Foton Tunland G7: Uma pick-up 4x4 com preço de combate

Após a ofensiva nos ligeiros de passageiros no mercado europeu, os fabricantes chineses também estão a apostar em novos segmentos como o das pick-up. O exemplo mais recente vem da Foton, representada no nosso país pelo Grupo JAP, que acaba de lançar a Tunland G7, com motorização diesel e tração integral (4x4).

Esta proposta aposta numa relação bastante competitiva entre preço e equipamento, com uma dotação bastante completa para se impor num mercado que está em crescimento. Como principal concorrente é apontada a Isuzu D-Max, o que não será de estranhar, já que foi líder no segmento das pick-up no nosso país em 2024.

O design exterior é o típico de uma pick-up com carroçaria de cabina dupla e alguns apontamentos de estilo são claramente inspirados na geração anterior da Ford Ranger Raptor, como é o caso da enorme grelha frontal hexagonal preta, que orgulhosamente exibe a designação da marca chinesa, a que se juntam os grupos óticos em forma de olho de águia, as luzes de circulação diurna em LED, as molduras em cromado brilhante na parte superior do pára-choques dianteiro, que inclui os faróis de nevoeiro. Os estribos laterais também são de série, assim como as jantes de liga leve que montam pneus 265/60R18.

As dimensões exteriores são as habituais numa pick-up de dimensões médias, com um comprimento de 5,34 metros, uma altura de 1,94 metros e uma altura de 1,87 metros. A caixa de carga, por sua vez, é quase quadrada com um comprimento interno de 1,52 metros e uma largura de 1,58 metros.

O piso possui revestimento resistente e oferece uma capacidade de carga até 900 quilos. O taipal traseiro, com uma altura de 44 centímetros, também não deixa quaisquer dúvidas quanto à marca, com a sua designação em letras garrafais.

Elevado equipamento

O ambiente interior das pick-up aproxima-se cada vez mais de um SUV do que propriamente de uma carrinha tradicional de caixa aberta e a Foton Tunland G7 acompanha essa tendência, apesar de estar longe de ser propriamente um veículo luxuoso.

O painel de bordo possui revestimentos em materiais suaves ao toque na parte superior, almofadados nas portas e bancos em pele. Contudo, os restantes plásticos já são duros e escuros. A qualidade de construção e o rigor na montagem tem uma clara margem para progressão, designadamente ao nível dos painéis das portas, que apresentam folgas, ou o espelho retrovisor, que começa a oscilar a velocidades mais elevadas.

O quadro de instrumentos possui dois mostradores analógicos, para o velocímetro e o conta-rotações, e um ecrã central TFT, cujas funcionalidades são acedidas através de botões no volante. A parte superior da consola central possui um ecrã tátil de 10,25”, mas que poucas funções oferece para além do rádio e a câmara traseira, cuja resolução poderia ser bastante melhor.

O travão de estacionamento é mecânico, mas o banco do condutor é aquecido e possui ajuste elétrico em seis posições. O assento do passageiro também tem aquecimento, mas a regulação é manual.

O equipamento de conforto da Tunland G7 é bastante completo para o segmento, não faltando o ar condicionado automático com comandos físicos, botão de ignição (Start-Stop), sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, acesso sem chave (keyless), retrovisores elétricos aquecidos e retráteis, entradas USB e Bluetooth, entre outros.

A longa distância entre-eixos de 3,11 metros permitiu disponibilizar um espaço generoso para dois ocupantes da fila traseira, tanto em comprimento para as pernas como em altura. O passageiro do lugar do meio já não viajará com tanto conforto devido ao túnel da transmissão e também porque o assento é mais estreito. Se esse banco não estiver em utilização as suas costas poderão servir como mesa de apoio.

Motor ruidoso

À semelhança dos principais concorrentes no segmento das pick-up de tração integral, a posição de condução é elevada e não é difícil encontrar o melhor ajuste com um volante que tem regulação manual em altura e profundidade. A boa visibilidade para o exterior é garantida pelo amplo pára-brisas, os espelhos retrovisores reguláveis eletricamente ou a câmara traseira para apoiar as manobras. 

Carregando no botão da ignição entra em funcionamento o motor diesel de 2,0 litros da Cummins, desenvolvido na Alemanha, que oferece uma potência máxima de 163 cv às 4000 rpm e um binário máximo de 390 Nm entre as 1800 a as 2600 rpm, estando, no caso da unidade ensaiada, acoplado a caixa manual de seis velocidades, com um seletor um pouco impreciso e relações demasiado curtas.

Em termos dinâmicos, esta linha motriz acusou alguma falta de binário a baixos regimes (estranho numa pick-up), mas o caso mudava de figura quando a rotação subia acima das 2000 rpm, ganhando vivacidade e andamento, mas obrigava a recorrer frequentemente ao seletor da transmissão.

O refinamento do motor nunca foi o forte das pick-up e a Tunland G7 não está longe de ser uma exceção. Quaisquer solicitações adicionais do acelerador têm como resposta mais ruído oriundo do compartimento do motor.

Boas prestações em fora de estrada

A suspensão traseira de lâminas oferece o comportamento habitual numa pick-up, com alguma tendência para o eixo traseiro saltitar quando o piso está degradado. Em fora de estrada, o comportamento é bastante aceitável, não tendo dificuldades em passar superar obstáculos mais difíceis.

As suas capacidades em todo-o-terreno são asseguradas por um ângulo de ataque de 28º, ventral de 21º e de saída de 19º, ao que se junta uma altura mínima ao solo de 21 centímetros.

O sistema de tração integral pode ser ativado através de um comando rotativo localizado no túnel central entre os bancos. Consoante o piso, o condutor pode escolher entre “2H”, “4H” “4L”, estando ainda disponível o assistente de descidas. O bloqueio de diferencial não está disponível na versão com caixa de velocidades manual.

Em termos de consumo de combustível nenhuma pick-up é conhecida por ser particularmente económica devido à elevada relação entre peso e potência. A Foton Tunland G7 acompanha esta tendência, tendo o computador de bordo registado uma média combinada de 10,0 l/100 km durante um ensaio, valor que se situa entre os 7,8 l/100 km e os 12,0 l/100 km anunciados pela marca, mas, que, mesmo assim, é superior ao de alguns concorrentes diretos de cabina dupla e tração integral como a Ford Ranger, Volkswagen Amarok ou a Isuzu D-Max.

PREÇO  40 652€

MOTOR Diesel, 4 cil.; 1968 cc

POTÊNCIA 163 cv às 4000 rpm

BINÁRIO 390 NM

TRANSMISSÃO 4WD; Man, 6 vel.

COMP./LARG./ALT. 5,34/1,94/1,87 M

DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3,11 M

PESO 1925 KG

CARGA ÚTIL 1055 KG

ACEL 0 - 100 KM 14,0 S

VEL. MAX 150 KM/H

CONSUMO WLTP 7,4 (10,0*) l/100 km

EMISSÕES 264 G/KM

IUC 58,81 €

* Medições Turbo