Toyota Caetano atira-se aos Nacionais com Meeke como trunfo

A Toyota Caetano Portugal continua de acelerador a fundo na competição nacional, depois de ter apresentado a sua nova estrutura e programa para 2025. Que, além de abarcar três modalidades distintas, conta ainda com um ás de trunfo: Kris Meeke, campeão nacional não homologado de ralis... com a Hyundai.

A apresentação do holandês de 45 anos, que já andou pelo WRC, como piloto da recém-formada Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal, foi, de resto, o verdadeiro ponto alto de uma apresentação levada a cabo numa das mecas da velocidade nacional, o Circuito do Estoril. Onde, além da “surpresa” Meeke para o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), foi ainda anunciada a participação oficial em mais dois campeonatos distintos: o Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (CPTT), com o português João Ramos como piloto oficial, e o Campeonato de Portugal de Velocidade (CPV) e Iberian Supercars, que ficará “a cargo” do vice-campeão nacional Francisco Mora.

Quanto a Meeke e numa altura em que ainda recupera de uma intervenção cirúrgica ao joelho, garantiu sentir-se “muito entusiasmado por participar num novo projeto em Portugal” e num campeonato que “tem uma qualidade incrível”, em que “praticamente todos os troços de terra já fizeram parte, em alguma altura, do Mundial de Ralis”.

“Para mim, é, sem dúvida, um dos melhores Campeonatos Nacionais do mundo”, pelo que, “sinto-me muito feliz por continuar aqui”, acrescentou.

Sobre o GR Yaris Rally2 que vai conduzir esta época e com o qual deverá fazer as oito provas do Nacional de Ralis, o piloto britânico que conta com cinco vitórias no WRC, confessa que “ainda não tive oportunidade de o conduzir”, mas “todos temos visto como o GR Yaris Rally2 tem evoluído ao longo dos anos”. Pelo que, assume, “estou desejoso que a temporada comece”.

Entretanto e já à margem da conferência da imprensa, Meeke não deixou de abordar a saída da Hyundai Portugal, desejando esperar que a equipa consiga contratar um piloto de cariz internacional para o seu lugar, como também a possível repetição da estranha situação que fez com que, em 2024, tenha sido o piloto a terminar o CPR com mais pontos e, apesar disso, não ter sido consagrado como campeão nacional de ralis. Culpa, neste caso, dos regulamentos, que determinam que o campeão deve ter nacionalidade portuguesa.

“O que posso dizer é que adoro ganhar e, se chegar ao final da temporada com o maior número de pontos e, mesmo assim, não for considerado o campeão, não há problema. Os pontos relativos a 2024 estão no meu bolso e na posse da Hyundai Portugal, e, por tudo aquilo que conseguimos, consideramo-nos campeões”, afirmou.

João Ramos e o CPTT: “Vamos lutar pelo campeonato”

Entretanto e ainda antes de Kris Meeke, no palco montado numa das boxes do Circuito do Estoril foi apresentado João Ramos, piloto português com um já longo currículo de participações em bajas e provas de todo-o-terreno, nacionais e internacionais, sempre aos comandos de uma Toyota Hilux. E que, em 2025, volta a disputar, agora com as cores da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal,  não só o Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (CPTT), como também algumas provas do Europeu e do Mundial da especialidade.

Aos comandos de uma nova Toyota Hilux T1+ Evo, ou seja, já com a última atualização operada pela Gazoo Racing, João Ramos deixa a confiança de que “vamos ser competitivos e lutar por um campeonato que se anuncia muito forte”, até porque o carro “mantém a mesma performance do ano passado“ e “eu espero não ter os azares que tive o ano passado e que acredito estarem já ultrapassados”. Como tal, “estou muito satisfeito por poder participar e lutar pela vitória”.

Sobre a época que se avizinha, o vencedor do CPTT em 2018 e da Taça Ibérica em 2016 destaca que a ideia é “fazer o Campeonato Nacional, mas também e uma vez analisados calendários, que às vezes não são facilmente compatíveis, fazer algumas provas do campeonato europeu”.

“O grande interesse, tanto para a Toyota, como para os meus patrocinadores, é, sem dúvida, andar neste ambiente ibérico, já que temos muito retorno nas provas que fazemos, como é o caso da prova de Badajoz, a Baja de Aragon, ou e já no âmbito do Nacional, com igual carisma internacional, a Baja de Reguengos de Monsaraz, a Baja BP Ultimate e a tradicional Baja de Portalegre. Mais, só vendo, se é possível ou não participar” concluiu.

Francisco Mora e o CPV: “Objectivo é subir um lugar e ser campeão”

Finalmente e a fechar o envolvimento da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal no desporto automóvel em 2025, a apresentação do escolhido para competir com um Toyota GR Supra GT4 Evo2 oficial nas cinco provas (Portimão, Vila Real, Valência, Jerez e Estoril) que fazem parte do Campeonato de Portugal de Velocidade (CPV), o português Francisco Mora. Que, depois do vice-campeonato em 2024, pretende, agora, na temporada de 2025, recuperar, com a Toyota, o ceptro que conquistou, pela última vez, em 2021.

Para o também campeão espanhol e ibérico de GT em 2022, o objectivo, em 2025, passa por disputar as cinco provas que já fizeram parte da edição do ano passado do CPV, ainda que e este ano, com “a ordem um bocadinho alterada e o acréscimo de Vila Real, que é, muito provavelmente, a prova mais exigente, mais difícil, e, na minha opinião, aquela que vai decidir o destino do campeonato. Ainda que seja apenas a segunda etapa do campeonato...”.

“As restantes pistas são traçados que eu já conheço, pelo que o único factor novidade é mesmo o carro, que eu espero conseguir perceber, ainda antes do início da temporada, como é que o podemos evoluir, de forma a ganhar já na primeira etapa, em Portimão, que é o meu objetivo”.

De resto e ainda sobre o GT Supra GT4, Mora recorda, entre risos, que, “conheço-o bem, por ter sido meu adversário na temporada passada, e sei o potencial que tem, sofri com isso, e acabei por ficar em segundo, devido a ser um adversário tão poderoso. De resto, este ano, essa foi também uma das razões que me levou a aceitar o convite da Toyota. No final deste ano, se tudo correr bem, espero subir um lugar e ser campeão”.

Levar a emoção aos fãs

Além da aposta nestes três campeonatos e nos pilotos que neles vão competir, a Toyota assume, igualmente, entre os objetivos deste projeto, a vontade de, não só dar continuidade ao sucesso desportivo da Gazoo Racing, como também e principalmente, promover a aproximação entre a marca e os fãs. Mais concretamente, levando-os a viver a emoção das provas e dos próprios carros.

Com este mesmo objectivo, a Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal promete não só marcar presença nas provas e convidar fãs a assistir às corridas, como, também, promover eventos de marca, co-drives com clientes e até ações de de promoção de Sim Racing.