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Mercedes. Disponibilização de mais potência “emperra” na Europa

Texto: Francisco Cruz
Data: 28 de Novembro, 2022

A decisão da Mercedes-Benz de oferecer aos proprietários de veículos elétricos (EV) da marca da estrela, mais potência, mediante subscrição, pode, afinal, não ser tão fácil de concretizar, quanto o desejado. Sendo que o problema tem por base, não aspectos técnicos, mas legais.

A notícia é avançada pela edição dos Países Baixos da britânica Top Gear, recordando que, tal como muitas outras marcas automóveis com veículos elétricos (EV) na sua oferta, também a Mercedes-Benz se propõe aproveitar as mais-valias resultantes da Tecnologia, para proporcionar aos seus clientes automóveis permanentemente atualizados e cada vez mais evoluídos. Sendo que, entre as muitas funcionalidades possíveis, grande parte delas pagas sob a forma de subscrição, surge o aumento da potência disponibilizada nos automóveis.

Numa altura em que, por exemplo, na Alemanha, os clientes já dispõem da possibilidade de desfrutar, mediante o pagamento de uma anuidade a rondar os 489€, de um upgrade do software do sistema de rodas traseiras direccionais proposto de série no EQS, com o qual o grau de viragem passa dos standard 4,5°, para 10°, a Mercedes pretendia agora e tal como já faz, de resto, nos EUA, começar a disponibilizar, também aos seus clientes europeus, a possibilidade de disporem de mais potência nos seus EV.

O Mercedes EQS, na sua versão AMG 53, e com o sistema de quatro rodas direccionais cuja versão mais evoluída é disponibilizada na Alemanha por subscrição
O Mercedes EQS, na sua versão AMG 53, e com o sistema de quatro rodas direccionais cuja versão mais evoluída é disponibilizada na Alemanha por subscrição

Proposto, do outro lado do Atlântico, por um valor anual de 1.200 dólares (qualquer coisa como 1.150 Euros, aos dias de hoje…) e apenas para algumas versões EQE, EQS e SUVs 100% elétricos, a verdade é que, tudo indica que não será o preço, a impedir a disponibilização de mais este argumento, também no Velho Continente. 

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Segundo a publicação, que decidiu ouvir um porta-voz da Mercedes-Benz nos Países Baixos sobre este tema tão sensível, o problema residirá nalguns “aspectos legais”, que impedem os fabricantes de fornecerem atualizações via wireless para os automóveis, que se destinem a desactivar a limitação da velocidade máxima.

O caso Polestar 2

Apesar desta situação, que, pelos vistos, deverá impedir a Mercedes-Benz que disponibilizar mais esta subscrição na Europa, o site Motor1 também recorda que, por exemplo, o Polestar 2, recebeu, já no final de 2021, um ‘Performance Software Update’, que, centrado nas prestações, que elevou a potência do modelo dos 408 cv para os 476 cv (dos 300 para os 350 kW), assim como o binário dos 660, para os 680 Nm.

Polestar 2
Polestar 2

A par destas subidas, o upgrade veio garantir, ainda, uma nova função de Launch Control, assim como uma revisão da resposta ao acelerador, de forma a garantir respostas mais imediatas e rápidas.

Contudo e face ao pretendido pela Mercedes-Benz, a Polestar decidiu disponibilizar este upgrade, não como uma subscrição mensal ou anual, mas como uma melhoria permanente e definitiva para todas as unidades do modelo.