Stellantis pode estar a preparar novos motores a gasóleo

O Grupo Stellantis poderá estar a preparar uma nova série de motores a gasóleo com tecnologia híbrida, apesar dos seus planos de eletrificação plena, a partir de 2030.

Segundo avançam os alemães do Auto Motor und Sport, a Stellantis poderá voltar a apostar em motores a gasóleo.

Apesar da sua estratégia centrada na eletrificação, com o objetivo de comercializar exclusivamente automóveis elétricos a partir de 2030, o gigante automóvel euro-americano pode estar a repensar a sua estratégia.

A publicação espanhola Auto Bild noticia que o grupo automóvel está a explorar a possibilidade de desenvolver novos motores a gasóleo, combinando-os com tecnologia híbrida, para cumprir as exigentes normas de emissões Euro 7.

O que já se sabe

A notícia surge numa altura em que a imagem do grupo automóvel em relação aos motores de combustão foi afetada pelos problemas dos motores PureTech e nos depósitos de AdBlue, em alguns dos modelos.

Segundo a publicação espanhola, a ideia foi sugerida por Jean-Philippe Imparato, o diretor de operações da Stellantis na Europa, defendendo que a gama de produtos poderia ser aumentada para incluir motores a gasóleo melhorados.

Além disso, fontes francesas afirmam que a Stellantis já começou a investir no desenvolvimento de um novo motor diesel para os seus SUV.

Fábricas podem ser a chave

A fábrica da Stellantis em Trémery, França, onde são produzidos os motores HDi de 2,0 e 1,5 litros, pode vir a desempenhar um papel importante nesta reviravolta tecnológica.

Outro argumento a favor é a construção de uma terceira unidade de produção de transmissões automáticas de dupla embraiagem na fábrica de Termoli, em Itália. Apesar de já serem utilizadas nos híbridos a gasolina do grupo, podem fazer caminho para propostas a gasóleo.

Revolução estratégica

Esta nova notícia colide, no entanto, com uma suposta intenção do ex-CEO da Stellantis, Carlos Tavares, o qual quis cessar a produção deste tipo de motores.

Ao mesmo tempo, também surge numa altura em que a oferta de motores a gasóleo nos produtos da Stellantis foi significativamente reduzida.

A Opel eliminou-os completamente da sua gama, enquanto a Peugeot e a Citroën disponibilizam-nos apenas em alguns dos seus modelos, como o 308 e o C5 Aircross.

A Fiat, por outro lado, mantém o motor Multijet no Tipo, mas apenas para determinados mercados.

A confirmar-se a notícia, será uma grande mudança estratégica, não só para a Stellantis, como na globalidade da indústria automóvel, ainda que não propriamente inédito. Construtores automóveis como a Audi, a BMW e a Mercedes continuam a apostar nesta tecnologia.