Stewart refere-se a Hamilton como "um génio"

Jackie Stewart refere-se a Lewis Hamilton como "um génio". E garante que os pilotos devem aproveitar a visibilidade em prol da defesa de causas importantes

No Algarve, por ocasião do GP de Portugal em F1, o ex-campeão do Mundo, Jackie Stewart  classifica Lewis Hamilton como "um génio"

Stewart, com 81 anos, garante que os pilotos devem aproveitar a visibilidade que têm para a defesa de causas

Apesar de não ter incluído Lewis Hamilton na sua lista dos dez melhores pilotos de todos os tempos, Jackie Stewart não hesita em classificar de "génio" o recente vencedor do GP de Portugal em F1.

Num encontro com jornalistas no "padock" do Autódromo Internacional do Algarve, Stewart recordou que hoje, como no seu tempo, " existem milhares de pilotos em todo o mundo, algumas centenas chegam aos campeonatos mais importantes e pouco mais de duas dezenas, alcançam o topo que é a F1". No entanto, "mesmo de entre estes, apenas um alcança o estatuto de génio", sublinhou o escocês sem se referir, de forma explícita àquele que, apenas dois dias depois desta conversa, viria a alcançar em Portugal o estatuto de piloto mais vitorioso da história da F1.

A Rolex e Jackie Stewart mantêm uma estreita colaboração desde há longos anos

Embaixador da Rolex, a marca de relógios que desde há quase um século apoia os mais importantes eventos motorizados a nível mundial (F1, 24 Horas de Le Mans, etc) Stewart diz estar consciente da enorme evolução que a F1 teve ao longo de 70 anos e, principalmente, desde a conquista do seu primeiro título de Campeão do Mundo de F1, em 1969. Mas se muitas coisas mudaram, desde então (da tecnologia às verbas investidas), Stewart não hesita quando lhe é pedido para apontar pontos de contacto entre as diferentes épocas. Desde logo a importância do piloto, mas também, o papel que "um desporto com enorme visibilidade como é o caso da F1" e os seus protagonistas "podem ter na defesa de causas importantes". Ele próprio embaixador de associações que chamam atenção para os problemas das pessoas que sofrem de demência, Stewart, hoje com 81 anos, diz que a visibilidade de que os grandes desportistas gozam deve ser aproveitada em prol de um mundo melhor.

Com uma longa ligação à Rolex, o antigo campeão do Mundo de F1 mantém, também, uma atividade empresarial bem-sucedida, facto que, garante, "tem muito a ver com a disciplina e o rigor a que um piloto de F1 está obrigado". Uma característica que Stewart, enquanto piloto, expressava na suavidade da condução. "Foi algo que achei sempre muito importante e que aprendi com Jim Clark. O seu estilo de condução impressionou-me. Ainda hoje é muito importante que um piloto aproveite as características do carro em vez de se bater contra elas".

Depois de vencer os campeonatos do Mundo de F1, em 1969 e 1971, Stewart viria a repetir o feito em 1973, ano em que anunciou a sua retirada depois da morte do seu companheiro na equipa Tyrrell, o francês François Cevert. Depois disso, o escocês teve participações nas 24 Horas de Le Mans e no campeonato IMSA (EUA), para em 1997 fundar a sua própria equipa de F1, a Stewart Racing, que teve como pilotos, entre outros, o brasileiro Ruben Barrichelo e o britânico Johnny Herbert.