente as emissões de dióxido de carbono e a poluição do ar.

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Numa cidade com a dimensão de Bruxelas, com uma população de 1,2 milhões de habitantes, a produção anual de resíduos biológicos pode atingir 210 mil toneladas que podem ser utilizadas para produzir 14 mil toneladas de gás renovável.

Isso permitiria abastecer uma frota de 75 mil veículos movidos a GNC e GNL com uma mistura de 40% de biometano, evitando a emissão de 85 mil toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera.

Redução das emissões até 60% em 2050

A União Europeia estabeleceu o objetivo de redução das emissões dos transportes em 60% em 2050 em comparação com os níveis de 1990.

Segundo refere, em comunicado, a Gasnam, associação ibérica para a promoção da utilização de gás natural, “todas as tecnologias devem desempenhar um papel na transição para a neutralidade carbónica, especialmente no setor de transportes. A promoção de veículos elétricos e infraestrutura associada é crucial, mas já sabemos que isso não será suficiente para atingir esse objetivo de forma rápida e rentável”.

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A Gasnam argumenta que além dos níveis significativos de redução de dióxido de carbono, “iguais, e às vezes superiores, aos fornecidos pela mobilidade elétrica, o biometano oferece oportunidades para implantação imediata, de fabrico de motores e carros na UE e um impacto positivo direto na descarbonização de todos os segmentos de transporte, de veículos ligeiros, pesados, rodoviários e marítimos, estes últimos de difícil eletrificação”.

A Gasnan sublinha que deve ser aproveitado “o potencial de descarbonização desta tecnologia, disponível hoje, para avançar em direção às ambiciosas metas climáticas”.

Atualmente, a utilização de biometano como combustível em veículos é já uma realidade em muitos países europeus.

Das 4120 estações de serviço de GNC e GNL existentes na Europa, mais de 25% fornecem esse combustível. Isso equivale a uma média de 17% de todo o gás usado como combustível de transporte. Esses dados diferem de país para país sendo que, por exemplo, na Suécia 94% do gás usado na mobilidade já é de origem renovável.