Também ao volante. Elroq é o SUV mais eletrizante da Skoda

É vanguardista, mas atraente; compacto, mas com muito espaço; elétrico, mas ainda assim a prometer até 580 km com uma só carga. Trata-se do Elroq, elétrico com o qual a Skoda assume a candidatura ao pelotão da frente da eletrificação. Nós já o conduzimos e, até pelo preço, estamos tentados a assinar por baixo.

Embora de forma mais devagar, especialmente quando comparada com outros protagonistas pertencentes ao mesmo grupo automóvel, como é o caso da Volkswagen, a Skoda continua a avançar, também nos elétricos, seguindo a mesma linha orientadora que há muito segue nas propostas a combustão. Dito de outra forma, trata-se de não querer dar passos maiores do que a perna (falamos da multiplicidade de modelos), mas também e uma vez dados, exigir com que daí resultem produtos perfeitamente identificados com o ADN da marca e capazes de serem percepcionados enquanto tal, pelos consumidores.

Foi assim com o Enyaq, um SUV elétrico que, partindo da base técnica e know-how do “primo” Volkswagen ID.4, acabou suplantando-o em muitos aspectos, e volta a ser assim como o Elroq, um segundo EV para o segmento dos SUV compactos que, recorrendo à mesma plataforma MEB (não tão esticada…), volta a demonstrar, nos seus 4,48 m de comprimento, 1,88 m de largura e 1,62 m de altura, que, na Skoda, também os elétricos têm de ser, em muito mais do que a funcionalidade, Simply Clever!

Numa altura em que, segundo explicou em exclusivo à TURBO o responsável pela linha de veículos elétricos Skoda, Frantisek Drabek, a estratégia já delineada prevê mais um EV para o segmento B, de nome Epiq, e um elétrico maior, de sete lugares (ainda sem nome, mas também só deverá chegar lá mais para 2026…), o Elroq surge, pois, como a mais recente explanação deste desafio e exigência. Estreando uma série de novidades que, muitas delas com garantia antecipada de aplicação em futuros modelos do construtor, começam ainda no exterior, com a nova linguagem de design Modern Solid, acrescida da nova frente Tech Deck Face - basicamente, uma espécie de grelha frontal fechada de cor negra, complementada com os chamados faróis “quatro olhos” (LED Matrix nas versões de topo) e o nome do fabricante no extremo do capot.

Imagem atraente e afirmativa para a qual também contribui um perfil com linha de cintura alta e jantes com dimensões entre as 19 a 21 polegadas, mais uma traseira, esta sim, mais reconhecível, e que, no caso deste Elroq, acaba igualmente resultando num óptimo coeficiente de aerodinâmica, de apenas 0,26.

Confortável e funcional… como num Skoda!

Já no habitáculo, de acesso fácil, o cuidado perceptível com a qualidade e solidez da construção, assim como com a utilização de materiais sustentáveis. Alguns deles feitos, segundo a marca, com recurso a redes de pesca, garras de plástico, restos de tecido e tapetes.

A sua aplicação varia, no entanto, consoante o ambiente escolhido (a Skoda chama-lhes Design Selections e existem três à disposição - Studio, Lost e Lodge), para um habitáculo que conta, de série, com a já esperada posição de condução um pouco mas alta, a procurar facilitar a visibilidade do pequeno quadrante digital por detrás do volante (de boa pega), além do acesso ao generoso ecrã central táctil de 13”.

Ecrã que, não escondendo, tal como o pequeno manípulo de accionamento da caixa de velocidades, as semelhanças com soluções já vistas noutros modelos do grupo Volkswagen, integra um renovado sistema de infotaiment (nova interface), acompanhado de uma barra com vários botões físicos, concebidos como acesso rápido e directo aos menus que controlam os sistemas de assistência, modos de condução, estacionamento autónomo (com condutor no exterior) e climatização.

Ainda assim, verdadeiramente surpreendente, mostrou-se a óptima habitabilidade, conforto e versatilidade revelados em todos os lugares (inclusive, com uma caixa de arrumos no piso à frente do lugar do meio).  Argumentos para os quais também contribuem os 2,76 m de distância entre eixos e que se mostram suficientes, inclusivamente, para ajudar a uma capacidade de carga na bagageira de 470 litros, ou 1580 l com os bancos traseiros rebatidos.

Igualmente tradição na marca checa, são as inúmeras e muito funcionais soluções Simply Clever, que aqui passam não só pelos inúmeros espaços de arrumação no habitáculo (48 l no total) ou pelo hoje em dia já emblemático guarda-chuva guardado dentro da porta do condutor, como também e no caso específico da bagageira, por um piso que pode ser colocado a várias alturas, pela prateleira inferior com várias divisórias, pelos elementos para segurar sacos e malas, ou até mesmo pela rede na parte inferior da chapeleira que serve para arrumar os cabos de carregamento. Na verdade, até existe um QR Code impresso numa das laterais, para que, recorrendo ao telemóvel e a um programa de leitura do código, o proprietário descubra tudo o que bagageira oferece!

