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Renovação, mas quase uma nova geração – Toyota Yaris

Texto: Nuno Fatela
Data: 8 de Abril, 2017

A Revista Turbo esteve na Holanda a descobrir o renovado Toyota Yaris, que chega já este mês a solo nacional e estará disponível nas versões gasolina, diesel e híbrida. Com mais de 900 novos componentes, esta atualização do terceiro ciclo de vida do modelo nipónico quase pode ser considerada como uma nova geração, sendo de destacar a evolução no prazer de condução e a introdução, de série, das capacidades do sistema Toyota Safety Sense.

A Holanda foi escolhida pela Toyota para a apresentação do renovado Yaris, modelo que teve a sua primeira aparição pública no Salão de Genebra e que estará em solo nacional ainda durante o presente mês de abril. Estivemos presentes para descobrir o modelo, disponível em Portugal com as versões 1.0 gasolina de 69CV, 1.5L híbrida de 100CV e diesel 1.4L de 90CV. O destaque vai precisamente para a versão híbrida, uma oferta única no segmento B, que combina uma elevada eficiência, que se verifica especialmente em ambiente citadino, e que ganha novos trunfos através de notórias evoluções no prazer de condução através de uma melhor insonorização do habitáculo e também na resposta ao pressionar o acelerador, dois pontos onde o recurso à caixa CVT deixa de ser um handicap.

Este é um modelo especialmente pensado para o mercado europeu, já que o projeto de desenvolvimento foi liderado pelo estúdio ED2, no Sul de França. Uma evolução ao qual o Quartel-General da Toyota no Japão já deu a sua aprovação, algo que se confirma pelo facto das alterações introduzidas em solo europeu estarem também a caminho da versão comercializada em solo nipónico com o nome de Vitz.

 

Os quatro pilares da renovação

Lançado em 1999, o Toyota Yaris foi logo considerado o Carro do Ano 2000, dando início a uma história de sucesso, comprovada pelo facto de representar 25% das vendas da marca na Europa, e que ganha agora uma nova etapa. O modelo não entrou ainda na quarta geração, mas com a introdução de 900 novos componentes, quase podemos considerar o atual modelo como uma “geração 3.5”. A marca focou-se principalmente em quatro grandes áreas nesta atualização, procurando tornar o design mais dinâmico e refinado, melhorar o comportamento do sistema híbrido e tornar a sua condução mais confortável e prazerosa, introduzir um novo motor a gasolina 1.5 com mais performance e menos consumos (uma versão que não está prevista para solo nacional) e aumentar os níveis de segurança, algo que fica a cargo da introdução em toda a gama das capacidades de salvaguarda do Toyota Safety Sense.
Design

Tendo em conta que a imagem do automóvel é considerada a principal razão de compra no segmento B, o refinamento e dinamismo das linhas foi tema principal da atualização. Na imagem destacam-se deste logo alguns elementos, como o símbolo mais proeminente na dianteira (com os tons azulados na versão híbrida a destacarem a sua singularidade no segmento), novos para-choques e uma iluminação que oferece uma assinatura visual a envolver os faróis e a fazer com grande elegância a ligação entre os grupos óticos e as linhas da grelha. Grelha também ela nova, com um formato de “meia elipse” que se encontra replicado na secção traseira, onde também se encontra um novo portão da mala e assinatura LED. Surgem ainda novos vincos nas laterais que conferem dinâmica ao visual e ajudam a dar homogeneidade, combinando os traços da dianteira e da traseira. É de destacar ainda a pintura a dois tons que torna ainda mais chamativa a Square Colection, exclusiva para a modalidade híbrida.
No habitáculo a digitalização das informações dá um salto em frente com a introdução de um ecrã TFT com 4,2’’ no painel de instrumentos, que tem a função de dar ao condutor as principais informações e pode ser operado com toda a facilidade e de modo intuitivo através dos comandos no volante. Na vertente multimédia surge um novo infotainment Toyota Touch2. A bordo do modelo reparámos que as áreas são generosas, especialmente na dianteira e na bagageira de 286L, embora pessoas mais altas possam sentir alguma dificuldade para se acomodarem nos lugares traseiros.
Melhoramentos do sistema híbrido

