Mais de 115 mil unidades do Xiaomi SU7 vão ser atualizadas na China devido a falhas no sistema de assistência à condução, depois de um acidente ocorrido em março.
A Xiaomi anunciou a recolha de 116.887 unidades do SU7 na China, fabricadas entre fevereiro de 2024 e agosto de 2025.
Esta medida abrange cerca de 38% dos 305.055 veículos que já foram vendidos desde o lançamento do modelo no início de 2024, segundo dados da China Automotive Technology and Research.
O comunicado da State Administration for Market Regulation afirma que o sistema de assistência à condução do SU7 “não tem capacidade de reconhecimento suficiente” em determinados cenários.
Esta falha pode comprometer a deteção de obstáculos e o lançamento de alertas ao condutor, colocando em causa os requisitos exigidos para sistemas de Nível 2 e Nível 2+, que dominam o mercado chinês.
Para contextualizar, de acordo com a Sociedade Internacional de Engenheiros Automóveis (SAE), o nível 2 de condução autónoma exige que o condutor esteja sempre atento e preparado a assumir o controlo da viatura quando necessário.
A condução autónoma está dividida em cinco níveis: do nível 1, controlado totalmente pelo condutor, ao nível 5, que é totalmente autónomo.
Em causa está um acidente fatal ocorrido em março, na autoestrada Dezhou-Shangrao, quando um SU7 embateu contra um separador de betão a mais de 110 km/h com o sistema de assistência à condução ativo.
De acordo com os meios de comunicação chineses, o condutor ainda tentou intervir, mas três estudantes universitários perderam a vida.
A marca chinesa já reagiu e confirmou que a falha será corrigida através de uma atualização de software remota (over-the-air), evitando a necessidade de intervenção numa oficina.
Contudo, o recall também coincide com a implementação das novas normas de segurança na China para carros equipados com sistemas de assistência de condução de nível dois. Os novos regulamentos estabelecem requisitos mais rigorosos e entrarão em vigor em 2027.
