Mitsubishi Outlander PHEV Plug-in Hybrid

Texto: Júlio Santos / Fotografia: José Bispo
Data: 27 de Agosto, 2017

O Mitsubishi Outlander PHEV não é um daqueles automóveis pelo qual nos apaixonamos logo. É, sobretudo, uma resposta inteligente a várias necessidades que se nos deparam no dia-a-dia

Não é “lindo de cair para o lado”. Nem o mais barato. Nem o melhor para isto ou para aquilo. Conhecendo-o melhor, porém, o Mitsubishi Outlander PHEV mostra ter argumentos capazes de nos deixar a pensar. A altura ao solo e as proteções nas zonas inferiores da carroçaria mostram-nos a vocação para a aventura, enquanto as formas angulosas e os “olhos” rasgados confirmam a origem asiática.

Com proporções equilibradas (4,7 metros de comprimento, 1,8 metros de largura e 1,7 metros de altura) a carroçaria destaca-se, sobretudo, pela qualidade de construção, enquanto no interior são notórios os progressos face à geração anterior. Ainda assim, a decoração escura e as formas simples do tablier quase fazem passar despercebida a qualidade dos materiais e a solidez. Já a posição de condução vertical, não sendo fascinante, permite-nos ver bem tudo o que se passa ao nosso redor, ao mesmo tempo que o olhar e as mãos “tocam” imediatamente em tudo o que precisamos.

Em relação ao equipamento não falta nada do que é essencial, mas nem como opção encontramos alguns dos dispositivos de conetividade que caraterizam os automóveis de última geração.

Destaca-se, então o espaço amplo (embora na terceira fila de bancos só possam viajar crianças) e o conforto. A suspensão foi totalmente revista, recebendo novos casquilhos, molas e amortecedores, bem como uma barra estabilizadora mais grossa. O resultado é um melhor “travamento” dos movimentos do chassis, uma maior progressividade do amortecimento e menor inclinação da carroçaria, que favorecem a dinâmica e o conforto.

VAMOS A CONTAS

A suavidade de rolamento é um dos aspetos que mais apreciamos no Outlander, sobretudo no caso desta versão Híbrida Plug-in (PHEV) que utiliza um motor de combustão a gasolina (2.0 litros, com 121 CV), “auxiliado” por dois motores elétricos (de 82 CV), um instalado em cada eixo. Ao nosso dispor estão três modos de condução: utilizando apenas o motor de combustão, optando pelo modo híbrido, com os motores elétricos a fornecerem potência adicional para acelerações mais vigorosas; ou em modo exclusivamente elétrico (EV).

 

Neste caso a autonomia anunciada é de 52 quilómetros mas no nosso ensaio, em condução normal, não conseguimos melhor do que 34 quilómetros (rodando a 100 km/h sem acelerações bruscas). Em viagem, a cerca de 120 km/h, o consumo médio (gastando toda a bateria) foi de 6,3l/100 km. Depois, utilizando apenas o motor de combustão, não conseguimos baixar dos 8,7 litros. A razão da autonomia elétrica baixa (mas em linha com aquilo que o mercado disponibiliza) tem a ver com a capacidade da bateria de iões de lítio que não vai além dos 12 kWh, dos quais apenas são consumidos 8 kWh.

Uma bateria maior ditaria o sacrifício da terceira fila de bancos e de alguma capacidade de bagagem. Esta pode ser carregada nas tomadas das nossas casas (demorando cerca de cinco horas, três horas com Wallbox), ou numa estação de carregamento rápido, bastando cerca de 30 minutos para conseguirmos 80% da capacidade.

Contas feitas, para os primeiros 100 quilómetros, o custo real de utilização é inferior a sete euros, menos dois euros do que teríamos que pagar na
versão diesel. Esta tem a vantagem de manter esse valor constante (cerca de 8,8 euros/100 km), enquanto no PHEV, depois de descarregada a bateria cada 100 km custam-nos 12 euros.

É, pois, fundamental levar em conta o diferencial do preço de aquisição e os benefícios fiscais subjacentes aos veículos híbridos Plug- in e é nessa altura que o PHEV pode fazer sentido. Sobretudo, se a nossa utilização quotidiana privilegiar trajetos em que conseguimos uma utilização maioritariamente em modo elétrico.

VEREDITO

O Mitsubishi Outlander está entre os automóveis mais vendidos em países onde a eficácia energética e ambiental é privilegiada. Isso tem de nos fazer refletir, pois é a sua principal caraterística. A par da capacidade de transportar até sete ocupantes em três filas de bancos. Para uma utilização quotidiana com pequenos trajetos urbanos, não há nenhuma proposta que ofereça a mesma economia e polivalência de utilização.

Ensaio publicado na Revista Turbo 423, de dezembro de 2016

Esta metodologia não se aplica a este artigo. Todo o texto encontra-se no capítulo inicial.

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