Tenho dúvidas que um automóvel com 20 anos possa ser considerado um “clássico”, mas tenho a certeza do interesse histórico do Mercedes SLR McLaren. É um super-carro inspirado no passado, de onde recuperou a sigla (ver em separado) e uma montra de tecnologia do seu tempo, mas também um exemplo da parceria dos alemães da Mercedes com os britânicos da McLaren para regressar à F1. Depois de um “namoro” com a Sauber em 1994, na sequência da bem-sucedida ligação no Campeonato do Mundo de Sport Protótipos nos anos anteriores, o casamento da Mercedes com a McLaren (divorciada da Peugeot) foi assumido como um projeto de futuro, mas começou como uma relação a três: os ingleses desenvolviam o chassis e a Mercedes dava o nome aos motores produzidos pelos americanos da Ilmor Engeneering, comprada em 1993 para dar origem à High Performance Engines. Foi a base para a criação de todos os blocos – radicalmente diversos – que chegaram até hoje, um longo caminho que começou nos V10, passou pelos V8 e chegou aos atuais V6 híbridos.
A estratégia da Mercedes para o regresso à F1 estava bem definida e a apresentação do “concept” Vision SLR no Salão Automóvel de Detroit em 1999 prova-o. Inspirado nos “Silver Arrows” dos anos 50, tornou-se mais relevante com a vitória de Mika Hakkinen (McLaren-Mercedes) face à Ferrari de Michael Schumacher na corrida para o título de pilotos. Talvez tenha sido o grande impulso que levou à apresentação do SLR McLaren no Salão de Frankfurt em 2003.