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W Series é uma competição só para mulheres

Texto: Nuno Fatela
Data: 11 de Outubro, 2018

Trata-se de discriminação ou uma forma de aumenta as possibilidades de levar mulheres até à Fórmula 1? Que pensar deste novo campeonato designado W Series?

Foi anunciada uma nova competição, com sede no Reino Unido, que se apresenta como um campeonato de monolugares exclusivamente para pilotos do sexo feminino, com o objetivo de conseguir colocar mulheres na Fórmula 1. Anunciada como uma “via rápida para encontrar a primeira campeã mundial de F1”, os organizadores dizem que é o facto do desporto automóvel ser um mundo dominado por homens, “não apenas atrás do volante mas também no pit-lane, garagens e laboratórios” que os incentivou a criar esta competição só para mulheres.

 

Os carros de competição utilizados vão ser monolugares com aerodinâmica ajustável, que estão equipados com motores turbo de 1,8 litros de capacidade. Além disso, é destacada a presença do Halo, como na Fórmula 1, para garantir às participantes  máximo nível de proteção. A W Series vai arrancar em maio de 2019, e terá, no primeiro ano, seis provas disputadas em circuitos europeus.  É destacado que a inscrição é livre, mas que os 20 lugares na grelha de partida vão ser dados apenas às mulheres que consigam superar com distinção as provas em simulares, preparação física e testes em pista. Entre o painel de avaliadores das candidatas, estão David Coulthard e Adrian Newey.

 

O que pensar da W Series?

O facto de ser criada uma competição exclusivamente para mulheres é algo que, seguramente, cria polémica. Afinal, qualquer piloto que pretenda chegar ao mais alto patamar do desporto automóvel, a Fórmula 1, deve ser capaz de bater todos os potenciais adversários. Algo que, seguramente, não fica garantido quando não se encontram nas mesmas pistas pilotos dos dois sexos.

Por isso, a W Series pode ser considerada discriminatória tanto para as participantes, excluídas do embate com outros potenciais candidatos (e bem sabemos que apenas ao competir com os melhores é possível evoluir), como para os homens que não têm oportunidade de encontrar estas adversárias nas mesmas categorias. Algo que cria uma disparidade na avaliação dos candidatos aos mais desejados lugares atrás do volante. Há, no entanto, que referir além da intenção de levar mulheres à F1, outro objetivo que é de louvar na W Series. Trata-se do desejo de incentivar estas pilotos e outros pessoas do sexo feminino envolvidas na W Series a seguir carreiras escolares em áreas como engenharia e ciências.