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Mais um. Gigante japonês da eletrónica também quer produzir carros

Texto: Francisco Cruz
Data: 25 de Setembro, 2024

Depois da Huawei, da Xiaomi e da Sony, eis que mais um gigante, neste caso, da Eletrónica, acaba de anunciar o interesse em entrar no mundo dos automóveis – a Sharp. E até já tem um modelo de estreia! 

Empresa histórica no domínio da eletrónica, onde é hoje em dia um dos gigantes mundiais, por exemplo, no sector dos televisores, a japonesa Sharp terá descoberto um novo pólo de interesse – os automóveis.

Certamente atenta às estreias dos gigantes chineses da tecnologia, como a Huawei ou a Xiaomi, ou até mesmo de rivais internos como a Sony, num sector totalmente novo para todas, a Sharp decidiu avançar e dar a conhecer, também ela, o primeiro automóvel da sua história: o LDK+.

Desenvolvido em conjunto com a Foxconn, o maior fabricante mundial de componentes eletrónicos, o LDK+ é uma espécie de monovolume com propulsão 100% elétrica, cuja origem é, na verdade, um crossover – o Foxtron Model C da Foxconn, uma das três propostas de estreia que o fabricante de Taiwan, apresentadas ainda em 2022, sob a forma de concepts, e cuja comercialização tem já lugar, ainda que apenas em Taiwan.

Entretanto e já nesta nova configuração de monovolume, o agora LDK+ não deixou de ganhar algumas novidades interessantes, como é o caso da instalação de painéis solares no tejadilho, destinados a produzir energia, seja para as baterias do automóvel, seja para abastecimento da residência.

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De resto e juntamente com o automóvel existe uma “bateria de armazenamento”, separada, que tem como objectivo guardar energia, para utilização em caso de necessidade ou emergências.

Quanto ao interior do LDK+, anuncia-se grande o suficiente para acomodar não apenas bancos giratórios, como também um enorme ecrã de 65 polegadas. O qual, servindo os ocupantes dos bancos traseiros do automóvel, conta com Inteligência Artificial (IA) para, não apenas comunicar com a domótica na residência, mas também tratar de coisas mais simples, como ajustar o ar condicionado ou regular o brilho do próprio ecrã. Além de poder servir como um verdadeiro escritório remoto.

Quanto às especificações técnicas do trem de força que serve este modelo, a Sharp pouco ou nada disse, embora seja possível depreender que as características não andarão muito longo do anunciado pela versão de produção do Foxtron Model C. O qual anuncia 234 cv de potência, 339 Nm de binário e 505 km de autonomia, neste último caso, segundo o mais optimista mas já desajustado ciclo NEDC.

No mercado em 2030

Contactado pela Automotive News Europeu, o gestor de desenvolvimento de software da filial Next Innovation da Sharp, Kazuma Naito, afirmou que o objectivo da empresa é começar a vender automóveis em 2030, embora essa seja uma meta ainda um pouco “vaga”.

Ao mesmo tempo e com o controlo accionista da Sharp, hoje em dia, nas mãos da Foxconn, não será muito difícil prever que este seja apenas o primeiro passo na colaboração entre as duas empresas, para a área automóvel.

Desde logo, porque a primeira assumiu já a intenção de vender elétricos no mercado japonês, sejam eles fabricado localmente ou num outro país… como a China. Onde, de resto, a Foxconn já tem capacidade de produção instalada.