Skoda ultrapassa Porsche em lucros operacionais em 2025

A Škoda registou o melhor segundo trimestre da sua história. A marca checa superou a Porsche em lucros operacionais e em margem de lucro.

A Škoda está a provar que não é preciso ser premium para liderar em rentabilidade no setor automóvel.

No segundo trimestre de 2025, a marca checa alcançou 796 milhões de euros em lucro operacional, o que corresponde a uma impressionante margem operacional de 9,5%.

Trata-se de um valor de margem de lucro que é habitualmente associado a marcas de luxo, que conseguem vender os seus veículos a preços bastante acima do custo de produção.

No entanto, a fabricante checa também alcançou um outro feito notável: tornou-se uma das marcas mais rentáveis dentro do Grupo Volkswagen, até superando a Porsche em lucros operacionais durante o mesmo período.

Como foi possível?

O sucesso da Škoda deve-se à sua aposta numa estratégia regional focada na Europa.

Ao concentrar-se num mercado que conhece profundamente, consegue responder de forma eficaz às preferências dos consumidores e à regulamentação local. Esta abordagem, ao invés de uma expansão global, protege a marca das atuais tensões comerciais.

E o fenómeno não é isolado: a Cupra, outra marca do Grupo Volkswagen que apostou numa abordagem semelhante, também registou um aumento de 33% nas vendas no primeiro semestre de 2025, segundo a Bloomberg.

Este desempenho contrasta com a Porsche. Com uma presença de mercado mais global, a marca alemã viu os seus lucros operacionais caírem para 166 milhões de euros, exatamente apenas 21% dos lucros da Skoda, conforme o avançado pela mesma publicação.

Modelo de negócio já não funciona

A situação da Porsche deve-se, sobretudo, à queda de 28% nas vendas na China nos primeiros seis meses do ano. A marca alemã foi particularmente afetada pela crescente concorrência das marcas chinesas e pelas taxas alfandegárias.

Ao mesmo tempo, apesar de ter registado o seu melhor primeiro semestre de sempre nos Estados Unidos, as tarifas aí implementadas também estão a ter um impacto negativo na marca alemã.

De acordo com a publicação Jalopnik, o próprio CEO da Porsche, Oliver Blume afirmou que o modelo de negócio da empresa já “não funciona na sua forma atual”.

A Škoda e a Cupra mostram que o futuro da indústria automóvel poderá passar por estratégias comerciais bem definidas. Sobretudo em tempos de incerteza, e onde a proximidade com o mercado pode ser a chave da rentabilidade.