Nissan afasta CEO que falhou fusão com a Honda

Falhada a fusão com a Honda, numa altura em que o próprio fabricante de Yokohama se encontra perante um futuro incerto, a Nissan decidiu dispensar o CEO responsável pelas negociações, Makoto Uchida, nomeando para o seu lugar Ivan Espinosa. A passagem de testemunho torna-se efectiva a 1 de abril.

Os rumores confirmam-se: Makoto Uchida vai demitir-se e, para o seu lugar, segue Ivan Espinosa, atual diretor de planeamento da Nissan.

A mudança na liderança da empresa nipónica foi decidida numa reunião de conselho de administração e entrará em vigor a 1 de abril.

A saída de Uchida resulta, em parte, das negociações fracassadas para a possível fusão com a Honda. Mas, sobretudo, da sua lentidão na implementação de reformas essenciais, que levaram ao falhanço de diversos planos de recuperação da empresa.

Recomeço das conversações com a Honda?

Com Makoto Uchida fora de cena, a Nissan e a Honda poderão retomar as conversações sobre a possibilidade de uma fusão. O Financial Times noticiou, no mês passado, que a Honda ainda estaria disposta a discutir uma união desde que Uchida se demitisse.

A mesma agência soube por “pessoas com conhecimento das deliberações” que a empresa de Hamamatsu “não exclui completamente a possibilidade de retomar as discussões”.

No entanto, de acordo com a Motor1, na reunião de conselho de administração da Nissan não foi discutida a possibilidade de retomarem as conversações da fusão.

Independentemente da retoma, ou não, das conversações, a Nissan enfrenta um longo caminho pela frente. A empresa já anunciou um plano de reestruturação, que inclui o corte de 9.000 postos de trabalho e uma redução de 20% na capacidade de produção global.

A juntar a isto, está também previsto o encerramento de três fábricas, a primeira, uma unidade na Tailândia, cujo fecho está agendado para o primeiro trimestre de 2025. O encerramento das restantes está previstos para o terceiro trimestre de 2025 e para 2026, respetivamente.

Em diversos aspetos, Ivan Espinosa tem pela frente uma missão complicada pela frente e que passa pela dívida acumulada (que tem aumentado), uma gama de produtos envelhecida e os custos de fabrico elevados. Contudo, uma coisa é certa: os próximos anos serão um desafio para a Nissan.