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Acesso sem chave em risco generalizado

Texto: Nuno Fatela
Data: 30 de Janeiro, 2019

Dos 237 automóveis cujos sistemas keyless foram testados, apenas três modelos não apresentavam qualquer vulnerabilidade que permita a clonagem do sinal

A comodidade do acesso e arranque sem chave poderá ser um risco generalizado para os malfeitores aproveitarem. Essa é a conclusão que se retira do estudo, realizado pela ADAC (autoridade rodoviária alemã), onde foram testados os sistemas keyless de 237 automóveis. Porque, destas duas centenas de veículos avaliados, apenas três modelos (Jaguar I-Pace e os Range Rover Evoque e Land Rover Discovery de última geração) não apresentavam qualquer vulnerabilidade. Além deste trio, existiram mais quatro automóveis onde era possível aceder remotamente apenas ao sinal para abertura de portas ou para a ignição (BMW i3, Infiniti Q30, Mazda 2 e Volvo XC60). Isto significa que 230 automóveis, muitos deles com elevados volumes de vendas, estão totalmente vulneráveis a ataques externos.

 

Esta questão foi levantada recentemente também devido à facilidade de clonagem dos sinais das chaves de duas marcas, a McLaren e a Tesla. O que levou o fabricante americano a implementar medidas adicionais para proteção numa das atualizações do software dos seus modelos elétricos. O método usado pelos ladrões é muito fácil de perceber. Eles captam o sinal enviado pela chave, que se direciona aos veículos, e depois reproduzem o mesmo para conseguir abrir as portas ou fazer a ignição. E, como pode ver neste vídeo que tem um Mercedes como protagonista, estes furtos acontecem de forma extremamente rápida.

Por isso há já quem esteja a encontrar soluções para o problema, além dos vários truques que circulam na internet mas com uma eficácia que é duvidosa. Uma das alternativas, já implementada pela Mercedes e BMW nos modelos mais recentes, passa pela incorporação de um sensor de movimento na chave. Ele reconhece quando a chave está parada, por exemplo dentro de casa, desligando nesses momentos o envio do sinal. E, dessa forma, evita que os criminosos tenham oportunidade de clonar a ligação.

 

Fonte: ADAC e Which?, via AutoExpress e Autocar