Stellantis abandona programa de hidrogénio

A Stellantis anunciou o fim do seu programa de hidrogénio, cancelando o lançamento de veículos com esta tecnologia previstos para este ano.

A Stellantis anunciou o cancelamento do seu programa de veículos movidos a hidrogénio e da produção associada.

A decisão coloca em risco o futuro da Symbio, a sua subsidiária de tecnologia de hidrogénio, onde detém uma participação desde 2023.

Segundo o grupo, a decisão deve-se à fraca infraestrutura de abastecimento de hidrogénio, aos elevados custos de investimento e à falta de incentivos de compra.

Jean-Phillipe Imparato, diretor de operações da Stellantis na Europa, foi claro: “O mercado de hidrogénio permanece um segmento de nicho, sem perspetivas de sustentabilidade económica a médio prazo”, afirmou em comunicado.

Futuro da Symbio em risco

Como já mencionado, a decisão tem um forte impacto na Symbio, a joint-venture que também envolve a Michelin e a Forvia.

Segundo dados desta última empresa, citados pela Reuters, a Stellantis representa cerca de 80% do volume de negócios da Symbio, o que torna a decisão especialmente crítica.

A Michelin, por sua vez, expressou preocupação com os mais de 650 trabalhadores da Symbio, em comunicado. Em 2023, a empresa subsidiária abriu uma fábrica no leste de França e um novo centro na Califórnia.

A Stellantis garantiu que a decisão não afetará os postos de trabalho nas suas fábricas, nomeadamente em Hordain (França) e Gliwice (Polónia), onde estava previsto o arranque da produção da nova gama Pro One.

Ao mesmo tempo, afirmou que já foram iniciadas conversações com os acionistas da Symbio para avaliar todas as consequências e proteger os melhores interesses da empresa.

  • Xavier Peugeot. Ambição da Stellantis Pro One é a liderança

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Stellantis reforça aposta em elétricos e híbridos

Imparato afirmou que todas as atividades de investigação e desenvolvimento em hidrogénio serão redirecionadas para outras áreas, em linha com a aposta da marca nos veículos elétricos e híbridos.

Segundo o mesmo, teve de “tomar decisões claras e responsáveis para garantir a nossa competitividade e responder às expectativas dos nossos clientes com a nossa ofensiva de veículos elétricos e híbridos, tanto de passageiros como comerciais ligeiros”.