Na Holanda tivemos a oportunidade de testar numa primeira fase o motor a gasolina 1.0L de 69CV e 95Nm, e ficámos bastante agradados com esta versão. Apesar de se tratar de um propulsor tricilindrico, o trabalho efetuado pela Toyota na insonorização e redução das vibrações praticamente elimina estas adversidades típicas destes blocos. Trata-se de um propulsor com genica, que responde de forma rápida ao pressionar o acelerador e sem que os ruídos tornem a vida a bordo desagradável, tornando-o numa solução bastante apelativa não apenas para os percursos mais urbanos mas também para quando é necessário incursões mais longas em autoestrada.
Mas o campeão em cidade é sem dúvida a motorização híbrida de 100CV que descobrimos numa segunda fase, para o qual a marca anuncia consumos NEDC de 3,3L/100km e com um registo de 5.0L/100km numa utilização real. Ficámos bastante próximos deste último, com um valor de 5,2L/100km num percurso misto de 40km em que além das localidades também foi possível conduzir em estradas abertas e mesmo num pequeno troço em via rápida.
Mas se a eficiência já era um dos pergaminhos do modelo, ele ganha agora novos trunfos, graças aos melhoramentos efetuados. A caixa contínua CVT não provoca, como acontece em outros casos, um grande ruído quando se procura acelerar, o que significa que além de uma resposta imediata os condutores conseguem agora fazer estas manobras com maior conforto. Para este resultado final foram importantes os mais de 500.000km de testes efetuados pelos 90 veículos utilizados na fase de investigação que se focou, entre outras áreas, no som emanado pelo motor e naquele que se escuta em rolamento. A marca nipónica dotou o Yaris de novos apoios para o motor, novos eixos de transmissão e subestrutura de transmissão e ainda modificou o sistema de admissão de ar, a que se juntou a inclusão de um novo sub-silenciador no escape. Os resultados são visíveis e prometem tornar o híbrido numa solução mais apelativa.
“Regressando à estrada”, além de ter uma direção muito direta e que a Toyota afirma ser progressiva e linear, focando-se na agilidade em baixas velocidades e tornando-se mais firme ao circular mais rápido, a suspensão também desempenha com eficácia o seu trabalho, mantendo uma estabilidade e conforto muito positivas. Após o percurso, tivemos oportunidade de utilizar os registos do Drive Eco para confirmar aquilo que a Toyota afirma. Ao ficar mais confortável e agradável de conduzir, o Yaris híbrido também reforça o seu apelo junto dos automobilistas, já que nos 37km percorridos conseguimos efetuar 11km apenas de modo elétrico, sendo esta modalidade utilizada em 29% da distância e 50% do tempo ao volante. E tudo com um silêncio que nos permitiu apreciar com mais esplendor as mágicas paisagens do País das Tulipas.
Novo gasolina

Este terceiro pilar, que destaca a chegada do novo motor 1.5L a gasolina da Toyota, não vai estar disponível em solo nacional, já que o motor 1.33L da terceira geração representava um registo residual de vendas e não terá substituto direto, algo para que também contribui a legislação da fiscalidade automóvel em Portugal. Como tal aproveitamos este parágrafo para recordar que além dos motores a gasolina de 69Cv e híbrido de 100CV, também está disponível uma versão diesel 1.4 D-4D de 90CV. Não foi possível estar ao volante desta opção, mas futuramente teremos certamente oportunidade de levar até si, na Revista Turbo, uma avaliação a este modelo. Ao contrário do que ocorre com o motor 1.0L a gasolina, que recorre a uma transmissão manual de cinco velocidades, neste caso a opção vai para uma caixa de seis relações.
A segurança como Pilar

A Toyota anunciou que o seu extenso pack de salvaguarda dos condutores e passageiros vai passar a equipar toda a gama Yaris. Trata-se do Safety Sense que congrega diversas funcionalidades, desde logo o alerta de colisão iminente e travagem de emergência a velocidades inferiores a 40km/h. Contempla ainda capacidades como o reconhecimento de sinais, a comutação automática da iluminação e novas evoluções na segurança passiva, como um airbag lateral otimizado, novos pre-tensores para os cintos de segurança e soluções para reduzir o efeito de chicote no pescoço em caso de colisões. De referir ainda que uma das críticas que os clientes mais fizeram à marca no modelo agora renovado, a dificuldade de colocação das cadeiras IsoFix, foi resolvido, pois através do próprio desenho do banco e um novo corte na espuma torna-se mais fácil aceder aos encaixes do sistema.
A gama nacional

Os preços do renovado Toyota Yaris para solo nacional vão ter início nos 14205€ do motor 1.0G de 69Cv para o nível de equipamento Active, que para o diesel começa nos 18730€ e com um valor a partir de 18670€ para o híbrido. A oferta continua a subir através das versões Comfort (disponível também com a adição do Pack Style) e Exclusive, a que se junta a opção de topo Square Coletion, exclusiva para a combinação de motores elétrico e a gasolina, que pode ser encontrada por 21865€. A marca coloca ênfase na competitividade desta última motorização, colocada a um nível de preços similar ao diesel, bem como pela campanha inicial que permite obter as versões Comfort com o pack Style sem custos adicionais e ainda a Square Colection de pintura bicolor ao nível da Exclusive, garantindo equipamentos adicionais com descontos que ascendem aos 700€.
Inicialmente o Toyota Yaris pode ser encontrado com as tonalidades Azul Nebula e Vermelho Tokyo, a que se vão juntar em junho a vor bronze e em agosto o branco. Perto do final do ano, em princípio no mês de dezembro, vai também ser possível encontrar a versão desportiva GRMN, inspirada no WRC da marca e que contará com um motor 1.8L a gasolina de 210CV e contará com alterações em áreas como a suspensão e chassis bem como um visual exclusivo que promete fazer as delícias dos apaixonados pelos modelos desportivos. Sobre este modelo vamos dar-lhe a conhecer brevemente mais novidades.