Vaga de furtos de cabos elétricos afeta rede de carregamento nacional

Uma onda de furtos de cabos elétricos está a deixar vários postos de carregamento inoperacionais em Portugal. Os casos denunciados estão a aumentar e já estão a ser discutidas soluções.

A rede pública de carregadores em Portugal tem sido alvo de uma vaga de furtos de cabos elétricos, deixando vários postos de carregamento inoperacionais.

O alvo dos assaltantes é o cobre, presente na construção dos cabos, para posteriormente ser vendido no mercado paralelo.

A Associação Nacional Movimento-TVDE (ANM-TVDE) denunciou, nas redes sociais, casos registados no Barreiro, nomeadamente nos Postos de Carregamento de Veículos Elétricos (PCVE) na Cepsa Barreiro e no Lidl da Quinta da Lomba, onde “foram cortados e roubados os cabos dos carregadores, deixando os postos completamente inoperacionais”.

Incidentes espalham-se por várias localidades

Além dos casos mencionados, a UVE (Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos) também reportou incidentes semelhantes na Marateca e no Seixal.

Já a Iberdrola | bp pulse confirmou casos de vandalismo em Alcochete e também no Barreiro, afetando o acesso ao carregamento naquela que é uma zona de elevada procura.

De acordo com o seu comunicado, a empresa está a colaborar com as autoridades e a esforçar-se para repor o serviço o mais rapidamente possível.

Além disso, a mesma dá conta de que os furtos não se limitam à Margem Sul. Houve casos ocorridos em localidades como Torres-Vedras, onde postos da Mota-Engil Renewing foram alvo de furtos em abril.

Superchargers da Tesla também foram atingidos

A vaga de furtos também atingiu igualmente os Superchargers da Tesla em Fátima. Mais concretamente, dias após ter recebido a expansão de 14 para 32 postos de carregamento.

De acordo com uma publicação de Hugo Pinto, adminstrador do Tesla Club Portugal, a maior comunidade nacional de proprietários da marca, foram roubados todos os carregadores V2 e parte dos V4, restando apenas 12 pontos ativos.

  • Portugal passou a ter um dos maiores postos Tesla da Península Ibérica

    ID: 205222 | 2970843672

Já estão a ser propostas soluções

Várias associações e utilizadores já discutiram soluções. Uma delas é incorporar um sistema que liberta os cabos apenas após a confirmação do pagamento.

A outra hipótese é exigir que os condutores tragam os seus próprios cabos, embora esta última opção seja menos prática. Sobretudo para postos de carregamento rápido.

Solução britânica promete reforçar segurança

A empresa britânica Formula Space desenvolveu o CableGuard, um sistema que combina proteção e rastreio forense para dificultar o corte dos cabos e identificar os autores de furtos.

A solução consiste numa manga resistente a cortes, com um mecanismo incorporado que liberta um fluido invisível com um código de ADN exclusivo do local, permitindo à polícia identificar os responsáveis.

A tecnologia já foi testada e validada pela Kempower, uma empresa finlandesa de carregadores rápidos, e está pronta para ser implementada em mercados como Reino Unido, Irlanda e Europa Central.