Quatro versões, três baterias

Depois e num crossover elétrico em que também não faltam sistemas avançados de segurança e apoio à condução, como é o caso da função Travel Assist agora com armazenamento de dados na Cloud (para melhor navegação e evolução dos sistemas de apoio à condução) ou do Cruise Control Adaptativo Preditivo (ACC), capaz de optimizar consumos adaptando a velocidade ao percurso, uma oferta, em termos de baterias e motores elétricos, constituída por quatro versões - 50, 60, 85 e 85x - e três baterias - 52, 59 e 77 kWh.

Começando pela versão de entrada, 50, a presença de uma bateria de iões de lítio de 52 kWh úteis, a prometer uma autonomia de 375 km, assim como potências de carregamento de até 125 kW (25 min dos 10% aos 80%), à qual se junta um único motor elétrico, a debitar 170 cv e 310 Nm, e que, em conjunto com a tracção traseira, promete uma velocidade máxima de 160 km/h e uma aceleração 0-100 km/h em 9,0s. Tudo isto com consumos em trajecto combinado de 15,8 kWh/100 km.

Já a versão 60, recorre a uma bateria ligeiramente maior, de 59 kWh, a anunciar 403 cv de autonomia e uma capacidade de carga de até 165 kW (24 min 10-80%). Com a propulsão a ficar a cargo de um único motor de 204 cv e os mesmos 310 Nm de binário, capaz de garantir uma velocidade máxima de 180 km/h, a par de uma aceleração 0-100 km/h em 8,0s, com um consumo combinado de 16,6 kWh/100 km

Versões topo de gama, as versões 85 e 85x fazem uso da mesma bateria de 77 kWh úteis, a anunciar a mesma potência de carregamento de até 210 kW (10-80% em 28 min), com as diferenças a surgirem não só no tipo de tracção (traseira a 85, integral a 85x), como também na autonomia: 581 km a versão de tracção apenas traseira 85, 562 km a variante de tracção integral 85x.

Quanto a prestações, o anúncio dos mesmos números para ambas, a começar numa velocidade máxima de 180 km/, seguida da mesma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 6,6s. Registos que, diga-se, apesar de termos conduzido, nas estradas de montanha de Maiorca, Espanha, precisamente a versão 85,  nem sequer foi o que mais nos surpreendeu. Mas, sim, o bom desempenho e conforto do Elroq, claramente um óptimo companheiro de viagem, mesmo quando por caminhos especialmente sinuosos, e isto apesar de ter de lidar com um peso bruto que pode ultrapassar as 2,6 toneladas.

No entanto e com mais-valias como o chassis adaptativo DCC (com três pré-configurações - Normal, Comfort, Sport e Custom -, o último a permitir 15 configurações distintas através do ecrã central!…), acrescido de uma solução McPherson à frente e Multi-Link atrás, o Elroq acabou mostrando competência até mesmo nos percursos mais sinuosos, ajudado, igualmente, por uma direcção capaz, inclusivamente, de garantir inversões de marcha em estradas mais estreitas (precisa apenas de 9,3 m).

Não tão convincente, apenas a travagem e muito por culpa da falta de feedback no pedal do travão.

Chega em março de 2025

Entretanto, prevista está, igualmente, uma versão de visual mais desportivo e dinâmica melhorada, de nome Sportline, que, além dos detalhes exteriores em preto e aplicações interiores com acabamento em carbono, ganha ainda uma suspensão mais desportiva e uma direcção mais progressiva, ambas de série.

Em termos de motorizações, este Sportline vai poder ser encomendado com qualquer uma das soluções atrás referidas.

Finalmente e embora a Skoda preveja ter este Elroq no mercado apenas a partir de março de 2025, conhecidos são já os preços para o mercado português, com a versão de entrada, 50, a ser proposta por 28 500€ + IVA. Valor anunciado com um claro piscar de olhos às empresas, atualmente responsáveis pela compra da quase totalidade (cerca de 90%) dos EV que se vendem no nosso País, ao mesmo tempo que posiciona o crossover checo como a proposta (elétrica) mais acessível do segmento C-SUV, até à data.

Para os particulares, o Elroq 50 está disponível por um preço base de 34 980€, enquanto a versão 85 anuncia como preço de entrada de 43 122€.

Quanto às restantes versões, só deverão estar disponíveis para encomenda lá mais para a frente.