Megacamiões e HVO na rota da descarbonização da Luís Simões

O aumento da frota de megacamiões e a utilização mais intensiva de biocombustíveis como HVO são algumas das iniciativas do Grupo Luís Simões para diminuir para metade as emissões de gases com efeito de estufa até 2032.

O Relatório de Sustentabilidade e Contas de 2024 do Grupo Luís Simões apresenta as principais iniciativas do seu plano estratégico para cumprir os objetivos de redução de gases com efeito de estufa até 2032. O objetivo é disponibilizar, de forma responsável, soluções logísticas e de transporte eficientes que contribuam para a descarbonização e renovação do setor.

Segundo o operador logístico de referência na Península Ibérica, o novo plano assenta em três pilares fundamentais: assegurar o bem-estar e o desenvolvimento profissional dos colaboradores; promover uma cadeia de abastecimento sustentável do ponto de vista social, ambiental e financeiro; e consolidar uma equipa de referência capaz de assegurar práticas éticas e desempenho elevado.

As metas de descarbonização propostas pela Luís Simões foram validadas em 2024 pela iniciativa Science Based Targets (SBTi) para garantir que cumprem os critérios e recomendações da organização.

Redução das emissões em 50,4% até 2032

O Grupo Luís Simões comprometeu-se a reduzir as emissões absolutas de gases de emissões de estufa dos âmbitos 1 e 2 em 50.4% até 2032, a partir do ano de referência de 2021; e a diminuir as emissões de gases com emissões de estufa do âmbito 3 em 9%, a partir do ano de referência de 2021, o que se tradução numa redução das emissões das atividades de combustível e energia e as emissões do transporte e distribuição a montante em 35.6% por tonelada-quilómetro.

Para o efeito foi criado um Comité de Descarbonização que tem o propósito de coordenar e supervisionar as iniciativas em curso e assegurar o cumprimento dos objetivos, através de reuniões regulares e relatórios semestrais para o Conselho de Administração, em articulação com as comissões executivas que gerem a empresa.

Por outro lado foi desenvolvido um plano de ação com medidas de ação por âmbito. Em termos de emissões diretas, a aposta passa pela utilização de biocombustíveis como o HVO e a renovação da frota com veículos de alta capacidade. A Luís Simões tem atualmente ao seu serviço sete duoliners e 18 gigaliners para garantir a otimização dos fluxos logísticos e a redução do número de viagens.

O Grupo Luís Simões também está empenhado na produção de energia renovável e está a investir no aumento do número de instalações de painéis solares fotovoltaicos nos seus centros em Espanha e está a trabalhar na promoção da logística colaborativa entre os seus clientes, assim como na incorporação de veículos eléctricos para o transporte de mercadorias, entre outras medidas.

Relativamente às emissões indiretas, o Grupo Luís Simões tem vindo a implementar medidas que incluem a adoção de políticas de compra responsáveis, a utilização de HVO no transporte subcontratado, a melhoria do planeamento das rotas, a redução dos quilómetros com carga vazia e a escolha de fornecedores que cumpram os padrões Euro 5 ou superiores.

Crescimento sustentado

A nova visão estratégica e o compromisso com a descarbonização assenta num modelo de crescimento sustentado. Em 2024, o Grupo Luís Simões registou um aumento de 7,8% no volume de negócios, que atingiu um total de 298,7 milhões de euros.

O operador refere que esse resultado foi possível de ser alcançado graças ao empenho dos seus mais de 2520 colaboradores à sua capacidade operacional, constituída por uma frota com mais de 1145 veículos homologados e uma rede de 33 centros logísticos, distribuídos estrategicamente por toda a Península Ibérica.

O Grupo Luís Simões percorreu aproximadamente cerca de 87,37 milhões de quilómetros em 2024, distribuiu 7 milhões de toneladas de produtos e geriu diariamente mais de 14 541 expedições e 6760 guias de ecommerce.

Em média, os seus condutores totalizaram 1791 rotas por dia. Por setores, lidera a divisão de Bebidas, representando 28% do negócio, seguida da Alimentação, com 19%. Em menor escala, destacam-se o Papel & Pasta e Embalagem (13%) e a Saúde e Cuidados Pessoais (10%). Outros setores relevantes são o Automotive (7%), a Eletrónica de Consumo (6%) e a Moda (5%).