Adamastor supera primeiro teste em circuito

Os resultados do primeiro teste de pista do Adamastor Furia, realizados no Autódromo do Algarve, revelaram-se bastante animadores, segundo refere a equipa responsável pelo desenvolvimento do supercarro português.

Uma equipa de dezena e meia de técnicos da estrutura da Adamastor desenvolveu o primeiro teste em circuito no Autódromo Internacional do Algarve com o primeiro supercarro português da era moderna, o Furia, tendo os resultados revelado bastante promissores.

Contando como piloto de desenvolvimento o jovem engenheiro Diogo Araújo Matos, a equipa liderada pelo engenheiro responsável pelo projeto Furia, Frederico Ribeiro, não se poupou a esforços, suportando-se de um ambicioso programa que não se limitava a acumular quilómetros, mas também a rodar em pista e aumentar a carga progressivamente para tirar ilações acerca do potencial das prestações do Furia.

À semelhança de outras sessões de trabalho do género, o tempo em pista foi muitas vezes interrompido por longos períodos nas boxes para avaliar os dados de telemetria nos ecrãs de computador.

Muito tempo nas boxes

As sensações que o piloto de testes recolhia em pista em passadas, de forma imediata, para as boxes para o engenheiro responsável pelo projeto Furia. “Tinha a certeza, como se provou hoje, de que estava tudo preparado e que poderíamos realizar em pleno este ensaio”, afirma Frederico Ribeiro.

“Nos outros testes que fizemos fomos identificando algumas coisas que estavam menos bem, corrigindo-as. Assim, chegámos aqui a saber que estava tudo pronto para fazer o ‘run plan’ que havíamos delineado e que tinha duas fases distintas: de manhã, muito focado no desenvolvimento e na calibração; de tarde, a explorar um bocadinho a performance do carro e começar a fazer alguns quilómetros, para também comprovar a validade dos componentes, nomeadamente em termos de fiabilidade,” explica.

Será de referir que a equipa se fez acompanhar a Portimão por um dos responsáveis da IGV Racing, empresa parceira da Adamastor, a quem cabe a responsabilidade de desenvolver e afinar todos os sistema eletrónicos geridos pela centralina, bem como dos diversos módulos de comando do Furia.

Motor V6 3.5 Turbo

O superdesportivo português está equipado com um motor V6 3.5 biturbo de origem Ford Performance, que desenvolve uma potência superior a 650 cv. Segundo Eliseu Ribeiro, da IGV, que colaborou com a M-Sport, este propulsor conta com uma configuração especial, com injeção direta e injetores de alta e de baixa pressão.

“Temos dois tipos de injetores com quatro campos de variáveis, dispostos em duas bancadas. Na realidade, é um motor bastante complexo, em que tudo é controlável. A centralina que é utlizada permite-nos avaliar o mais ínfimo dos pormenores”, esclarece Eliseu Ribeiro.

“Do meu ponto de vista, acaba por ser mais interessante, pelo desafio que representa. É preciso ter em conta que não basta acrescentar potência para termos resposta debaixo do pé direito. É preciso considerar uma vasta lista de items que, no seu conjunto, nos irão levar aos objetivos pretendidos. Preocupa-nos ter o Furia apto para depois podermos testá-lo com maiores níveis de performance e pensar em tudo o que isso envolve”.

A equipa da Adamastor deixou o Autódromo Internacional do Algarve satisfeita, com considera que ainda há muito trabalho pela frente. “Temos que fazer mais quilómetros, avaliar a fadiga dos componentes e explorar os limites, nomeadamente do motor, da suspensão, da travagem, torção”, adianta Frederico Ribeiro, engenheiro responsável pelo projeto Furia. Este superdesportivo, recorde-se, terá uma produção limitada a 60 unidades, com um preço a começar nos 1,6 milhões de euros, antes de impostos.