De uma assentada, chegam agora a Portugal os novos Polestar 3 e Polestar 4. Guiámos este último cujo preço começa em 66 700€ no caso da versão Single Motor que utiliza uma bateria de 100 kWh e anuncia uma autonomia de 620 km.
Depois de alguns atrasos os novos Polestar 3 e Polestar 4 estão já disponíveis em Portugal.
Guiámos em Madrid o Polestar 4, com 4,84 metros de comprimento, que estreia uma nova plataforma com uma distância entre eixos de três metros.
A Polestar apresenta esta nova proposta como um SUV coupé mas a verdade é que as formas têm bastante de coupé mas muito pouco de SUV, como fica demonstrado pela altura ao solo de menos de 17 centímetros, o que desde logo elimina quaisquer veleidades aventureiras.
Ou seja, a carroçaria quase poderia ser apresentada como uma berlina, excetuando a secção a partir do pilar traseiro muito inclinada, o que resulta num estilo muito dinâmico.
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Outros detalhes que sublinham o desejado posicionamento desportivo são a ausência de molduras das portas e as rodas de grandes dimensões (20 a 22 polegadas), bem como as proteções nas zonas inferiores da carroçaria.
A falta que faz um óculo traseiro!…
O principal elemento distintivo é, porém, a ausência de óculo traseiro, uma opção que a Polestar diz ter ficado a dever-se a questões técnicas, explicação que não entendemos. Em vez de vidro, essa zona é totalmente coberta por um painel em vinil que (antevemos) deverá estar quase permanentemente coberto de sujidade e prejudica a visibilidade traseira.
Apesar do tejadilho em vidro, o interior fica mais escuro e a substituição do espelho retrovisor por uma câmara está longe de ser a ideal, principalmente para quem usa óculos para ler mas não para ver ao longe (conduzir).
A grande distância entre eixos, acompanhada pelas dimensões e pela ampla largura das vias expressa-se na condução, o mesmo acontecendo com o peso que ronda as 2,3 toneladas. A contrapartida é o espaço amplo, principalmente para as pernas nos lugares traseiros, ao mesmo tempo que a capacidade de bagagem chega aos 526 litros no compartimento traseiro, a que acrescem 15 litros na frente.
No entanto aquilo que imediatamente nos cativa é a aparência verdadeiramente premium, ditada pela decoração “clean” mas muito cuidada (a inspiração sueca é por demais evidente), com materiais sintéticos a revestir o tablier e os bancos muito envolventes.
Não menos importante para a sensação de bem-estar é a elevada dotação tecnológica que o grande display central anuncia e que se materializa nas múltiplas funções de conectividade, entretenimento, apoio à condução e segurança.
Com boa autonomia…
O Polestar 4 está disponível nas versões Dual Motor e Single Motor. A primeira possui um motor na frente e outro na traseira, com a potência a chegar aos 544 cv (400 kW), enquanto o binário é de uns não menos impressionantes 686 Nm, para acelerar de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e atingir 200 km/h de velocidade máxima.
A tração é integral mas para um comportamento mais desportivo e melhorar os consumos, o motor dianteiro só funciona quando necessitamos de potência adicional. O preço começa nos 73 700.
Quanto à versão Single Motor possui apenas um motor que aciona as rodas traseiras, com a potência a chegar aos 272 cv (200 kW) e 343 Nm de binário. A velocidade máxima é a mesma e os 100 km/h são alcançados em 7,1 segundos. O preço, neste caso começa nos 66 700€ (em ambos os casos é possível adicionar diversos pacotes de equipamento).
Comum às duas propostas é a utilização de uma bateria de iões de lítio com 100 kWh de capacidade nominal (94 kWh úteis), colocada, como sempre acontece, no piso, para assegurar a melhor distribuição do peso e um centro de gravidade o mais baixo possível, para favorecer a dinâmica.
A autonomia anunciada é de 590 km para a versão Dual Motor e 620 km para o Single Motor.
O Polestar 4 possui um carregador interno de 22 kW e pode ser carregado em postos super-rápidos (até 200 kW), precisando neste caso de 30 minutos para elevar o “nível” da bateria de 10% para 80%.
… E consumos baixos
Uma das explicações para os excelentes valores de autonomia é, naturalmente, o recurso àquela que é uma das maiores baterias atualmente existentes no mercado (pesa mais de 580 kg) mas também os consumos que podem ser bastante baixos, como constatámos um trajeto composto por autoestrada e estrada nacional.
No primeiro caso, mantendo o ritmo que as regras (inflexíveis e vigilantes) regras espanholas determinam, o consumo médio situou-se nos 20 kWh/100 km, mas ainda mais surpreendidos ficámos com o valor registado nas estradas nacionais: abaixo de 16 kWh/100 km.
O Polestar 4 já está disponível em Portugal e a primeira impressão deixada é bastante positiva.