Seat não quer saber de elétricos até 2030

O CEO da Seat confirmou que a marca espanhola não pensa lançar qualquer veículo elétrico, antes de 2030. No entanto, também reconheceu que a empresa precisa de um para o futuro.

Foi durante a apresentação dos resultados financeiros de 2024 da Seat e da Cupra que Wayne Griffiths, o CEO do Grupo Seat, confirmou que a primeira não vai lançar um veículo elétrico, nesta década.

A marca pertencente ao Grupo Volkswagen só tomará uma decisão em relação a um futuro veículo elétrico (VE) “no final da década”, afirmou Griffiths.

Ainda assim, durante a mesma conferência, Griffiths admitiu, em declarações à Autocar, que a Seat “precisa de um VE para continuar”, acrescentando que, “para a Seat ter um futuro garantido, precisamos de ter um futuro elétrico”.

Questionado sobre por que razão a empresa irá esperar até 2030 para lançar um EV, Griffiths explica que “a Seat, neste momento, está numa boa posição”.

E é verdade. A empresa fechou 2024 com 310.000 vendas registadas e um lucro de 4,8 milhões de euros – um aumento de 7,5 % em relação a 2023. A Cupra, cuja gama 100% elétrica inclui o Born e o Tavascan, registou, por sua vez, 248.100 vendas, no ano passado.

Griffiths também apontou a marca-mãe do grupo – a Volkswagen – como uma razão para a Seat ainda não ter lançado qualquer veículo elétrico. Salientando que, o sucesso e rentabilidade dos produtos da marca de Wolfsburgo, descartam a necessidade de a Seat lançar um VE.

A última vez que um veículo elétrico esteve associado à Seat foi em 2021, quando a marca espanhola estava a planear lançar o El-Born, o seu primeiro EV baseado no Volkswagen ID.3. Contudo, como sabemos, este acabou rebatizado como Cupra Born, a partir do momento em que esta foi transformada numa marca autónoma.

O diretor-executivo também explicou que, juntamente com a falta de capacidade na fábrica de Martorell, em Espanha (onde o próximo Cupra Raval e o Volkswagen ID.2 serão construídos), um carro elétrico “não é uma prioridade imediata” para a Seat.

De acordo com Griffiths, o ponto-chave para qualquer elétrico da Seat será a rentabilidade, o que, atualmente, é difícil de conseguir, com um VE barato. No entanto, o mesmo também assumiu que “não excluiria” a perspetiva de um gémeo do ID.1 para a Seat.

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Em declarações anteriores aos britânicos da Autocar, o CEO referiu que, apesar do foco do Grupo Seat estar centrado na Cupra (por ser mais rentável), as atenções focar-se-ão novamente na Seat, a partir do momento em que eletrificação atingir os segmentos mais baixos e existir procura para esses produtos.