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Diz a Volvo. Produzir um EV gera 70% mais emissões do que um carro térmico

Texto: Francisco Cruz
Data: 20 de Novembro, 2021

A conclusão serve também como alerta: um estudo levado a cabo pela Volvo Cars revela que o processo de produção do seu novo modelo 100% elétrico, o C40 Recharge, gera 70% mais de emissões, que a produção do modelo semelhante, com motor de combustão, XC40. Discrepância que, no entanto, acaba sendo ultrapassada, ao longo do ciclo de vida do veículo…

Tomando como base apenas a linha de produção da gama XC40, a qual engloba, tanto versões com motores de combustão, como propostas PHEV e 100% elétricas, o estudo da Volvo Cars levou em consideração toda a pegada de carbono, ao longo do ciclo de vida de cada versão. Incluindo, a mineração das matérias-primas, processos de produção, abastecimento e, finalmente, a condução ao longo de 200.000 quilómetros, antes do abate do veículo.

Segundo a marca sueca, o ponto de equilíbrio entre os vários sistemas de propulsão irá depender sempre da forma como a electricidade é produzida. Sendo que o estudo aponta três cenários, com base no fornecimento médio global de electricidade, as projecções da UE28 em termos de produção de energias tradicionais e renováveis, e, ainda, com base em 100% renováveis.

Produzir um elétrico C40 representa muito mais emissões do que fabricar um XC40, assume a Volvo
Produzir um elétrico C40 representa muito mais emissões do que fabricar um XC40, assume a Volvo

Conforme refere o site Carscoops, que terá tido acesso ao estudo, um Volvo C40 Recharge, a utilizar o fornecimento de energia tradicional, necessitará de fazer 109.918 quilómetros para se tornar menos poluente que um XC40 com motor de combustão. Ou seja, trata-se de cumprir, praticamente, metade da vida útil do veículo, sendo que, uma vez terminada essa mesma vida útil, o C40 terá produzido menos 15% de emissões gerais, que o XC40.

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Pelo contrário, utilizando o cenário da eletricidade EU28, o Volvo C40 duplica a redução nas emissões para 30%, reduzindo, igualmente, o ponto de equilíbrio para os 77.248 quilómetros.

Já nos casos em que os condutores consigam carregar as baterias com energias 100% renováveis, a pegada de carbono deste EV passa a ser metade da do XC40 com motor de combustão, fixando o ponto de equilíbrio por volta dos 48.280 quilómetros.

Conclusões finais? Não deixam dúvidas..

A terminar e embora destacando que os carros elétricos não são, de base, menos poluentes do que os veículos de combustão, a Volvo salienta que, com o passar do tempo, eles podem, efectivamente, tornar-se mais ecológicos.

Embora mais ecológicos na utilização, os EV transportam consigo um lastro muito grande, trazido da produção, que vão depois atenuando com a utilização
Embora mais ecológicos na utilização, os EV transportam consigo um lastro muito grande, trazido da produção, que vão depois atenuando com a utilização

No entanto e analisando apenas a fase de produção, a fabricação de um EV resulta, mesmo quando utilizando a mesma plataforma e muitas das peças de um modelo térmico, em significativamente mais emissões. Com, só as baterias, a serem responsáveis por quase um terço da totalidade das emissões.

O estudo da Volvo Cars conclui, assim, que os EV acabam por ter uma pegada de carbono bastante inflacionada, até ao momento da saída da linha de montagem. E que só pode ser atenuada, de forma a conseguirem rivalizar com os veículos de combustão, através da energia que é utilizada no carregamento das baterias, e com o passar do tempo em utilização.