Stellantis pretende fazer frente à Bentley e à Rolls Royce

Pode parecer inesperado ou até demasiado ambicioso, mas a Stellantis pretende concorrer com as marcas de ultra-luxo, através da DS Automobiles.

A afirmação, ambiciosa, é do chefe de design da DS, Thierry Métroz, em entrevista à Autocar, que explicou que a DS aspira a elevar o seu posicionamento premium e a “tocar a sensação de luxo”, deixando de rivalizar com marcas como a Audi ou a BMW, para passar a ter na mira, tanto a Bentley, como a Rolls Royce.

O Nº8 é, de resto, o primeiro passo nessa direção.

À imagem das marcas britânicas de hiper-luxo

Para lá chegar, o chefe de design da DS assume que a marca parisiense pretende aumentar a qualidade dos futuros modelos de produção, ao mesmo tempo que abandona objectivos como o volume de produção. Optando, antes, por vender menos carros, mas a um preço mais elevado, de forma a garantir margens de lucro maiores. Algo que faz, aliás, parte da estratégia das duas marcas que aponta como exemplo.

O diretor de design reconhece que tal ambição não se irá realizar de um dia para o outro, mas demorará entre 10 a 20 anos.

Métroz criticou o afluxo de marcas chinesas que diz serem imitadoras da Tesla e da Porsche, acrescentando que a DS quer ser original e apresentar “algo mais forte”, que se destaque.

O que dizem os números

De acordo com os números relativos às vendas de 2024, publicados pela Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA), a DS tem uma quota de mercado de apenas 0,3 % no continente europeu, com as suas entregas a registarem uma queda de 22,4 % (37.480 unidades) nos últimos 12 meses.

Deste modo, o posicionamento da marca no segmento do super-luxo é uma grande ambição para o fabricante automóvel que, ainda há poucos meses, viu a sua existência colocada em causa, quando Carlos Tavares, então CEO da Stellantis, afirmou estar disposto a vender as marcas do grupo que não fossem rentáveis.