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Radares “Bosch-TomTom” criam mapas mais precisos

Texto: Miguel Policarpo
Data: 10 de Junho, 2017

A Bosch, em parceria com a TomTom, desenvolveu o primeiro mapa que cria um desenho das estradas com os sinais de radar, algo vital para a condução autónoma. Este tipo de sistema permite aos automóveis adaptarem a rota consoante a informação partilhada em tempo real.

Foi dado mais um passo relevante para a chegada do momento em que os carros se vão guiar sem intervenção humana. A Bosch, em parceria com a TomTom, desenvolveu o primeiro mapa que usa sinais de radar para apoiar a condução autónoma. Este sistema permite recolher dados como, por exemplo, barreiras de choque ou sinais de trânsito, que posteriormente são utilizados para redefinir a rota . A vantagem destas mapas pioneiros, compostos através de milhares de pontos de reflexão imediata nos locais onde os sinais de radares “tocam”, será dar aos veículos autónomos a capacidade de adaptar a localização exacta em que se encontram de forma mais imediata, como a foto superior demonstra.

 

Isto vai permitir criar um desenho da estrada, substituindo o método atual em que apenas se pode contar para o posicionamento na via com os vídeos captados pelas câmaras. Uma evolução que tem importância ainda maior quando se encontram situações de visibilidade reduzida, como durante a noite ou com nevoeiro cerrado. Além disso, a Bosch e a Tom-Tom referem que os dados transmitidos para a nuvem são de apenas 5 kb por quilómetro, um volume consideravelmente mais baixo do que um mapa de vídeo.Como a confirmação de dados através de diversas fontes, para maior segurança, é uma das premissas para a implementação segura dos sistemas de piloto automático, é óbvia a importância da tecnologia nascida desta cooperação.

 

A colaboração entre a Bosch e a TomTom começou em 2015. As empresas, juntam o útil ao agradável – o mapa global de alta resolução da TomTom e os sistemas avançados de radar da Bosch, capazes de detectar obstáculos até 250 metros. Os sensores de radar já existentes também serão adaptados ao sistema: como são exemplos os implementados em sistemas de assistência à condução, como o de travagem de emergência automático e o de controle de cruzeiro adaptativo (ACC). A próxima geração de radares da Bosch, que vai começar a equipar automóveis até 2020, vem munida da tecnologia necessária ao funcionamento do radar de estrada, enquanto que os anteriores poderão ser modificados e dotados da mesma capacidade.

 

Estima-se que cerca de um milhão de veículos vão manter os mapas atualizados, através da transmissão de informação para a nuvem. Os mapas serão compostos por três fases: a do estrato de localização – essencial para a determinação da posição do veículo na estrada –  a do estrato de planeamento – para manobras individuais do veículo durante a condução autónoma – e a do estrato dinâmico – que permite partilhar informação em tempo real, como em  caso de trânsito intenso, trabalhos na via e espaços de estacionamento disponíveis.

 

A condução autónoma é um conceito trabalhado por muitas empresas, mesmo por algumas cuja atividade não está diretamente relacionada com o mundo automóvel. No entanto, existem ainda alguns entraves que ainda terão de ser ultrapassados para afinar os já sofisticados sistemas de condução autónoma, como os protótipos da Google demonstraram.